Já é longa a tradição do Cinema em ser político e social, mostrando que anda atento ao que se passa no Mundo.
O dossier Julian Assange e o seu (controverso) site WikiLeaks andaram nas bocas do mundo e da imprensa.
Seria uma questão de tempo até o Cinema se interessar por ambos.
Eis o filme “sobre” tal fenómeno.
O filme acompanha o trajecto de Julian Assange e do seu amigo Daniel Berg na criação do site WikiLeaks, os seus objectivos, as verdades (incómodas e necessárias) que contam e as consequências (principalmente na relação entre ambos).
Sólido thriller jornalístico e político, de argumento bem estruturado e história bem contada, com ares entre o documentário e o thriller clássico do género à maneira dos 60s e 70s (hello Alan Pakula e Sydney Pollack – a vossa herança continua viva).
Muito boas performances de Benedict Cumberbatch (um dos melhores actores britânicos da nova geração – a Season 3 de “Sherlock” está a chegar) e Daniel Bruhl.
O filme convida à reflexão sobre até que ponto Assange e a WikiLeaks são maus ou um mal necessário. Mas não deve ser visto como um documentário ou a “verdade” sobre as entidades em causa.
Apesar de apresentar uma “verdade” (ou um ângulo da verdade), “The Fifth Estate” envolve o espectador como um bom thriller e mostra que o cinema de abordagem política e social está de boa saúde.
Destaque para o original genérico inicial que nos conta de forma rápida e precisa um historial da imprensa.