Drama sobre a paixão das corridas de Fórmula 1, que relata uma das grandes rivalidades daquele desporto e que marcou a sua história e a do Século XX.
Nikki Lauda é um jovem e dotado piloto, que sente um carro como um organismo vivo, génio na condução mas sempre consciente dos seus limites e do perigo.
James Hunt é um jovem playboy, verdadeira rock star do mundo automóvel, para quem a vida é uma grande borga e o mundo da competição automóvel é apenas (mais) uma forma de fazer “prego a fundo” no seu prazer de viver ao limite.
Os dois chocam no mundo da Formula 3, a rivalidade surge e continua até ao mundo da F1, onde disputam, ao rubro, o campeonato do mundo. Para ambos será um duelo levado ao limite das suas capacidades, do poder dos carros, das condições das pistas, da segurança e da vontade. Ser um (verdadeiro) campeão é apenas uma questão de cavalos no motor e pé pesado no acelerador ou algo na alma?
Intenso e dinâmico drama sobre a competição automobilística mais mediática do mundo.
Apesar de baseado em factos reais, “Rush” deve ser visto como um filme e não como um documentário (esperemos que a propósito do filme seja vista alguma reportagem sobre a realidade que aqui se evoca). E o resultado é um notável filme sobre uma rivalidade que atinge níveis de obsessão e de competição mais pessoal que profissional.
Duelo de comportamentos e visões de vida (Lauda era mesmo melhor piloto que Hunt; Lauda sentia a condução, o carro e a pista, Hunt limitava-se a acelerar numa de full throttle), apoiado num bom argumento (criando situações que bem demonstram a faísca da rivalidade), bons diálogos (plenos de ironia que muito bem definem a psicologia dos rivais e da atitude de um contra o outro) e numas fantásticas interpretações de Chris Hemsworth e Daniel Brühl (que têm aqui, e até agora, a melhor da cada uma das respectivas carreiras) com uma impressionante semelhança física às personalidades reais que recriam.
Esbelta (ainda que decorativa) presença de Olivia Wilde (a mostrar porque é uma das actrizes mais lindas e desejadas da actualidade) e Alexandra Maria Lara.
Óptimo trabalho de fotografia e adequada musica de Hans Zimmer (ainda que seja mais uma enésima versão do seu estilo de tema habitual).
Boas cenas automóveis, ainda que sem aquele poder de rush que o argumento e a realidade mereciam. O argumento expõe bem a energia da rivalidade entre Lauda e Hunt, e até “explica” (através dos “ensinamentos” e atitude de Lauda) qual a “pista” por onde se “conduz” a vida, a motivação e a essência do porquê ser (e viver) um (vitorioso) piloto de F1.
Foi pena que em vez do rotineiro Ron Howard (que, mesmo assim, assina o seu melhor filme) não tivéssemos um realizador mais acelerado nas suas capacidades visuais e emocionais (David Fincher ou Christopher Nolan seriam bem-vindos).
Mas “Rush” é um dos grandes títulos de 2013.
“Rush” estreia hoje nas salas nacionais.
Site – http://www.rushmovie.com/
Sobre a história:
http://www.mirror.co.uk/lifestyle/going-out/film/rush-james-hunt-niki-lauda-2270219
http://metro.co.uk/2013/09/02/james-hunt-and-niki-lauda-ten-facts-about-the-stars-of-rush-3946426/