Vincenzo Natali já é um velho conhecido, amigo e favorito do Fantas.
Já cá trouxe quatro filmes (este é o quinto). Venceu por duas vezes (“Cube” em 1997, e “Nothing” em 2003), ganhou outros prémios (“Cypher” levou para “Melhor Actor”, “Melhores Efeitos Especiais” e “Prémio Especial do Júri”) e fez cá uma ante-estreia (“Splice”).
Eis o seu novo filme, de volta ao suspense e ao terror.
Como bónus, a presença da sempre adorável Abigail Breslin, cada vez mais linda e melhor actriz. A seu lado Stephen McHattie, um ilustre secundário, sempre inquietante.
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Lisa parece uma rapariga adolescente como qualquer outra. Mas Lisa é uma menina muito especial. Lisa encontra-se aprisionada no tempo e no espaço, algures num limbo, onde todos os acontecimentos se repetem. Mas Lisa consegue contactar com criaturas de “outro mundo”. É dessa forma que Lisa vai conseguir livrar-se da prisão onde está e castigar o assassino que a pôs ali, bem como outras raparigas na mesma situação.
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O tema das “almas penadas” dá sempre para bons sustos no campo do cinema de terror (há uns tempos tivemos essas duas magníficas rollercoasters de sustos que foram “The Conjuring” e “Insidious – Chapter 2”).
Eis mais uma incursão por tal área.
Os resultados são satisfatórios, graças a alguns momentos de susto e tensão bem conseguidos. Bons méritos na fotografia (estamos mesmo em ambiente fantasmagórico) e na cenografia (aquela casa, perdida num infinito de nevoeiro…!!!).
Alguma falta de coerência, na forma como a narrativa junta passado e presente, “real” e “outro mundo”, impedem que o filme seja mais forte.
Breslin defende-se muito bem, ilustrando um rosto de medo e uma atitude combativa. McHattie provoca medo. O petiz Peter DaCunha deixa antever um futuro talento.
Natali continua a mostra-se um realizador com jeito para o género, mas (ainda) não é um grande talento. E ainda não conseguiu igual o poder de impacto de “Cube”, o seu filme de apresentação.
“Haunter” não compromete, mas não arrebata. Apenas um bom scary entertainment. Tivéssemos aqui John Carpenter e até a casa vinha abaixo.
Um bom título para o Fantas e até pode levar algum prémio.
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Trailer