Por falta de algum mediatismo e ausência de grandes prémios (ganhos ou a concurso), eis um filme que corre o risco (injusto) de passar despercebido.
Não deixem, pois é um título bem recomendável.
Liesel é separada do irmão e da mãe e vai viver com um casal. A (inicial) hostilidade da “mãe” é compensada com a enorme devoção e carinho do “pai”. Liesel ainda não sabe ler, mas tem uma paixão e curiosidade por livros. Quando se dá a perseguição nazi aos judeus, os “pais” de Liesel escondem o jovem Max na casa. Entre Liesel e Max desenvolve-se uma bela amizade onde os livros serão relevantes.
Um belíssimo filme sobre o fascínio da leitura na adolescência e o poder da palavra na emancipação do ser humano e nas suas relações. Abordagem séria, dura e sentimental sobre uma das eras mais vergonhosas da Humanidade. Grande riqueza humana e sentimental na forma como se equacionam a importância dos valores paternais/maternais, onde ainda se assiste a duas bonitas e simples histórias de amizade – seja entre dois adolescentes (onde descobrem o conforto da companhia de cada um), ou entre uma adolescente e um adulto (e como o emotivo contar de histórias e palavras é um acto de amor e instrumento de sobrevivência).
Muito bom trabalho de fotografia.
Sem surpresa, bela música do grande John Williams (está nomeado ao Oscar).
Competente realização de Brian Percival, homem com curriculum na televisão (“Downton Abbey”).
Excelente prestação de todo o elenco (ninguém duvida dos talentos de Geoffrey Rush e Emily Watson, pois não?), mas toda a atenção está na maravilhosa, encantadora, intensa e comovente Sophie Nélisse – que grande actriz que se avizinha.
Repito – um belíssimo filme.
Baseia-se no livro de Markus Zusak, que já está editado em Portugal, pela Editorial Presença.
Site – http://www.thebookthief.com/