“Star Trek” é um dos grandes fenómenos de pop culture do Século XX e Além.
Criada por Gene Roddenberry, começou na televisão em 1966 e durou até 1969. Depois surgiram “The Next Generation” (1987-1994), “Deep Space Nine (1993-1999), “Voyager” (1995-2001) e “Entrerprise” (2001-2005).
O Cinema não pode ficar imune e começou a saga para o grande ecran em 1979 com “Star Trek- The Motion Picture” (realizado pelo veterano Robert Wise), com a tripulação da série original. Seguiram-se cinco sequelas, sempre a tripulação original – “The Wrath of Khan” (1982), “The Search for Spock” (1984, realizado por Leonard “Spock” Nimoy), “The Voyage Home” (1986, também de Nimoy), “The Final Frontier” (1989, realizado por William “Kirk” Shatner) e “The Undiscovered Country” (1991). Seguiram-se mais quatro filmes, mas com a tripulação da “The Next Generation” – “Generations” (1994, onde se cruzavam as duas tripulações), “First Contact” (1996), “Insurrection” (1998) e “Nemesis” (2002).
O flop deste último e um certo cansaço que o público já começava a ter pelo elenco, que já acusava o peso da idade (e, portanto, pouco apelativo às novas gerações), obrigaram o estúdio (a Paramount) a pensar num reboot.
J.J. Abrams (figura popular da televisão, que criou séries marcantes como “Alias”, “Lost” e “Fringe”) foi o convocado para tal função. O facto de Abrams não ser um fã de “Star Trek” deu-lhe motivação e margem de manobra para tal revitalização. Abrams inspirou-se no modelo de “Star Wars” e em 2009 surge “Star Trek”.
Ao focar as origens da tripulação original (Kirk, Spock, McCoy, Uhura, Sulu, Scotty e Chekov), Abrams manteve-se fiel às raízes e normas do conceito de Roddenberry, mas soube combinar a componente humana (e humanista) e científica do original com o dinamismo, humor, acção e espectáculo que as audiências de hoje exigem. A saga regressava em grande, cheia de energia e vitalidade. A ajudar (muito) estava um jovem, competente, empenhado e carismático elenco.
O sucesso foi grande e sem surpresa aqui está a sequela.
A tripulação da Enterprise regressa à Terra após uma bem-sucedida missão de descoberta e salvamento (in extremis e sem cumprir regras) de uma civilização. Alguns dias depois, a Federação depara-se com uma crise criada por um atentado efectuado por um dos seus mais capazes e antigos elementos. A tripulação da mítica nave parte em busca de justiça e vingança, com o fim de capturar o vilão. Mas mais que se envolverem numa tenebrosa conspiração sobre o clássico “o que parece não é”, o grupo enfrenta um adversário astuto e mortífero que vai desafiar os heróis a darem o melhor de si numa verdadeira cruzada até às trevas.
“Star Trek – Into Darkness” é do melhor que se espera duma boa sequela. Doses mais elevadas de espectáculo, acção, humor (apesar da escuridão que o título refere, há muitos momentos criadores de gargalhadas), adrenalina, emoção e efeitos visuais.
Mas a evolução não se fica apenas no ponto de vista visual. O argumento permite uma evolução dos personagens, sejam a nível individual (o crescimento da responsabilidade de Kirk face às suas funções e à sua tripulação, Spock torna-se mais emocional, a amizade entre ambos, as iniciativas individuais dos restantes membros), sejam a nível de grupo (o forte sentido de equipa é reforçado pelas circunstâncias).
Os actores continuam a cumprir bem, mas o filme fica nas mãos do inquietante Benedict Cumberbatch (o Sherlock Holmes da brilhante série “Sherlock” – a Season 3 chega este ano) que cria um autêntico “Hannibal Lecter galáctico”. Atenção à sua identidade, pois será uma surpresa (excepto para quem acompanhou todo o buzz da rodagem) – tenham em memória um dos episódios da saga cinematográfica com a tripulação original.
Porque há grande deslumbre visual, o filme oferece-nos um deleite verdadeiramente galáctico – o cativante “desfile” (que tanta – e idiota – controvérsia tem dado; que se passa? ninguém gosta de consolar os olhinhos?) em lingerie da lindíssima Alice Eve.
“Star Trek – Into Darkness” é um tremendo entretenimento, para fãs de sci-fi, de cinema-espectáculo e (claro) Trekkers/Trekkies.
O bom blockbuster em estado puro.
Até breve, Enterprise. Por todo esse Além no Espaço, A Última Fronteira…
(o resto já sabem, não?)
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