Guillermo del Toro, um dos mais brilhantes cineastas da actualidade, conhecido pelos seus filmes bizarros e sinistros (“Cronos”, “Mimic”, “El Laberinto del Fauno”) faz a sua estreia no mundo dos blockbusters.
Futuro (e já falta pouco – 2020). O mundo é atacado por uns gigantescos monstros vindos do fundo do mar. Incapaz de os combater com os meios existentes, a Ciência cria um conjunto de gigantescos robots para a adequada confrontação. Uma monumental batalha final vai começar.
“Transformers” + “Battleship” + “Independence Day” e mais um ou outro título “original” surgem à memória quando se olha para este título. Mas a verdade é que “Pacific Rim” vai buscar mais influências à bd (nomeadamente a Manga – bd japonesa), às Anime (animação japonesa), à estética e lógica do vídeo-jogo e ao espírito das monster movies dos 60`s (principalmente “Godzilla” – que já tem nova versão pronta para o Verão 2014; atenção que andam por lá Gareth “Monsters” Edwards na realização, David Goyer e Frank Darabont no argumento e Juliette Binoche no elenco).
O argumento é do mais simplório que pode haver e carregado de clichés. Aliás, quando a “narrativa” se centra nos humanos, dá-se um enorme bocejo no espectador e vontade de fazer fast forward até ao próximo embate robot-monstro.
Quando surgem os ditos embates, “Pacific Rim” não brinca. Estamos perante um dos mais (bem) elaborados, espectaculares e estonteantes entretenimentos visuais de que há memória (Michael Bay pode, e deve, aprender algo aqui para o seu iminente “Transformers 4”). Tudo por obra e graças de um perfeito trabalho a nível de efeitos visuais, de um avassalador realismo, capaz de deixar o espectador sempre de queixo caído.
Claro que um filme destes não vive de actores. Mas não se pode negar imponente presença a Idris Elba, um ligeiro carisma a Charlie Hunnam (há momentos de alguma semelhança física e de atitude com Steve McQueen) e a bonita Rinko Kikuchi tem uma expressividade facial que não deve ser desaproveitada.
Del Toro continua a confirmar o seu talento e capacidades, apesar de os ter ao serviço de um produto meramente (e nada de mal nisso) industrial.
3-D eficaz, mas desnecessário.
Puro porcorn movie para usufruir sem preconceitos.