Regresso aos intensos melodramas familiares e individuais do Sul dos USA.
Pela escrita de um mestre e com um elenco de luxo.
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Os Weston reúnem-se devido ao falecimento do patriarca da família. Muitas emoções, segredos e ressentimentos latentes virão ao de cima.
That`s Family Love, Folks.
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A herança de Tennessee Williams continua (bem) viva. Sam Shepard manteve essa tradição. Agora é a vez de Tracy Letts (de quem já se adaptaram, excelentemente, duas peças suas – os perturbantes “Bug” e Killer Joe”, ambos assinados por William Friedkin).
Regressamos ao Sul dos USA. Regressamos a ambientes de famílias dispersas e fragmentadas. Regressamos a pessoas com muitas emoções à flor da pele, à espera do momento adequado para “transpirarem”.
O argumento é rico, os diálogos poderosos, o drama é dilacerante, o humor é cínico e as interpretações são imensas. Mery Streep domina, com uma performance e uma personagem que vão figurar no seu curriculum dourado. Devido ao argumento, é Julia Roberts que lhe dá a devida réplica. O restante (e extraordinário) elenco (Chris Cooper, Ewan McGregor, Sam Shepard, Dermot Mulroney, Juliette Lewis, Abigail Breslin, Benedict Cumberbatch) está á altura.
O realizador John Wells (um veterano de televisão) tem consciência que não consegue estar ao nível da escrita e dos actores, por isso limita-se (e bem) a uma ilustração meramente formal, digna de um (bom) telefilme. E nada de mau há nisso.
Estamos longe dos melodramas dos 40s, 50s e 60s, dos tempos do Método e dos tempos dos grandes nomes (actores, realizadores e argumentistas) deste género, mas “August: Osage County” traz, de forma gloriosa, a memória desses tempos.
Um dos grandes filmes do ano.
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