Título original – Detour
Uma pérola de culto do Film Noir assinado por um pequeno Mestre do género, com um orçamento verdadeiramente low-cost, com incríveis efeitos minimalistas.
Título original – Detour
Uma pérola de culto do Film Noir assinado por um pequeno Mestre do género, com um orçamento verdadeiramente low-cost, com incríveis efeitos minimalistas.
Sam Spade é contratado para um caso que parece simples, mas que revela cadáveres, interesses múltiplos e gente dúbia. E tudo por causa de um “pássaro”.
O clássico literário de Dashiell Hammett (o homem que elevou a Arte de escrever hardboiled noir) origina o primeiro grande Film Noir (na vertente Detective Noir).
História complicada, personagens a cinzento e de grande ambiguidade moral, diálogos admiravelmente escritos e plenos de vários sentidos e definidores de personalidades e relações, atmosfera carregada, visual refinado e uma visão decadente da sociedade.
E uma das frases máximas do Cinema (e da Vida) – “The Stuff That Dreams Are Made Of”.
John Huston estreia-se na realização e em grande, logo com um dos seus melhores filmes e um dos maiores do género.
Elenco de excelência, em estado de graça.
Humphrey Bogart a criar a sua screen persona e um arquétipo do private eye.
Clássico e obra-prima absoluta de Film Noir e Cinema.
“Citizen Kane” (1941) é um dos maiores filmes de sempre.
Já foi eleito o “Maior Filme de Sempre” (actualmente é “Vertigo”, de Alfred Hitchcock).
Orson Welles estreava-se em Cinema e logo pela porta grande, dando provas de génio como realizador.
Parte da qualidade (elevadíssima) do filme deve-se à genialidade do argumentista Herman J. “Mank” Mankiewicz.
Eis um filme sobre Mank e todo esse processo.
“Citizen Kane” (1941) é um must em Cinema.
Mas a sua produção foi muito conturbada. De tal maneira, que os eventos até davam para um filme.
Pois bem, eis um sobre tal.
Um grupo de jornalistas investiga a vida de Charles Foster Kane, um poderoso e misterioso magnate do mundo da imprensa, e qual o significado da sua última palavra – “Rosebud”.
Orson Welles (vindo do Teatro e da Rádio – onde assustou os USA com a sua emissão de “War of the Worlds”) estreia-se em Cinema e de forma majestosa, e logo aos 25 anos.
Grande arrojo técnico e estético (a profundidade de campo, os ângulos de câmara, o uso das sombras e luz, a filmagem dos tectos), história épica (de um homem que constrói um império), “documentário” sobre um homem grande (a vida de Kane é apresentada em episódios, com diferentes perspectivas sobre ele), mensagem “moral” (o significado de “Rosebud”) e riqueza interpretativa.
Obra-prima absoluta.
Um curso de formação sobre como fazer (Grande) Cinema.
Título original – The Christmas Chronicles: Part Two
“The Christmas Chronicles” (2018, já cá visto) foi uma simpática surpresa no mercado streaming desse ano.
Visão cool do Pai Natal, permitiu a Kurt Russell mais uma grande criação.
Eis a continuação.
O ano começa com um Long Goodbye.
À esbelta Tanya Roberts, actriz de forte curriculum em Televisão e video doméstico, que conquistou alguns happy few.
Indiana Jones, arqueólogo-aventureiro a tempo inteiro e arqueólogo-professor nas “horas livres”, parte em busca da arca dos 10 Mandamentos.
Pelo meio vive imensas peripécias, enfrenta nazis e reencontra Marion, o seu grande amor.
Os criadores de “Jaws” e “Star Wars” retomam o modelo de great adventure conforme se fazia nos 40s, nos filmes B e serials, com algo de screwball (à Howard Hawks) e bd (principalmente Tintin).
Uma montanha russa non-stop de acção, aventura, humor, terror, espectáculo e fantasia.
Estonteantes stunts (tudo on-camera), um score inolvidável (do grande John Williams) e um personagem para a História.
Harrison Ford em perfeito estado de graça e carisma, num perfeito exercício de casting (conseguem acreditar que ele nunca tinha sido ponderado?, que só foi escolhido como última escolha, perante a recusa de tantos candidatos?), numa interpretação definidora de uma carreira e impulsionadora para o stardom.
Steven Spielberg e George Lucas confirmavam-se como os movie brats de maior sucesso e impacto popular, renovando códigos de um certo cinema clássico (pena que hoje ambos já não saibam refazer isso).
Obra-prima e clássico.
(a ver um mínimo de 100 vezes)
L.A, último dia de 1999.
Um ex-polícia, agora traficante de memórias dentro do meio artístico, vê-se envolvido numa conspiração de silêncio à volta da morte de um artista famoso e controverso.
Thriller hi-tech (mostra um tempo onde a Tecnologia nos permite ver e sentir as memórias dos outros), que ilustra o vazio da Sociedade face à Tecnologia mostrando-a como um meio de saciar o voyeurism das pessoas (o filme acaba por ser profético face ao estado moderno nos media, imprensa, reality shows e redes sociais), sendo uma alegoria (bem subtil e pertinente) sobre o caso Rodney King, conseguindo ser um “panfleto” sobre a tolerância social e o entendimento racial.
O entretenimento vindo do lado actioner e espectacular da narrativa nunca cai.
James Cameron (apenas como produtor e argumentista – ele ia realizar, mas Schwarzenegger chamou-o para “True Lies”) volta a abordar o duelo do Homem com a Tecnologia.
Kathryn Bigelow confirma a sua destreza para o actioner viril e masculino (mas com presença de mulheres fortes), combinando elementos de Thriller Hi-Tech e Film Noir, fazendo um impressive uso da câmara subjectiva.
Elenco vistoso, com uns esplêndidos e intensos Ralph Fiennes e Angela Bassett.
Injusto (mega) flop na época.
Justo (mega) culto desde então.