The Exorcist (1973) – 50 Anos

 

 

Uma jovem revela-se possuída por um espírito maligno. Dois padres são chamados para a exorcizar.

 

A encenação de um caso verídico de possessão demoníaca permite a criação de um prodigioso exercício de Cinema sobre o medo, o terror e a fé.

Notáveis efeitos de make-up (o vómito, o desgaste do rosto) e práticos (as levitações, o rodar da cabeça).

Os “Tubular Bells” de Mike Oldfield ganham uma nova (e assustadora) dimensão.

William Friedkin vinha do sucesso (e Oscars) de “The French Connection” (1971) e confirma ser autor de um Cinema nada complacente, adulto e para adultos, sem medo de quebrar regras e convenções.

 

Todo um prodígio de Cinema, de terror e na obra de Friedkin, que é um sério candidato a “o filme mais assustador de sempre”.

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The Wicker Man (1973) – 50 Anos

 

 

Um Sargento da Polícia inglesa, bem puritano, investiga o desaparecimento de uma jovem numa aldeia escocesa e descobre um culto pagão.

 

Visão séria, profunda, assustadora e perturbante sobre o sagrado e o profano, o fanatismo e o pagão, num filme original, inovador e corajoso.

 

Robin Hardy (que teve carreira curta) assegura o seu bom nome na História do Cinema graças à atmosfera e tom dados a filme.

Anthony Shaffer (todo um Sir no mundo da escrita – Teatro, Cinema, Televisão) tem aqui um dos seus momentos altos, pela complexidade e coragem nos temas abordados.

Edward Woodward é uma vítima perfeita, Britt Ekland e Ingrid Pitt são duas perfeitas tentações, Christopher Lee é um perfeito retrato do fanatismo e da sua liderança.

 

O final é toda uma fogueira de fanatismo, medo, angústia e terror, que nunca cessa de incomodar.

A “Cinefantastique” considera “The Wicker Man” como “O ´Citizen Kane` dos filmes de terror.

É considerado como “o melhor filme de terror britânico”.

Christopher Lee considera o seu melhor filme e uma das suas melhores interpretações.

E há (excelentes) razões para todo este “fanatismo”.

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Jesus Christ Superstar (1973) – 50 Anos

 

 

Versão musical da vida de Jesus Cristo, a partir do musical do palco criado por Andrew Lloyd Webber, numa dinâmica e alegre ilustração, assente em rigorosas coreografias de dança.

 

Norman Jewison continua uma renovação do modelo clássico do musical, depois de “Fiddler on the Roof (1971, também vindo de Webber).

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The Sting (1973) – 50 Anos

 

 

Dois pequenos vigaristas preparam uma grande golpada sobre um inimigo comum.

 

Comédia sobre vigarices, assente numa impecável reconstrução de época, engenho no argumento, muitos esquemas, simpáticos e carismáticos personagens, e, claro, imensas surpresas (com a derradeira a surgir mesmo no final).

Feliz música de Scott Joplin.

Paul Newman e Robert Redford em magnífica sintonia e a ganhar lugar nas grandes parcerias do Cinema.

 

Provavelmente, A referência das con coms.

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Blade Runner (1982) – 40 Anos

 

 

Ano 2019. O Homem criou o Replicant, um ser semelhante. Rick Deckard é contratado para eliminar alguns. A jornada vai despertar a humanidade de todos.

 

Visão de um Futuro onde a Tecnologia cria seres artificiais e réplicas do Homem, e onde a Humanidade parece desaparecer do ser humano e surgir em criaturas artificiais.

Ensaio filosófico (o que significa ser humano?, o encontro de Criação e Criador) e prodígio visual (o look do filme é de um perfeccionismo admirável – fotografia, cenografia), com banda sonora de excelência (Vangelis nunca esteve tão bem desde então).

Filme de perguntas e procura de respostas (entre os personagens e no espectador), que nunca se esgotam e encontram.

Ridley Scott (após ”Alien”) na plenitude do seu poder visual.

Excelente elenco em interpretações icónicas.

 

Teve sequela ao mesmo nível.

Obra-prima, culto e clássico absolutos.

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Tron (1982) – 40 Anos

 

 

Um hacker é obrigado a participar num jogo de computador. Para conseguir sobreviver pede ajuda a um perito em segurança digital.

 

Muito interessante fantasia sci-fi, que mostra o que é (ou poderá ser) o interior de um videogame.

O filme marcou pela inovação dos efeitos visuais por computador. É certo que podem parecer, hoje em dia, made in ZX Spectrum, mas foram muito avançados na época.

Deixou boa memória, é um pequeno culto e teve (espectacular) sequela.

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E.T. – The Extra-Terrestrial (1982) – 40 Anos

 

 

Um extra-terrestre perde-se na Terra e procura regressar a casa. A ajuda vem de um grupo de crianças. E nasce uma intensa amizade além planetária.

 

História sci-fi sobre alienígena perdido, história de peripécias infanto-juvenis, conto sobre o significado de Casa e a essência de família, que é afinal uma poderosa história sobre o valor da amizade.

Final capaz de nos fazer derramar todas as lágrimas dos olhos e uma criatura que nos arrebata o coração.

John Williams com mais uma magica e memorável música.

Steven Spielberg em grande, pleno de criatividade visual (o “voo” em frente à lua) e emoção, fiel ao espírito de aventura infanto-juvenil (é brilhante o trabalho dos petizes, bem como dos adultos) que formulou com o seu Cinema.

Clássico e obra-prima absolutos.

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John Carter (2012) – 10 Anos

 

 

John Carter, veterano da Guerra Civil Americana, vê-se transportado para Marte e metido num conflito local. Mas uma bela princesa vai levá-lo a escolher o lado certo e a ser decisivo naquela guerra antiga.

 

O clássico (e muito influente) literário de Edgar Rice Burroughs (o criador de “Tarzan”) tem uma adaptação cinematográfica luxuosa, espectacular, com tudo o que de melhor o Cinema tem, devidamente inserido no tom clássico de space opera e no espírito Disney (a incrível criatura aliada de John Carter).

 

Faltou um cineasta apto para tal (Paul Verhoeven, Ridley Scott, Steven Spielberg ou James Cameron davam jeito) e um par protagonista mais carismático (Hugh Jackman e Cate Blanchett seriam perfeitos).

 

Lamenta-se o flop, pois é uma obra carregada de muitos méritos e permitia a muitas gerações conhecer um (forte) influenciador (refiro-me ao livro de Burroughs e não ao filme) de títulos populares como “Star Wars”, “Avatar”, “The Lord of the Rings” e tantos outros.

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Conan The Barbarian (1982) – 40 Anos

 

 

Conan, jovem bárbaro, vê a sua família a ser massacrada por um feiticeiro poderoso. De escravo a guerreiro, Conan procura a vingança.

 

O emblemático herói criado por Robert E. Howard recebe uma adaptação cinematográfica que é toda uma lição de épico de Sword & Fantasy – espectáculo meticulosamente delineado na criação de tom e ambientes.

 

John Milius (todo um autor de cinema másculo) é O cineasta adequado.

Arnold Schwarzenegger (no seu merecido star vehicle) é O actor adequado.

 

Excelente elenco de apoio, grande nível técnico, bons meios, impecáveis efeitos visuais e de make-up (aqui não há CGI) e um poderoso score de Basil Poledouris (outro nome adequado para épicos).

 

Ainda A referência moderna no campo do Sword & Fantasy e o melhor filme dedicado a Conan (teve sequela, um rip-off e um remake – nenhum atingiu o nível deste filme).

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Titanic (1997) – 25 Anos

 

Titanic - Poster 3

 

Na viagem inaugural (e final) do Titanic, um par de jovens, de diferentes classes sociais, apaixona-se e procura sobreviver ao naufrágio do navio.

 

A tragédia do mítico transatlântico é (infelizmente) famosa e já inspirou muitos (e bons) filmes.

Mas nada como este.

James Cameron pega no seu poder visual (meio Titanic foi reconstruído quase à escala real), no seu perfeccionismo para o espectáculo (criou todo um novo estúdio e estruturas) e na perfeição que os efeitos visuais digitais modernos permitem (o naufrágio é impressionante no seu realismo), reformula o modelo clássico do filme-catástrofe (aqui o centro narrativo é um casal e não uma sucessão de personagens e dos seus dramas) e cria um enorme, incrível e espectacular filme, com um romantismo à moda antiga.

 

Leonardo DiCaprio e Kate Winslet fazem faísca e tornam-se movie stars.

A canção de Celine Dion afundou as charts.

James Cameron torna-se O King of the World (em termos cinematográficos).

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