Título Original – Un Americano a Roma
O cinema americano influencia muita gente.
Incluindo o Cinema Italiano. E as gentes do seu país.
Eis uma comédia que mostra isso mesmo.
Alberto Sordi é o “italo-americano” devoto.
Dirige um mestre da comédia italiana – Steno.
Nando Moriconi é um adulto (ou criança?) italiano, fascinado (ou obcecado?) pelo cinema americano. Na verdade, Nando sente-se mesmo americano e passa o seu dia-a-dia a imitar e a procurar situações como as que vê nos filmes.
Só que tal vai levá-lo às mais desconcertantes alhadas.
Uma desvairada comédia sobre o poder e a influência da pop-culture americana (cinematográfica e do seu quotidiano) noutras mentes e noutras culturas.
Aqui não há reflexão nem tese (nem tal se deseja – só causaria tédio). Pretende-se apenas a diversão (que é enorme) sobre um homem que na sua mente e vida apenas se rege pelos arquétipos que o cinema americano tanto popularizou.
Arte & Vida? Qual imita qual?
Não interessa. Haja diversão em ambas e somos todos felizes.
Alberto Sordi é um prodígio de energia e loucura.
Steno dirige com grande ritmo e cria situações verdadeiramente hilariantes (a ajuda ao casal americano e o que se segue, o acto “heróico” no campo de prisioneiros, a sessão au naturel a que o protagonista é sujeito).
Uma maravilha de comicidade.
Um grande clássico da comédia italiana.
Obrigatório.
“Un Americano a Roma” não tem edição portuguesa. Quem não tiver problemas com legendas em Espanhol, pode procurar a edição espanhola, que conta com bom som e imagem. O preço anda jeitoso.
Realizador: Steno
Argumentistas: Sandro Continenza, Lucio Fulci, Ettore Scola, Steno, Alberto Sordi
Elenco: Alberto Sordi, Maria Pia Casilio, Giulio Calì
Trailer
Alberto Sordi repete o personagem Nando Mericoni. Tinha-o interpretado, no mesmo ano, em “Un Giorno in Pretura” (filme em episódios, também de Stene e escrito pelos mesmos argumentistas, com Peppino De Filippo, Silvana Pampanini e Sophia Loren). Sordi voltaria à pele de Nando, em 1975, no filme “Di Che Segno Sei?” (outra comédia de episódios, realizada por Sergio Corbucci, com Adriano Celentano, Mariangela Melato e Lilli Carati).
Momentos dos dois filmes:
No argumento aparecem dois futuros e relevantes cineastas italianos – Ettore Scola (nome forte da comédia e do drama) e Lucio Fulci (nome forte no campo do terror).
Na produção, dois monstros do cinema italiano – Carlo Ponti e Dino De Lautentiis.
Ursula Andress (ainda muito jovem) tem uma curta aparição.
Fulci é um dos convidados na casa dos americanos.
Porque o personagem de Sordi faz tantas referências a Kansas City, em 1954 o actor foi nomeado cidadão honorário da cidade.
Foi eleito com um dos “100 filmes italianos a preservar”.