Título Original – The Enforcer
Título Alternativo (no Reino Unido) – Murder, Inc.
Humphrey Bogart a enfrentar o crime organizado.
A sua arma é a Lei.
Martin Ferguson é um magistrado empenhado, agora próximo de, finalmente, capturar um importante líder do crime. Mas a sua principal testemunha morre. Ferguson e a sua equipa têm poucas horas para conseguir rever o processo e conseguir encontrar uma prova, mesmo que ínfima, para conseguir o seu propósito.
Policial criminal sobre os meandros das ligações entre Polícia e Magistratura, às voltas com o crime organizado.
Simples, bem contado (ainda que os excessivos flashbacks – e flashbacks dentro de flashbacks – façam alguma dispersão), com alguma garra (a corrida contra-relógio do magistrado com falta de provas e testemunhas) e com bons momentos tensos (a fuga da testemunha) e empolgantes (as perseguições aos criminosos), o filme assemelha-se mais um episódio de uma (boa) série televisiva da época (“Naked City”, por exemplo).
Bogie num bom registo, sempre estóico e valente.
Não é maravilha (há melhor no género e na carreira de Bogie), mas cumpre muito bem o seu dever de entretenimento.
“The Enforcer” tem edição portuguesa e anda a preço “consciente”.
Realizadores: Bretaigne Windust, Raoul Walsh (sem crédito)
Argumentista: Martin Rackin
Elenco: Humphrey Bogart, Zero Mostel, Ted de Corsia, Everett Sloane
Mercado doméstico – 2 milhões de Dólares (USA)
Trailer –
Clips –
http://www.tcm.com/this-month/article/33911%7C0/The-Enforcer.html
Segundo a imprensa da época, o filme é influenciado pelas audiências do Senador Estes Kefauver (que aparece no prólogo do filme), político muito importante no combate à corrupção, nos anos 50.
O filme também se inspira numa investigação a um grupo de assassinos, que efectuavam os seus crimes por encomenda. Foi no decurso deste caso que expressões como “contract” (o acordo para a matança) e “hit” (o acto de assassínio) entraram na gíria do mundo policial e crimina.
Bretaigne Windust (reputado encenador da Broadway) adoeceu ao fim de alguns dias, depois do começo das filmagens. Bogart pediu ao seu amigo Raoul Walsh (com quem já tinha trabalhado – “High Sierra”) para vir filmar enquanto Windust estava no hospital. Mas o estado de Windust era mesmo complicado, pelo que Walsh esteve encarregado das filmagens mais tempo que o pensado. Walsh chega mesmo a concluir o filme, mas recusa ver o seu nome nos créditos do filme. Walsh achava que o filme era a grande oportunidade de carreira para Windust e não o queria prejudicar.
Everett Sloane interpreta um rei do crime. Curiosamente, Sloane dava voz a Dick Tracy, nos cartoons de 1961. Tracy era um incorruptível polícia, grande herói no combate ao crime, criado por Chester Gould.
Foi o último filme de Bogart para a Warner Bros., o estúdio que muito o ajudou na sua carreira e a atingir o estatuto de movie star – “The Petrified Forest”, “High Sierra”, “The Maltese Falcon”, “To Have and Have Not”, “The Big Sleep”, “The Treasure of Sierra Madre”, “Casablanca”.
O personagem de Bogart é inspirado em Burton Turkus, um magistrado que levou a cabo uma profunda perseguição a um grupo de efectuava assassinatos por contrato. Turkus editou um livro sobre tal na época em que o filme estreou.
O personagem de Ted de Corsia é inspirado em Abe Reles, importante testemunha contra o crime organizado, mas que morreu em circunstâncias nunca esclarecidas.
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