Título Original – The Judge
Drama familiar, resolvido nas salas dos tribunais, apoiado num excelente elenco.
Hank Palmer é um advogado brilhante e de sucesso, sempre à custa de poderosos e culpados.
O falecimento da sua mãe leva-o de regresso à sua cidade-natal, para se reencontrar com a família. A dificuldade máxima é com o seu pai Joseph, rigoroso e prestigiado juiz da comunidade, cujas relações estão quebras desde há décadas.
Mas quando Joseph é acusado de um crime, Hank decide defendê-lo.
Devido ao caso, há que mexer em mistérios do passado.
Mas é também uma derradeira oportunidade de redenção para ambos na sua relação. E para Hank, uma descoberta de causas, menos generosa$, mas de emotivas recompensas.
Hollywood sempre gostou de dramas em família e de encenações em tribunal.
E fá-lo sempre com mestria e eficácia.
Aliás, nestas coisas (e noutras), ninguém bate Hollywood.
“The Judge” move-se nessas duas vertentes.
Temos um intenso drama em família, sobre as longas tensões entre pai e filho, reencontros, encontros com o interior de cada um e catarses emocionais definitivas.
A força emocional é muito grande (atenção ao momento da “ajuda higiénica”) e tudo é feito por um duo protagonista cujo trabalho só pode ser considerado como magistral, criando mesmo das melhores interpretações das respectivas carreiras.
O mistério policial/criminal/judicial é simples e previsível (e isto não é um defeito), servindo apenas como acelerador da resolução afectiva que envolve os protagonistas.
David Dobkin dirige com eficácia (as quase duas horas e meia de metragem nem se sentem, pois o filme consegue mesmo cativar todas as emoções do espectador), ainda que num registo de telefilme (isto poderia ser o Pilot para uma nova série televisiva – a cena final abre portas para novas “aventuras” de Hank Palmer).
“The Judge” é, mesmo, um filme de actores e é neles que reside a sua maior virtude.
Robert Downey Jr desfila a sua habitual coolness (veja-se a forma como conquista uma chavala num bar), mas comove com o seu registo humano (a relação com a filha e com o irmão deficiente) e emocional (o seu “discurso” libertador com o pai).
Robert Duvall ilustra (pela enésima vez) porque é um dos maiores actores do mundo e de sempre, dando sempre uma forte densidade ao seu personagem (atenção ao momento em que ele se “explica” sobre o seu passado como pai).
O restante elenco (ainda que com menor tempo de antena, mas relevante) porta-se ao nível exigido pelos protagonistas.
Emma Tremblay merece destaque, pois adivinha-se uma futura excelente actriz.
Pelas interpretações e pelas emoções, “The Judge” merece estar na lista dos melhores filmes de 2014.
Muito recomendável.
Realizador: David Dobkin
Argumentistas: Nick Schenk, Bill Dubuque e David Dobkin
Elenco: Robert Downey Jr., Robert Duvall, Vera Farmiga, Billy Bob Thornton, Vincent D’Onofrio, Jeremy Strong, Dax Shepard, Leighton Meester, Ken Howard, Emma Tremblay, Balthazar Getty, Grace Zabriskie
Orçamento – 50 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 40 (USA); 69 (mundial)
Site – http://thejudgemovie.com/