Título original – The Comancheros
Anos 60. Década do declínio do Western, Made in USA (em Itália, emergia, pleno de energia e criatividade, o Western-Spaghetti, que renovaria o género).
Os grandes nomes do género ainda estavam no activo, mas já estavam “veteranos” e o género carecia de ideias e novos talentos.
John Wayne continuava em acção, para evitar o desaparecimento do género.
Eis um bom exemplo.
Jake Cutter é um Texas Ranger, destacado para capturar Paul Regret, um jogador procurado por assassínio. Mas a missão sofre várias reviravoltas e Paul consegue fugir.
Cutter recebe nova missão – descobrir o paradeiro de uma misteriosa organização chamada Comancheros, que anda a semear o medo e a morte em diversas regiões.
Após muitas peripécias e reviravoltas, Cutter e Regret voltam a cruzar-se. Mas desta vez, cada um precisa do outro para sobreviverem aos Comancheros.
Western que é um puro actioner de carácter policial/criminal (os Texas Rangers procuram localizar e destruir uma organização criminosa, os ditos The Comancheros), impecavelmente delineado para efeitos de grande espectáculo (os detalhes dos sets do navio, a paisagem, as cenas de acção, a quantidade de extras).
Estamos perante um dinâmico, divertido e movimentado western, que vive à base de arquétipos, clichés, personagens e situações já exploradas, mas sempre com eficácia e poder de entretenimento.
Acção, peripécias, tensão, romance e humor em generosas doses, naquele que é uma das últimas grandes coboiadas.
A relação entre os protagonistas praticamente que antecipa o buddy-buddy movie.
Elmer Bernstein compõe um épico score, quase ao nível do que criou para “The Magnificent Seven” (1960).
Excelente fotografia (no glorioso CinemaScope).
John Wayne domina com o todo o seu gigantesco carisma e presença para este género, bem acompanhado por um empenhado Stuart Whitman, uma bela Ina Balin e um truculento Lee Marvin.
O veterano Michael Curtiz (“Casablanca”, ”The Adventures of Robin Hood”) dirige com a sua habitual competência e eficácia.
“The Comancheros” é óptimo entretenimento.
“The Comancheros” não tem edição portuguesa, mas existe noutros países, a bom preço. Algumas edições têm bons extras.
Realizador(es): Michael Curtiz e John Wayne (sem crédito)
Argumentistas: James Edward Grant e Clair Huffaker, segundo o romance de Paul Wellman
Elenco: John Wayne, Stuart Whitman, Ina Balin, Nehemiah Persoff, Lee Marvin, Patrick Wayne, Bruce Cabot, Jack Elam
Trailer
Clips
O Tema de Elmer Bernstein
Detalhes de produção
“Melhor Performance em Acção” (John Wayne), nos Prémios Golden Laurel 1962.
“Melhor Filme”, nos Prémios Western Heritage 1962.
Paul Wellman escreveu o seu livro a pensar em Cary Grant como Paul Regret (o personagem de Stuart Whitman). Quando o filme foi feito, Grant foi considerado demasiado velho para o personagem e acreditou-se que ele não quisesse ser “secundário” face a Wayne.
Os direitos do livro foram comprados por George Stevens, que queria fazer este filme logo depois de “Giant”. Mas ficou mais interessado em “The Diary of Anne”.
Gary Cooper chegou a ser ponderado para protagonista, mas teve de recusar devido a doença.
Douglas Heyes foi pensado para realizador. John Wayne e Charlton Heston seriam os protagonistas. Heston saiu de cena e pensou-se em Tom Tryon. James Garner também foi pensado. Com a saída de Heyes, chamou-se Curtiz. Wayne convocou os serviços de James Edward Grant, já conhecido por Wayne (escreveu-lhe “Sands of Iwo Jima”, “Flying Leathernecks”, “Big Jim McLain”, “Hondo”, “The Alamo”; escreveria depois, também para Wayne, “Donovan’s Reef”, “McLintock”), para dar uma polidela ao argumento.
Michael Curtiz estava muito debilitado durante as filmagens. Vários foram os dias em que Curtiz teve de faltar a elas. John Wayne tomou conta da função, mas nunca quis que o seu nome recebesse crédito. Curtiz faleceria algum tempo depois da estreia do filme. Este foi o seu último filme.
Quando o personagem de Wayne se regista no hotel, vários nomes surgem no livro. Dois deles são referências a membros da equipa – William H. Clothier, (o Director de Fotografia) e Jack R. Berne (um dos Assistant Director).
O personagem de Wayne chega a ser apelidado de Big Jake. Em 1971, Wayne iria protagonizar um filme com o título de … “Big Jake”.