É o primeiro trabalho de Woody Allen como actor e o seu primeiro argumento para cinema, depois de um vasto curriculum em televisão.
E é uma pérola da comédia típica dos 60`s.
Um psiquiatra (bem taradão) procura curar um executivo de uma revista de moda. Este tem um (enorme) poder de sedução sobre o sexo oposto (a sua equipa de trabalho é composta por mulheres de sonho) e bem tenta andar certinho devido à perseguição matrimonial da sua possessiva namorada.
O amor, o sexo, o casamento, a (in)fidelidade, as relações, as tentações, as depressões, a sexualidade psiquiátrica e outras coisas “sérias”. Tudo passado pelo “filtro Allen”, com um conjunto de situações e diálogos que são do mais desconcertante.
Peter Sellers é hilariantemente alucinado, Peter O`Toole é hilariantemente tímido. Ambos ficam hilariantemente excitados quando se cruzam com beldades como Romy Schneider, Capucine, Paula Prentiss e Ursula Andress (como um “anjo” caído dos ceús), bem fogosas e ardentes.
Clive Donner dirige com competência, filiando o filme no tom da época, destravando tudo na mais louca e sexualizada estadia num hotel de luxo, acelerando para uma imparável perseguição de karting.
Tudo ao som da voz do grande Tom Jones.
A produção vem de Charles K. Feldman, ilustre produtor (“A Streetcar Named Desire”, “The Seven Year Itch”) que dois anos depois produziria outro ícone do género e da década – “Casino Royale”, rábula a 007, por onde voltariam a andar Peter Sellers, Ursula Andress e Woddy Allen.
Uma pérola. Um clássico do género.
O filme começou por ser uma evocação auto-biográfica de Warren Beatty (o título do filme refere-se a uma frase que Beatty confessou já ter usado para os seus engates). Mas como o personagem de Beatty ganhou pouca presença no argumento, Beatty saiu de cena, ainda mais “incentivado” pela teimosia de Feldman em chamar Capucine em vez de Leslie Caron (com quem Beatty namorava, na época).
A Amazon UK tem uma edição em DVD, a bom preço e com legendas em português.
Trailer –
Alex Aranda
Uma comédia bem agradável, e já contendo algumas das habituais piadas allenianas. Consta que ele odiou o resultado final.
Estou a actualmente a fazer um ciclo Woody Allen no meu blog, e comecei exactamente por este filme
É estranho que Allen não tenha gostado do filme. Está bem inserido no estilo burlesco que Allen tinha no seu início de carreira (“Take The Money And Run”, “Sleeper”, “Love and Death”, “Bananas”).
Mas ele lá saberá porquê.
A minha opinião é oposta e o filme tem espaço (merecido) na minha prateleira.
Bom início de ciclo.
Siga para “Casino Royale”.
(ver Allen a fazer de 007 é um must de absurdo)
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