Título Original – Goodbye Again
Ingrid Bergman reencontra-se com o realizador Anatole Litvak (que a dirigiu em “Anastasia”, onde ela ganhou um Oscar) num melodrama sentimental bem à medida do “vulcão nórdico”.
A seu lado, dois grandes actores disputam o seu coração – Yves Montand e Anthony Perkins.
Paula é uma mulher já madura, com grande sucesso profissional, que vive uma intensa, ainda que conturbada, relação com Roger. Roger é já um homem maduro (na idade), mas continua com atitudes de conquistador juvenil, incapaz de resistir a uma jovem beldade e de assumir compromissos.
Phillip é um jovem advogado, rico, mimado e mais disposto a divertir-se do que a assumir compromissos profissionais. Phillip é filho de uma abastada cliente de Paula.
Phillip não resiste aos encantos de Paula. Apesar da sua resistência inicial, Paula vai dando algum espaço a Phillip e amizade cresce.
Mas para Phillip nasce algo mais. Para Paula, a companhia de Phillip parece compensar as ausências (e infidelidades) de Roger.
Mas cada um vai ter de escolher um rumo (sentimental) definitivo. E nesta “relação a três”, alguém não sairá ileso.
Belíssimo melodrama sobre a ânsia e insatisfação sentimental do ser humano.
A juventude e a sua fome de alguém mais maduro.
A meia-idade e a necessidade de se sentir rejuvenescido com ligações desprendidas a alguém mais jovem.
O Amor mostrado como um permanente Adeus e um Olá renovado.
Admiravelmente escrito (a adaptação vem de Samuel Taylor – “Vertigo”, “Sabrina”), fotografado e filmado.
Anthony Perkins é um prodígio de ânsia e insegurança.
(atenção à sua euforia com Ingrid e ao seu desespero quando sem ela)
Yves Montand é fenomenal com o seu charme infantil e divertido.
(atenção à sua atitude com as meninas)
Ingrid Bergman é deslumbrante na sua segurança humana e carência afectiva.
(atenção ao plano final)
Anatole Litvak filma com elegância e pleno de sentimento.
(atenção ao baile onde os amantes tocam mãos entre pares diferentes)
“Godbye Again” tem edição portuguesa e está a preço que diz “Hello Now” à prateleira do cinéfilo.
Realizador: Anatole Litvak
Argumentista: Samuel A. Taylor, a partir do livro de Françoise Sagan (“Aimez-vous Brahms?”)
Elenco: Ingrid Bergman, Yves Montand, Anthony Perkins, Jessie Royce Landis
Trailer
Anthony Perkins ficou em Segundo Lugar nos Prémios Bambi 1962. Quem venceu foi Rock Hudson, em “The Spiral Road”.
Anthony Perkins foi premiado como “Melhor Actor”, em Cannes 1961. O filme esteve nomeada para a “Palm d`Or”, mas foi derrotado por “Une Aussi Longue Absence” de Henri Colpi e “Viridiana” de Luis Buñuel.
Anthony Perkins foi considerado o “Melhor Actor Estrangeiro”, nos Prémios David di Donatello 1962.
Ingrid Bergman usa roupa de Christian Dior e jóias da Van Cleef & Arpels.
A frase que Perkins diz num determinado momento (“All’s for the best in this best of all possible worlds“) é retirada de “Candide”, de Voltaire.
Ingrid Bergman e Anthony Perkins reencontrar-se-iam em “Murder in the Orient Express” (1974).
“Aimez-vous Brahms?” iria ser o título do filme, mas Litvak achou que o público poderia não perceber. Tentou-se “Time on My Hands”, vindo de uma das canções do filme. Mas os “donos” exigiram demasiado dinheiro pelos direitos. Perkins sugeriu “Goodbye Again”, vindo de uma peça da Broadway onde o seu pai, Osgood, trabalhava.
Ingrid Bergman só tinha elogios aos seus colegas Yves e Anthony, que chegou mesmo a deixar tal por escrito. Eis um excerto:
“These two actors [Montand and Perkins] are wonderful for their parts. It’s a long time since I worked with two actors I enjoyed so much. They are both charming, both great personalities and very different, and you understand why I—in my part as Paula—love them both.”
Nos ensaios para as cenas mais íntimas, Perkins achava que Bergman era algo “insistente”. Se ele achava que com tal ela estaria interessada nele, ela argumentou mais tarde que tudo tinha a ver com a timidez dela perante tais cenas.
A Time chegou referir que o filme, bem à maneira francesa, tinha as suas mais importantes cenas passada em restaurantes e em carros.
A música de Brahms que se ouve é o Quarto Movimento da Sinfonia Nr. 1 e o Terceiro Movimento da Sinfonia Nr. 3.
Ei-los:
O tema que Diahann Carroll canta é “Love Is Just a Word”.
Ei-la:
A canção e momentos do filme:
O momento do filme onde se ouve e canção:
O filme foi um grande sucesso na Europa. Mas nos USA, o filme foi recebido sem entusiasmo.
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