Ciclo Ingmar Bergman – O Olho do Diabo (1960)

O Olho do Diabo

Título Original – Djävulens Öga

Título Internacional – The Devil`s Eye

Assim continua a minha viagem ao universo de Bergman.

Agora com uma comédia (quem diria?! vindo de alguém tão sério profundo e dramático!).

E com bons ingredientes – Diabo, Deus, Inferno, Céu, tentações, (in)fidelidades, adultério.

Segundo um ditado irlandês, o Diabo fica com uma irritação no olho perante a castidade de uma mulher.

Ao saber do iminente casamento de Britt-Marie, 20 anos e ainda virgem, o Diabo envia Don Juan e o seu escudeiro Pablo, na companhia de um demónio, com o objectivo que o grande conquistador arrebate o coração da jovem e a consiga quebrar a sua castidade. Mas tudo vai ter uma inesperada reviravolta.

O Olho do Diabo - 2

Nas mãos de outro realizador, isto poderia dar origem a uma comédia simples, ligeira e até mordaz. Há aqui potencial para algo destravado (se feito em Hollywood), irreverente (se feito na Inglaterra) e bem picante (se feito em Itália).

Bergman põe tudo isso no filme, mas consegue dar-lhe uma maior profundidade. Para a percebermos, o filme exige conhecimentos extra ao espectador – a “filosofia religiosa” de Bergman e certos aspectos da cultura religiosa nórdica.

(estes extras escaparam-me; se alguém me puder dar uma workshop sobre tal, agradeço – assim revejo o filme)

Mas não se pense que quem está de fora disto perde a capacidade de se rir.

O argumento é de tal modo rico e multi layer, que o “nível 0” da narrativa é suficiente para as gargalhadas, entretenimento, satisfação e até… “moralismo”.

Afinal, Bergman acaba por “santificar” a tentação e “diabolizar” a virtude.

Excelente trabalho de fotografia e cenografia (a começar pela “casa” do Diabo).

Jarl Kulle e um Don Juan bem manipulador. Stig Järrel é um divertido Diabo. Bibi Andersson está lindíssima (e muito bem filmada/fotografada/iluminada) e arrebata com a sua devoção casta.

Bibi Andersson - O Olho do Diabo

Uma preciosidade.

Clip

(atente-se à inocência marota da menina e à subtil perversidade do “menino”)

O filme

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