Perante o bom impacto de “La Casa Muda” em festivais, Hollywood não quis ficar de fora e tinha de dar uma palavra.
Como tal, eis o remake.
Sarah vai ajudar o pai e o tio nos arranjos de uma antiga casa de família. Durante a noite, muitos são os sustos que vão arrastar Sarah para uma jornada de medo.
Como remake Hollywood que se preza, tem de ter mais luxo. Aqui ele é visto na qualidade da fotografia (mais viva e nítida) e na dimensão da casa.
A nível de argumento, pouca coisa de novo. Algumas variações (a relação entre os personagens), uma ou outra novidade (a “verdade”), mas a essência mantém-se.
Como a versão USA é um pouquinho mais longa que o original do Uruguai, usa-se essa metragem para se tentar criar uma maior intimidade com os personagens e entre eles. Não se consegue, mas elogia-se a tentativa.
A realização volta a investir na técnica do plano-sequência (na verdade, são segmentos de 10 minutos, muito bem editados).
Há eficácia na gestão do espaço, da luz e da escuridão, bem como do som e do silêncio (atenção à cena dentro do carro). Lamentam-se alguns momentos em que a câmara está tão “assustada” que impede o espectador de perceber o que aconteceu naqueles momentos. Mas nada de grave e não acontece muitas vezes. O original era mais “visível” nesse aspecto, mesmo em momentos de câmara “dinâmica”.
Quanto ao final:
Sim, ele traz uma reviravolta, mas como é um produto americano (e, como tal, mais complacente com o público), os eventos são mais esclarecedores sobre o “porquê”, o quem é quem e as motivações da protagonista (se no original ficam muitas dúvidas sobre ela, no remake há certezas e ela ganha a simpatia do espectador).
A linda Elizabeth Olsen sai-se bem, com uma personagem que comove e cativa a nossa complacência (principalmente no final), conseguindo (quando começam os sustos) fazer uma excelente representação do que é estar alone in the dark e em medo permanente.
Um título escorreito dentro do género, mas que nada de novo traz face ao original.
Trailer