É com enorme simpatia (robótica e humana) que termina o Fantas 2013.
Eis uma daquelas pérolas que o cinema nos brinda, de vez em quando.
Sci-Fi, mas de tese e forte sentido emocional e humano.
Futuro. Um antigo ladrão de joalharia recebe uma prenda do seu filho. Um robot doméstico, programado para todo o tipo de lides da casa, incluindo companheirismo. Mas Frank vê no simpático robot um perfeito parceiro para uma nova, ousada e derradeira golpada.
A sci-fi costuma dividir-se entre duas áreas:
A mais visível será a de espectáculo visual, com vista ao entretenimento, através de sonoros estardalhaços pirotécnicos, com a ajuda de sumptuosos “desfiles” de efeitos visuais. A mais rara é a que propõe uma reflexão sobre a sociedade/humanidade face ao seu passado, presente e possível futuro, em relação a questões sócio-político-económicas, a essência do ser e do viver, em que a tecnologia tem forte presença, discutindo-se também a relação desta com o ser humano.
“Robot & Frank” é quase um exemplo da segunda vertente. Na verdade, realizador e argumentista fazem um belo filme que se revela uma análise aos efeitos da velhice e da solidão e como a tecnologia consegue ser bem mais solidária que o ser humano.
Fabuloso Frank Langella, ao lado da sempre simpática Susan Sarandon (que reserva um emocional twist). O simpático Robot merece destaque pela sua atitude sempre prestável e “humana”.
Uma pequena e gratificante surpresa.
“Prémio do Público”, em Sitges 2012. “Prémio Alfred P. Sloan” (um prémio especial para filmes que tratam – bem – questões de ciência e tecnologia), em Sundance 2012.
Jake Schreier (realizador e argumentista) inspirou-se na forma como o Japão (país sempre evoluído em termos de tecnologia) trata os seus idosos.
Site oficial – http://robotandfrank-film.com/
Estreia em Portugal a 14 de Março.
Alex Aranda