E eis que o giallo chega ao Fantas. É certo que já estamos (bem) longe dos tempos áureos (e já não temos realizadores de vulto – até Argento já anda perdido), mas o género tem sempre a sua piada e o seus fiéis nerds.
O filme começa logo a dar o mote.
Um homem (de ar sinistro) a receber os favores de uma prostituta, para serviço sado-maso. Uma figura surge das sombras e ataca o “digno cavalheiro”. Como “prenda” à profissional deixa-lhe o “estojo de casamento” do cliente (sim, a “oferenda” é bem visualizada, num plano que faria as delícias do grande Lucio Fulci).
Estamos em Roma (a sério? bom, as notas de produção dizem que sim). Numa moderna empresa (mas onde todos falam inglês entre si), conhecemos Lisa, uma executiva de poder e sucesso (e, sim, molto bella – hey guys, isto é um filme fatto in Italia, portanto…) que leva uma vida dupla – à noite é visita de um estranho clube, dedicado a actividades sado-maso, bizarras iguarias sexuais e esotéricas. A vida de Lisa fica em perigo quando descobre que muitas das pessoas com quem se relaciona (no clube) aparecem barbaramente mortas.
Giallo puro e duro (quem conhece, sabe que este género tem regras próprias e não são para todos os estômagos), com tudo o que é de esperar (belas e curvilíneas meninas, olhos a saltar, faces rasgadas, gargantas dilaceradas, peitos abertos, etc), servido (como é sempre regra) por uma boa fotografia que intensifica as cores primárias (deixando-nos entre o sonho e o pesadelo).
Percebe-se que Federico Zampaglione é entusiasta do género, venera os mestres (Mario e Lamberto Bava, Dario Argento, Lucio Fulci, Michele Soavi), está-se a divertir, mas falta-lhe todo o fulgor estético dos mestres.
O giallo nunca foi modelo de rigor narrativo nem interpretativo e “Tulpa” não é excepção.
No olhar fica a lindíssima Claudia Gerini (e que belíssimo é o guarda-roupa que ela “exibe”), que leva o espectador a estar permanentemente a ferrar os dedos e a gritar “Mamma Ma, Ma Questa é Una Vera Donna“. E quem é ela? Não sei, mas vou sondar. E quando descobrir mais (filmes), cá estarei para os divulgar.
“Tulpa” é um bom momento de diversão para os fãs do giallo, mas não deixem de (re)descobrir os clássicos e os mestres.
Trailer –
Uma opinião – http://www.movieramblings.com/2012/08/26/frightfest-day-three-tulpa/
Página Facebook – http://www.facebook.com/pages/TULPA-di-Federico-Zampaglione/245269598899885
Uma pole dance feita (com muita arte e sedução) pela Claudia – http://www.abruzzo24ore.tv/news/Claudia-Gerini-danza-seminuda-sul-palo/110148.htm
O site da Claudia – http://www.claudiagerini.it/
(inclui o e-mail dela – toca a convidá-la a descobrir Caminha, o Minho e os encantos lusos, fãs incluídos)
Alex Aranda