Rússia Imperial, final do Século XIX. Anna Karenina é uma mulher presa a um casamento sem chama. Esta surge quando conhece o Conde Vronsky. Mas como viver um amor pleno e combater os preconceitos da sociedade?
O (grande) clássico de Lev Tolstoi é um velho favorito de Hollywood (a versão mais emblemática será a com Greta Garbo, de 1935).
Eis uma nova versão. E, certamente, a mais bem conseguida, bem como a mais vistosa.
Joe Wright reúne-se pela terceira vez com a angelical Keira Knightley (depois dos belíssimos “Pride & Prejudice” e “Atonement”) e é caso para dizer que ambos se “excederam”.
Wright carrega em tudo o que é faustoso e dá-nos um festim para os olhos (e até mesmo para a mais romântica das imaginações do espectador/espectadora). Mas não se inibe de fazer experimentalismo – a momentos, os actores movem-se como que num espaço cénico fechado e restrito, com os cenários e figurantes a adaptarem-se a cada cena. É uma nova forma de filmar, ousada e fascinante, que vai ganhar os seus adeptos (mas também detractores).
Nota alta para a deslumbrante fotografia (a merecer o Oscar), os rigorosos trabalhos de guarda-roupa e cenografia (nisto, os ingleses nunca brincam) e a envolvente música.
O argumento (da autoria do reputado dramaturgo Tom Stoppard) centra-se em tudo o tipo de situações e diálogos que envolvem o amor, as suas causas, efeitos e consequências, focando também toda a “moralidade” da época.
Grande parte do elenco não se porta mal, ainda que num tom (excessivamente) frio (execepção a Matthew MacFadyen – o interesse romântico de Keira em “Pride & Prejudice” – que enche o seu personagem com uma deliciosa ironia), mas quem domina (e não se esperava o contrário) é Keira Knightley, que continua a ser a actriz perfeita/eleita para este romances épicos.
Absolutamente arrebatador.
Repito – provavelmente a melhor versão cinematográfica da obra de Tolstoi.
E ainda arrisco mais – acho que poderemos ter aqui um futuro clássico.
Sobre Lev Tolstoi – http://www.online-literature.com/tolstoy/
Sobre Tolstoi e a época – http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1911/jan/22.htm
Greta Grabo vs. Viven Leigh
Talvez a recente versão com Keira Knightley se torne na versão definitiva da obra de Lev Tolstoi.
Mas, em momento nenhum, o (bom) cinéfilo pode esquecer as (boas) versões anteriores.
As versões com Greta Garbo (talvez a mais clássica) e a com Vivien Leigh merecem destaque.
Eis um muito interessante comparativo entre as duas versões
http://voices.yahoo.com/vivien-leigh-greta-garbo-whos-best-screen-anna-353948.html?cat=40
Trailer da versão Greta Garbo
Clips da versão Vivien Leigh
http://www.tcm.com/mediaroom/video/236551/Anna-Karenina-Movie-Clip-Polonaise.html
Versão Sophie Marceau
Em 1997 surgia esta versão.
Não teve grande visibilidade, mas não é isenta de interesse.
A (sempre) lindíssima e encantadora Sophie Marceau sai-se bem, num filme que assenta num registo mais de telefilme (e nada de mal nisso)
O trailer
http://focusfeatures.com/anna_karenina/
Alex Aranda