Título original – AVPR: Aliens vs Predator – Requiem
Perente o sucesso (e a forma como termina) de “Alien vs. Predator”, eis a sequela.
Bom, é mais a continuação.
Ao testemunhar os eventos finais de “AvP”, um Predator parte em direcção à Terra, a uma pequena povoação no Colorado, no sentido de destruir a nova criatura surgida.
Mas esta já andou a largar ovos em tudo quanto é sítio.
O Predator vai ter de enfrentar uma legião de Aliens.
A publicidade dizia que “This Christmas, there won`t be peace on Earth” e que “On Earth, everyone can hear you scream” (por oposição ao que acontecia no Space, para “Alien”).
Estreou nos USA no dia 25 de Dezembro de 2007 (falta de inteligência humana; eis uma escolha que os alienígenas não teriam – principalmente os Predators) e teve (já seria de esperar) más reacções da crítica e do público.
Estamos na Terra, um cenário habitual para os Predators (por cá andaram em “Predator” e “Predator 2”; “Predators” passa-se no planeta deles), mas algo de novo nos Aliens (era a ideia de James Cameron para “Alien 5”, que continuava a saga a partir do final de “Aliens”), onde os humanos continuam a ser a caça dos Predators ou as “incubadoras” dos Aliens.
Este “AVP 2” corrige (alguns dos) erros do primeiro filme.
Devido à duração mais curta, vai directo ao assunto, tem mais acção e confrontações entre as criaturas e devolve algum do tom selvagem e violento das séries autónomas (o filme anterior foi para maiores de 12, este era para maiores de 16 anos).
Há ainda a tentativa de construir personagens (o ex-presidiário que regressa a casa para refazer a vida; o rapaz que tenta conquistar a rapariga mais gira da escola, mas é escorraçado pela concorrência; o xeriff certinho que não quer desrespeitar as regras; a ex-combatente que regressa a casa e tem de reconquistar o amor da filha), mas muita coisa fica-se por lugares-comuns e a abordagem é feita de forma muito supérflua (poderá também ser culpa da excessivamente curta duração do filme).
Tal como o filme original, temos arrebimbomalho alienígena de primeira, pleno de violência, sangue e elevado body count.
Os Aliens continuam tão repugnantes como sempre.
O Predalien é um prodígio de design, tão incrível, repulsivo e medonho como é de calcular. É um perfeito costume para o Halloween que se avizinha.
O Predator (agora só há um em cena, que é tão implacável, mortífero e one-Predator army como se fosse o Rambo do Espaço) é sempre sagaz e possuidor de novas e inovadoras armas (em todos os filmes – da saga autónoma ou desta mix, foi sempre ele que trouxe novidades por cada novo filme). Agora vêmo-lo com um misterioso líquido azul que limpa as crime scenes de todos os vestígios da sua presença. Novidade também é um chicote cortante que se revela bem jeitoso para “partir” Aliens ao meio.
Destaque também para o breve plano do planeta dos Predators (recordo que “Predators” só estrearia em 2010) – revela arquitecturas muito avançadas (alinhando assim com a ideia de eles terem sido arquitectos das pirâmides da Terra, como se “explicou” em “Alien vs. Predator”).
Excelência nos efeitos visuais.
Gore effects que são um must para os nerds (atenção ao “engravidar” industrial numa maternidade).
Bom score de Brian Tyler, que ilustra bem o caos em cena.
Para os fans das duas sagas, existem alguns momentos que recordam sequências dos filmes anteriores.
Para este novo filme, mantém-se a regra de ter desconhecidos no elenco (o destaque vai mesmo só para Reiko Aylesworth – a linda e determinada Michelle da série “24” – que parece interpretar uma personagem inspirada na Ripley da saga “Alien”).
Os actores entregam “serviços mínimos” (longe vão os tempos em que as criaturas tinham como rivais estrelas do calibre de Sigourney Weaver e Arnold Schwarzenegger).
Para a realização, foram convocados dois irmãos com experiência nos efeitos visuais (os dois “Fantastic Four”, “300”, “X-Men 3”, “Poseidon”, “Æon Flux”, “Constantine”, “The Day After Tomorrow”, “Terminator 3”) que assim se estreiam na realização. Fazem-no de forma eficaz, mas precisam de aprender sensibilidade na direcção de actores e no cuidado do argumento.
Cumpre, diverte, é motivo do gáudio para os fans, mas não se deixa de ter uma certa sensação de frustração, pois a junção destas duas excelentes sagas poderia dar algo mais do que “arte & porrada alienígena”.
Onde estavam James Cameron e/ou John McTiernan?
Recomendável.
“AVPR: Aliens vs Predator – Requiem” tem edição portuguesa e anda a bom preço. Diversas edições europeias também andam a bom preço. Procure-se as edições unrated e com o disco de extras.
Realizadores – Irmãos Strouse (Colin & Greg)
Argumentista: Shane Salerno, a partir de personagens criados por Dan O’Bannon & Ronald Shusett (“Alien”) e Jim Thomas & John Thomas (“Predator”)
Elenco: Steven Pasquale, Reiko Aylesworth, Johnny Lewis, Ariel Gade, Kristen Hager, Sam Trammell, Robert Joy, John Ortiz
Trailer
Orçamento – 40 milhões de Dólares
Bilheteira – 41 milhões de Dólares (USA); 128 (mundial)
Mercado doméstico – 27 milhões de Dólares
Nomeado para “Pior Sequela/Remake” e “Pior Desculpa para um Filme de Terror”, nos Razzie 2008. Perdeu, respectivamente, para “Daddy Day Camp” e “I Know Who Killed Me”.
No argumento inicial, o Predalien era morto logo no início. Mas os produtores decidiram dar-lhe mais presença, pois ficaram impressionados pelo seu look.
Bill Paxton esteve convidado para fazer um cameo. Assim sendo, Paxton seria o único actor a participar na parte 2 das três sagas – “Aliens” para “Alien”, “Predator 2” para “Predator” e “Aliens vs. Predator” para “Alien vs. Predator”. Conflitos de agenda impediram tal.
Danny Glover ia fazer um cameo com o seu personagem de “Predator 2”.
O personagem de Adam Baldwin de “Predador 2” ia regressar (fazendo assim continuidade entre as sagas, bem como colocar em cena um personagem que sabe o que se passa em relação ao Predator). Mas o actor estava indisponível, pelo que foi substituído por Robert Joy, com um outro personagem.
Os Strouse têm forte curriculum no campo dos Efeitos Visuais. Fundaram a Hydraulx, uma prestigiada empresa da área.
Os Irmãos Strouse queriam filmar em 3-D, mas foi-lhe negado pois iria aumentar o orçamento.
Filmado em Vancouver, ao longo de seis semanas.
Num momento, mostra-se um pouco do planeta dos Predators. Em “Predators” (2010) ver-se-ia mais, pois toda a acção passa-se no seu planeta.
Iria haver uma cena que mostrava o Predator a esfolar uma vítima, mas a ideia foi retirada por ser considerada como demasiado violenta.
Numa cena, um homem está perto de um túmulo com o nome “Hawkins”. Hawkins é o personagem interpretado por Shane Black em “Predator”. Black é o autor de novo episódio da saga do caçador galáctico – “The Predator”.
É a primeira vez que Predator mata uma mulher, ainda que por acidente.
A cena em que uma mulher fica face-a-face com um Alien é uma referência a uma cena semelhante em “Alien 3”.
Um personagem chama-se Dallas. Em “Alien” o camandante da nave “Nostomo” chamava-se Dallas – era o personagem interpretado por Tom Skerritt.
O Dallas de “AvP 2” grita num certo momento “get to the chopper!” – é a mesma frase dita por Dutch (Arnold Schwarzenegger) em “Predator”.
Pela primeira vez, vemos Predator a usar um líquido que limpa as “crime scenes”.
O filme faz uma referência/brincadeira/homenagem a “Aliens” – a relação entre mãe e filha recorda a de Ripley e Newt.
O final iria mostrar imagens do planeta dos Aliens. Chegou a haver trabalho de production design nesse sentido, mas a ideia foi abandonada no sentido de fazer parte de “AvP 3”.
O videogame alusivo ao filme saiu em Novembro de 2017.
Os Strouse desenvolveram ideias para um “AvP 3”, mas ainda nada avançou.
“Alien” e “Predator” nos Videogames:
“Predator” nos Comics:
https://www.darkhorse.com/Search/Browse/”predator”/PpwNwkt8
“Alien” nos Comics:
https://digital.darkhorse.com/series/104/aliens
“Alien vs. Predator” nos Comics:
https://digital.darkhorse.com/series/105/aliens-vs-predator
[…] v Predator: Requiem” (2007; já aqui visto), de Colin e Greg Strouse, com Reiko Aylesworth, Steven Pasquale, John Orti e Robert Joy. […]