Foi o filme mais tera-giga-mega-hiper-super aguardado do ano (ou mesmo da década). E havia enorme secretismo em nas filmagens (técnicos e actores estavam proibidos de passarem informações, sob a ameaça de despedimento e indemenizações).
Marcava o regresso do todo-o-poderoso James Cameron, 12 anos depois de “Titanic” (onde se afirmou como “The King of the World”, certamente de toda a Hollywood).
Mas marcou em matéria de espectáculo cinematográfico, novas tecnologias de filmagens e de exibição nas salas.
O futuro foi bilionário, tornou-se no maior sucesso de sempre, abriu a moda (agora bem calma) do 3-D.
Às salas já chegou (finalmente) a (primeira) sequela.
É um bom motivo para regressarmos à origem.
Futuro (Século XXII).
Estamos no Planeta Pandora. Um planeta muito desejado pela Humanidade, devido a um minério muito necessário – o Unobtanium.
Jake, um marine paralítico, tem a sua grande oportunidade de heroísmo, ao ser infiltrado nos Na`vi, o povo nativo de Pandora. A mente de Jake vai ser inserida num avatar, uma criatura mista, com DNA de Jake e de um Na`vi.
Mas Jake vai ficar fascinnado pelos Na`vi e por Pandora, e vai lutar contra alguns dos humanos que pretendem tomar Pandora pela força. Uma épica guerra vai começar.
Admirável Mundo (Cinematográfico) Novo
Se o Cinema é (ou também deve ser) uma viagem, então “Avatar” é O bilhete.
O “Rei do Mundo” regressa 12 anos depois de ter “afundado” o box-office e o cepticismo de muitos. 12 anos que não foram de inactividade (desenvolveu a tecnologia usada em “Avatar” e criou uma série de belos documentários passados no mar).
Muitos eram os que ansiavam pelo seu regresso aos épicos sci-fi, de grande espectáculo. Muitos queriam ver Cameron a voltar a elevar a fasquia do género e deste tipo de produções.
Fantasia é levarem-nos a um “admirável mundo novo” e fazer-nos senti-lo, não apenas vê-lo.
“Avatar” é todo ele uma viagem a um mundo. Mais do que um filme, temos a sensação de estarmos a fazer um trajecto por um imenso e fascinante universo. Pandora é mostrado cheio de cor, textura, fauna, fora e sons, com um impressionante realismo, detalhe e escala.
Cameron vai ao pormenor de nos fazer ouvir o dialecto local.
O desfile tecnológico é um deslumbre imenso.
Acima de tudo pelo realismo (apesar de sabermos que são imagens de criação digital), pois há um constante preencher o ecran com detalhe, cor e escala.
O efeito 3-D é magnífico e faz-nos mesmo sentir que estamos em Pandora. Cameron faz um perfeito uso de tal recurso, sabendo que 3-D é mesmo “meter” o espectador no mundo criado e não “atirar” coisas aos olhos do espectador.
Não faltam momentos de grande beleza visual (a descoberta da fauna e flora de Pandora, o voo, a passagem pelas montanhas, os passeios nocturnos).
Passa por aqui algo de alguns westerns pacifistas dos 50s e 60s (é substituir o Old West por Pandora, os Apaches ou Comanches pelos Na`vi, o ouro por unobtanium., um pistoleiro ou oficial de Cavalaria pelo marine).
O ataque à aldeia tem uma (bem forte) analogia com alguns massacres (militares) cometidos pela Cavalaria aos índios, no Vietname e noutros países asiáticos, bem como alguns conflitos recentes.
Mas Cameron sabe que de nada vale uma vácua parada de efeitos visuais e sonoros sem uma narrativa que a sustente.
Aqui, “Avatar” tem muito que se lhe diga, com o autor de “Terminator 2” (ainda o seu melhor argumento) a ter mais um pertinente comentário sobre o estado das coisas no mundo, através da narrativa criada.
Por lá passa uma parábola sobre os excessos do militarismo, do colonialismo, de uma desmedida exploração de recursos naturais, com uma forte ênfase na ecologia e como o Homem tem “talento” para destruição de paraísos, com espaço para uma certa espiritualidade.
Cameron desafia a fronteira entre realidade e digital, imagem real e animação, cinema e videogame, elevando a fasquia da tecnologia cinematográfica e do que esta pode fazer e oferecer em matéria de espectáculo.
Os personagens são digitais, mas a performance capture está toda visível nos rostos, nas vozes, nas movimentações, mostrando que tal recurso tecnológico não é uma limitação ao trabalho dos actores, mas sim uma possibilidade de expensão das suas capacidades.
Fabulosa fotografia (do grande Mauro Fiore), que nos ilustra maravilhosamente todo aquele mundo. É um dos seus melhores trabalhos.
James Horner compõe um score adequado aos ambientes e eventos. É um dos seus melhores trabalhos.
O cinema-espectáculo, digital e 3-D tinha chegado a um novo mundo. “Avatar” tornou-se A referência (e em matéria de 3-D, só três filme o conseguiram igualar no efeito – “The Adventures of Tintin” de Steven Spielberg, “Hugo” de Martin Scorsese, e “The Great Gatsby” de Baz Luhrmann).
E Cameron lança o repto aos seus “rivais” (Spielberg, Jackson, Zemeckis, Scott, Bay, Emmerich, Snyder) para fazerem melhor.
Cameron chegou a “Avatar” como “O Rei do Mundo”.
Agora é “O Rei do Universo” – da Terra a Pandora.
Na época, “Avatar” já era pertinente.
Hoje, ainda mais.
Pela sua consciência ambiental (e como o Ambiente anda falado por estes dias…!!!) e devido à recente “operação especial” da Rússia na Ucrânia, o filme pode (e deve) ser visto como um “panfleto” (ou melhor, alerta e reflexão) ecológico (a relação do Homem com a Natureza, a destruição de habitats de espécies animais, vegetais e humanas), anti-guerra (mostra bem a quantidade de vítimas que tal evento causa) e sobre os perigos das “colonizações invasoras” (ou “invasões colonizadoras” – e hoje em dia todos sabemos o que acontece quando se faz uma “colonização”, não é?).
“Avatar” tem edição portuguesa, a bom preço.
Existe um Extended Cut com quase 3 horas de metragem, com cenas novas que expandem mais a visualização de Pandora, a relação entre Jake e Neytiri e com os Na`Vi, as motivações e emoções de Jake. Vale (bem) a pena.
E mesmo assim ficaram mais de 60 minutos de fora – alguns deles são momentos muito interessantes e construtivos na narrativa. Constam das “Deleted Scenes” nos Extras das edições DVD e Blu-Ray.
Realizador: James Cameron
Argumentista: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi, Joel David Moore, CCH Pounder, Wes Studi
Site – http://www.avatarmovie.com
Trailers – http://www.traileraddict.com/tags/avatar
Orçamento – 237 milhões de Dólares
Bilheteira – 760 milhões de Dólares (USA); 2.8 biliões (mundial); + 9 milhões de Dólares (reposição)
“Melhor Cenografia”, “Melhor Fotografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, nos Oscars 2010. Esteve nomeado para “Melhor Filme” e “Melhor Realizador” – perdeu para “The Hurt Locker” e Kathryn Bigelow” (que assim se tornou na primeira mulher a vencer um Oscar nesta categoria; “por acaso”, Bigelow foi esposa de Cameron, continua amiga do cineasta e foi Cameron que recomendou “The Hurt Locker” a Bigelow”).
“Melhor Filme – Drama”, “Melhor Realizador”, nos Globos de Ouro 2010.
Ganhou todos os Saturn 2010 para os quais esteve nomeado – “Melhor Filme – Ficção Científica”, “Melhor Realizador”, “Melhor Actor” (Sam Worthington), “Melhor Actriz” (Zoe Saldana), “Melhor Actor Secundário” (Stephen Lang), “Melhor Actriz Secundária” (Sigourney Weaver), “Melhor Argumento”, “Melhor Música”, “Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Visuais”.
“Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Música”, nos BAFTA 2010. Esteve nomeado para “Melhor Filme”, mas perdeu para “The Hurt Locker”. James Cameron tentou ser “Melhor Realizador”, mas perdeu para Kathryn Bigelow em “The Hurt Locker”.
“Melhor DVD Special Edition”, nos Saturn 2011.
“Melhor Cenografia – Fantasia”, pelo Art Directors Guild 2010.
“Melhor Música”, pela ASCAP Film and Television Music 2010.
“Melhor Actor Internacional” (Sam Worthington), pelo Australian Film Institute 2010.
“Efeitos Visuais da Década”, pela Circuit Community 2012.
“Melhor Fotografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, pela Circuit Community 2009.
“Melhor Filme Estrangeiro”, pela Academia japonesa 2011.
“Melhor Música”, nos BMI Film & TV 2010.
“Melhor Fotografia”, “Melhor Montagem”, “Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Filme – Acção”, pela Broadcast Film Critics Association 2010.
“Melhor Filme Estrangeiro”, no Cinema Brazil 2010.
Nomeado para “Melhor Filme Estrangeiro”, nos César 2010. Perdeu para “Gran Torino”.
Nomeado para “Melhor Filme Estrangeiro”, nos David di Donatello 2010. Perdeu para “Inglourious Basterds”.
James Cameron esteve nomeado para “Melhor Realizador”, pelo Directors Guild of America 2010. Kathryn Bigelow foi vencedora, por “The Hurt Locker”.
“Melhor Filme”, “Melhor Actriz” (Zoe Saldana), “Melhor Realizador, nos Empire 2010.
“Melhor Filme”, nos Environmental Media 2010.
“Melhor Fotografia”, nos Florida Film Critics Circle 2009.
“Melhor Cenografia”, “Melhor Som”, “Melhores Efeitos Visuais”, nos Gold Derby 2010.
“Melhor Filme Estrangeiro”, nos Golden Eagle 2011.
“Melhor Filme Subestimado do Ano”, “Melhores Efeitos Visuais do Ano”, “Melhor Cena de Acção do Ano”, nos Golden Schmoes 2009.
“Melhor Trailer”, nos Golden Trailer 2010.
“Melhor Filme Estrangeiro”, no Huabiao Film 2011.
Nomeado para “Melhor Filme”, nos Hugo 2010. Perdeu para “Moon”.
“Melhores Efeitos Visuais”, “Melhor Som”, nos International Online Cinema 2010.
“Melhor Drama”, pelos Internet Film Critic Society 2009.
“Melhor Realizador 3d”, pelos Sindicado dos Jornalistas Italianos de Cinema 2010.
“Melhor Filme Internacional”, nos Jupiter 2010.
“Melhor Cenografia”, pela Las Vegas Film Critics Society 2009.
“Melhor Som”, “Melhores Efeitos Sonoros”, pelos Motion Picture Sound Editors 2010.
Nomeado para “Melhor Filme”, nos MTV Movie + TV 2010. Perdeu para “The Twilight Saga: New Moon”.
“Melhor Filme”, pelos New York Film Critics Online 2009.
“Melhor Fotografia”, pela North Texas Film Critics Association, 2010.
“Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Sonoros”, “Melhores Efeitos Visuais”, pela Online Film & Television Association 2010.
“Melhor Fotografia”, “Melhor Montagem”, “Melhor Cenografia”, “Melhores Efeitos Visuais”, pela Phoenix Film Critics Society 2009.
“Melhor Realizador”, nos Scream 2010.
“Melhores Efeitos Visuais”, pela St. Louis Film Critics Association 2009.
“Mlehor Filme – Sci-Fi”, “Melhor Actriz – Sci-Fi” (Zoe Saldana), “Melhor Actor – Sci-Fi” (Sam Worthington), nos Teen Choice 2010.
“Melhor Uso 3D”, em Veneza 2010.
“Melhores Efeitos Visuais”, “Melhores Matte Paintings”, pela Visual Effects Society 2010.
Nomeado para “Melhor Argumento”, pelo Writers Guild of America 2010. Perdeu para “The Hurt Locker”.
O projecto começou em 1994 (ano em que fez “True Lies”), quando James Cameron escreveu um argumento prévio de 80 páginas.
Seria o filme seguinte do cineasta, depois de “Titanic” (1997), com o objectivo de estrear em 1999.
Mas Cameron deu conta que o Cinema ainda não tinha a tecnologia que ele queria e precisava suficientemente desenvolvida. Ter levado o projecto àvante, faria com que o orçamente superasse os 400 milhões de Dólares. O custo oficial está avaliado em 230 milhões, mas há rumores (não oficiais) que o colocam nos 300.
12 anos separam “Avatar” de “Titanic”. Mas Cameron nunca esteve parado – desenvolveu tecnologia e fez um conjunto de espectaculares documentários (“Ghosts of the Abyss” e “Aliens of the Deep”) que conciliaram a ciência e o poder visual do seu cinema.
O desenvolvimento da linguagem dos Na’vi começou em 2005.
A língua dos Na’vi l foi desenvolvida por Paul Frommer, um linguista na USC.
Foi composta por 1000 palavras e mais 30 adicionadas por Cameron.
Cameron e Frommer procuraram que a linguagem dos Na’vi fosse fácil para os actores a pronunciarem.
Cameron começa a desenvolver o argumento no início de 2000`s.
Cameron recolheu ideias e influências narrativas de vários contos de sci-fi que leu na infância.
Edgar Rice Burroughs e H. Rider Haggard eram os escritores mais influentes.
A saga “John Carter” de Edgar Rice Burroughs (que seria adaptada pela Disney no filme “John Carter”, em 2012) foi uma forte influência, bem como filmes como “At Play in the Fields of the Lord”, “The Emerald Forest”, “Princess Mononoke”, “Dances with Wolves”, “2001: A Space Odyssey”, “Lawrence of Arabia”, “The Man Who Would Be King”, “The Mission”, “Medicine Man”, “The Jungle Book”.
Cameron é grande fã de manga e anime. “Ghost in the Shell” foi uma grande influência.
O termo avatar foi usado pela primeira vez em “Neuromancer” de William Gibson, e “Islands in the Net” de Bruce Sterling.
As ideias específicas para o avatar do filme derivam dos contos “In the Imagicon” de George Henry Smith, “The City and the Stars” de Arthur C. Clarke, “Solaris” de Stanislaw Lem.
Alguns pormenores do argumento derivam de um outro escrito por Cameron, intitulado “Screaming Steel”. Foi escrito em 1981, e depois do (enorme) sucesso de “Terminator 2” Cameron voltou a ele. A história passava-se no futuro, numa Los Angeles bem dividida entre ricos e pobres. O filho de uma família da classe alta salva uma rapariga dos gangs da rua, procuram uma fuga da cidade e descobrem uma conspiração que envolve a polícia e o governo no sentido de matar e raptar pobres para os tornar escravos. O projecto nunca saiu do papel.
Cameron criou o conceito de “Avatar” depois de ver “Pocahontas” (1995).
O argumento tem algumas semelhanças com “Destination: Void”, “The Jesus Incident” e “The Lazarus Effect”, de Frank Herbert e Bill Ransom. Lá refere-se um certo planeta Pandora, onde existe uma base científica humana, habitantes locais e uma entidade denominada como “Avata”.
O argumento tem muitas semelhanças com o filme de animação “Battle for Terra” (2007).
Cameron usou o argumento para fazer a sua crítica sobre a acção dos USA no Iraque.
Matt Damon tinha sido considerado como protagonista, com direito a 10% das bilheteiras, mas o actor recusou por causa de estar ocupado com a saga “Jason Bourne”.
Matt Damon e Jake Gyllenhaal eram as escolhas do estúdio. Cameron preferiu escolher um actor desconhecido.
Chris Pratt e Chris Pine fizeram auditions para serem o protagonista. Pine considerou a sua audition desastrosa. Pine e Zoe Saldana trabalharaim juntos na nova saga “Star Trek”.
Sam Worthington vivia no seu carro, na época.
Michael Biehn (que já tinha trabalhado com Cameron em “The Terminator”, “Aliens”, “The Abyss” e “Terminator 2”) foi considerado para o personagem interpretado por Stephen Lang. Cameron recusou-o, pois ao tê-lo ao lado de Sigourney Weaver, poderia levar algum público a acreditar que o filme seria “Aliens 2” (ambos protagonizaram “Aliens”, realizado por Cameron em 1986).
Stephen Lang tinha sido considerado para “Aliens”, mas Cameron nunca perdeu o actor de vista. Lang chegou a fazer uma audition para ser Hicks em “Aliens”, mas foi Michael Biehn o escolhido. Em “Avatar” foi Lang que ganhou face a Biehn.
Cameron ficou interessado em Michelle Rodriguez deposi de a ver em “Girlfight” (2000).
Jodie Foster e Jamie Lee Curtis (que já tinha trabalhado com Cameron em “True Lies”) foram consideradas para a personagem interpretado por Sigourney Weaver.
Reencontro entre James Cameron e Sigourney Weaver, depois de “Aliens” (1986, que deu a Weaver uma nomeação aos Oscar para “Melhor Actriz” – algo que aconteceu pela primeira vez a uma actriz num filme de sci-fi/terror/acção).
Weaver passou tempo com botânicos a investigar vida vegetal e a aprender como comunicar descobertas sobre descobertas de flora.
É o primeiro filme de James Cameron que não tem no elenco nomes vindos de “The Terminator” (1984) – Arnold Schwarzenegger andou por “Terminator 2” (1991) e “True Lies” (1994); Linda Hamilton andou por “Terminator 2” (1991); Michael Biehn andou por “Aliens” (1986), “The Abyss” (1989) e “Terminator 2” (1991); Bill Paxton andou por “Aliens” (1986), “True Lies” (1994) e “Titanic” (1997). Contudo, Sam Worthington participaria num episódio dessa saga – “Terminator Salvation” (2009).
Cameron chamou Mauro Fiore para a fotografia, pois admirou o seu trabalho em “Tears of the Sun” (2003, de Antoine Fuqua, com Bruce Willis e Monica Bellucci).
James Horner volta a compor o score para um filme de James Cameron, depois de “Aliens” e “Titanic”.
Cameron queria que o filme ficasse pronto em 1999. Mas o esforço financeiro para os efeitos visuais levaria o filme para um custo de 400 milhões de Dólares. Nenhum estúdio arriscaria tal.
Os trabalhos de produção começaram em 2002.
O título inicial era “Project 880”.
Filmado em Los Angeles, USA e Wellington, Nova Zelândia.
As câmaras foram desenvolvidas por James Cameron e Vince Pace.
No início, Cameron queria que o filme não usasse actores reais, mas que todos os personagens fossem criados digitalmente, ainda que com aspecto real.
Cameron levou a equipa e o elenco para uma floresta no Hawaii, para se ambientarem a tal tipo de cenário.
A Digital Domain (a companhia de FX que Cameron criou depois de “Terminator 2” (e que teria a sua “prova de fogo” em “True Lies”) foi chamada para desenvolver os efeitos visuais, mas Cameron deu conta que a indústria ainda não tinha o que ele queria e precisava.
Os efeitos visuais são desenvolvidos pela Weta Digital (a companhia de FX criada por Peter Jackson).
A Weta Digital e a ILM (Industrial Light & Magic) já tinham feito parceria em “Contact” (1997), “Van Helsing” (2004) e “Eragon” (2006).
Por exigência de Cameron, as refeições no set eram vegetarianas.
Steven Spielberg, Peter Jackson e George Lucas visitavam frequentemente o set e faziam experiências com o equipamento.
O filme demorou 4 anos a ficar pronto.
40% do filme é com imagem real. Mas muitas das imagens CGI envolvem o método de motion capture.
O orçamento bate recordes na época – 237 milhões de Dólares. Era a quarta vez consecutiva que Cameron fazia tal – “Terminator 2” (1991) é o primeiro filme a custar 100 milhões de Dólares, “True Lies” (1994) alcança os 120, “Titanic” (1997) é o primeiro filme a atingir os 200.
Em Hebraico “Na’vi” significa “Profeta”.
A montanha flutuante inspira-se nas montanhas Huangshan, China.
Sam Worthington é australiano e considerou mais fácil aprender a linguagem dos Na’vi do que ter um sotaque americano.
Sigourney Weaver pintou o cabelo.
O cigarro que a personagem de Weaver fuma é um efeito visual digital.
Muitos dos sons dos animais vêm de sons criados para “Jurassic Park” (1993).
Cameo de James Cameron – a voz dele que se ouve no rádio, quando a nave de guerra se dirige para a zona dos Na’vi.
A promoção ao filme custou 150 milhões de Dólares.
O primeiro Trailer foi mostrado em Agosto de 2009 e tornou-se um dos mais vistos de sempre na Internet.
O filme ia estrear em Maio de 2009, mas foi adiado para dar tempo a uma melhor finalização da pós-produção e melhoramento das salas de Cinema.
Enviado para as salas com o título “Project 880”.
As reacções da crítica foram entusiásticas. As do público ainda melhor – o filme passou a ser o #1 das bilheteiras de sempre, tanto a nível nacional como mundial, superando assim “Titanic” (“por acaso”, também realizado por… James Cameron).
O filme inovou pelo uso de motion capture e do 3D.
Foi #1 nas bilheteiras por 7 semanas seguidas e por 11 fins-de-semana (“Titanic” conseguiu tal feito por 15 semanas).
É o primeiro filme a atingir os 2 bilões de Dólares, nas bilheteiras.
James Horner considera este seu trabalho como o mais difícil da sua carreira. Horner chegou a trabalhar das 04.00 às 10.00 durante um ano e meio.
É o primeiro filme totalmente filmado em digital que ganha o Oscar para “Melhor Fotografia”.
É o primeiro filme 3D nomeado para os Oscars na categoria de “Melhor Filme”.
Foi o filme mais pirateado em 2010.
Alguém viu “Avatar” como uma versão adulta do filme de animação “Fern Gull: Last of the Rainforests” (1992).
Está nos “1001 Movies You Must See Before You Die” de Steven Schneider.
É um dos filmes preferidos de Michael Mann.
Foram editados vários livros:
- O livro “Avatar: A Confidential Report on the Biological and Social History of Pandora” era um guia sobre a biologia de Pandora. Foi editado pela Harper Entertainment em Novembro de 2009.
- A HarperFestival editou “Avatar: The Reusable Scrapbook for Children”.
- “The Art of Avatar”, pela Abrams Books.
- “The Making of Avatar”, pela Abrams Books.
- Cameron escreveu uma novelização do filme e uma prequela.
- Steven Gould foi contratado por Cameron para escrever quatro contos autónomos sobre o universo “Avatar”.
Cameron escolheu a Ubisoft para desenvolver o jogo baseado no filme.
“Avatar: The Game” sai em Dezembro de 2009. É lançado para PlayStation 3, Xbox 360, Wii, Nintendo DS, iPhone, Windows e PlayStation Portable.
Rapidamente se planeou um segundo jogo – “Avatar: Frontiers of Pandora”.
A Mattel Toys criou uma linha de action figures a partir do filme.
A McDonald`s também vendia action figures nas suas Happy Meal.
A France Post editou uma colecção limitada de selos.
Em 2011, a Lightstorm (a companhia produtora de Cameron) fez uma parceria com a Walt Disney Company e criaram uma atracção nos seus parques temáticos.
“Toruk – The First Flight” é uma encenação do Cirque du Soleil que se inspira em “Avatar”. Durou de 2015 a 2019.
O filme tem 3 cuts – theatrical cut (162 minutos), special edition cut (170 minutos) e collector’s extended cut (178 minutos).
O theatrical cut foi o exibido nas salas, em 2009.
O special edition cut foi exibido numa reposição em Agosto de 2010.
O collector’s extended cut só foi editado para o mercado doméstico, a fazer parte das “Collector’s Edition” em DVD e Blu-Ray.
Segundo Cameron, a finalização dos 16 minutos que separam os theatrical cut do collector’s extended cut teve um custo de 1 milhão de Dólares por minuto (houve que completar os devidos efeitos visuais e sonoros). Cameron quis restaurar essa footage devido aos pedidos dos fãs. A 20th Century Fox (estúdio produtor do filme, que tem Cameron sob a sua alçada desde os 80s) não levantou objecções a disponibilizar tal montante, dado o sucesso do theatrical cut no mercado doméstico.
O extended cut chegou a estrear em vários países, incluindo os USA. O resultado foram mais 10.74 milhões de Dólares nos USA e 22.46 no resto do mundo.
O filme obrigou os construtores de televisores a modernizarem os seus equipamentos para optimização 3D.
O filme bateu recordes de vendas de DVD e Blu-Ray nos USA.
Em 2019, “Avengers: Endgame” superou “Avatar” nas bilheteiras, mas este teve uma estreia na China e voltou a ser #1.
“Avatar” vai ter quatro sequelas – “Avatar 2” para 2022, “Avatar 3” para 2024 (que já teve muita da sua footage filmada durante as filmagens de “Avatar 2”), “Avatar 4” (que já viu alguma da sua footage filmada durante as filmagens de “Avatar 2”) para 2026 e “Avatar 5” para 2028. Cameron tem os seus planos narrativos devidamente organizados para tudo terminar em “Avatar 3” se nece$$ário.
A canção principal é de Leona Lewis (http://www.leonalewismusic.co.uk/gb/) e eis o vídeo: