Título original – Spider-Man: Far from Home
Spider-Man foi alvo de um (novo) reboot de forma a ser colocado dentro do Marvel Cinematic Universe.
Ocorreu em “Captain America: Civil War” (2016) e teria o seu titulo autónomo com “Spider-Man: Homecoming” (2017).
A saga do aranhiço regressava à adolescência e à vida escolar, num perfeito exercício de nostalgia das comédias de John Hughes, sensibilidade e inteligência na abordagem teen & school, perfeitamente fiel ao espírito Spidey. Jon Watts mostrava ser tão capaz de comandar o destino cinematográfico de Spider-Man como Sam Raimi, Tom Holland mostrava-se como um excelente Spider-Man/Peter Parker (tão capaz dramaticamente como Tobey Maguire e Andrew Garfield, conseguindo puxar pela veia humorística do herói como Garfield o fez, sendo perfeito na imagem teen e imberbe).
Perante o enorme sucesso (público e crítico) do primeiro filme deste novo reboot, eis a sequela.
Peter Parker ainda está a lidar com as consequências vividas em “Avengers: Endgame”.
Para descanso, parte com a sua turma para uma viagem na Europa.
Mas o perigo nunca o larga. Nick Fury procura o herói para resolução de um (grande) problema.
“Spider-Man: Homecoming” colocava Spidey perante o coming of age que representava o seu (super-)poder e o seu lugar no mundo.
“Spider-Man: Far from Home” eleva a escala – Spidey vê-se agora sozinho, sem mentor, sem quem o acompanhe e ensine como (super-)herói e pessoa.
O argumento sabe carregar bem esse drama (existencial), criando um conjunto de situações que levam a que o “Aranhiço” tenha (mesmo) de crescer e afirmar-se como um herói adulto (apesar de ainda cometer algumas ingenuidades – o que origina boas gargalhadas no espectador).
A par disso há a intriga sentimental, à volta do first love – Peter procura avançar na sua relação com MJ (e que melhor cenário do que Veneza?), o que origina momentos divertidos e comoventes.
E que melhor que um par romântico? Três pares românticos. Além de Peter & MJ, ainda temos Happy & May (os seus momentos recordam algo da melhor screwball) e Ned & Betty (parceria inesperada, trabalhada de forma muito inteligente).
E ainda há toda a dinâmica do grupo. Argumento, diálogos e actores fazem-nos sentir todos aqueles meninos como um best of friends a viver alguns dos melhores momentos das suas vidas, com tudo a ser transmitido de forma muito viva.
Todos os Spider-Man Films até agora têm investido (e bem) nos melhores vilões do “Aranhiço” – Green Goblin (“Spider-Man”), Doctor Octopus (“Spider-Man 2”), Sandman, Venom e Green Goblin II (“Spider-Man 3”), Lizard (“The Amazing Spider-Man”), Rhino, Electro e Green Goblin II (“The Amazing Spider-Man 2”), Vulture (“Spider-Man: Homecoming”). Todos têm sido fiéis ao seu estilo como visto nos comics, com (melhor ou menor) desenvolvimento psicológico e relacional com Spidey.
Para “Far From Home”, o eleito é Mysterio, o mestre das ilusões, um perito na arte do engano via efeitos (especiais), que muitas vezes enganou Spidey.
Mysterio surge com uma variante (engenhosa) face ao que se conhece dos comics, mas fiel aos seus métodos e habilidades, proporcionando muitas surpresas (ao nosso herói a e nós).
Mas isto é um filme sobre…
SPIDER-MAN.
Humor, drama, personagens e incríveis vilões sempre fizeram parte do universo do “Aranhiço”, mas queremos sempre Spidey Action.
E o filme não faz concessões nisso.
Os ataques em Veneza, o confronto em Praga, o duelo decisivo em Londres, o swing por Nova Iorque, tudo traz set pieces de grande nível de espectáculo, com a tecnologia dos FX a ir sempre mais longe no realismo e detalhe, fazendo-nos sentir toda a vertigem das movimentações do nosso herói.
Excelentes diálogos, sempre reveladores das personalidades (as lines de MJ) e definidores das relações (Peter & Ned, Happy & May). Tal como em “Homecoming”, volta a ser visível a (boa) influência da escrita e das (excelentes) teen comedies de John Hughes.
Excelente fotografia.
Excelentes efeitos visuais.
Jon Watts confirma-se como o melhor maestro para o universo cinematográfico de Spider-Man, depois de Sam Raimi. Watts não tem a criatividade visual do autor de “Darkman” nem a capacidade de fazer referências a momentos da bd do herói, mas compensa com o bom ritmo dado, o saber equilibrar a fantasia com o “realismo”, com uma fusão maravilhosa de comédia & drama & acção, nunca deixa cair o drama na lamechice, não permite que a comédia escorregue para a parvoíce, evita que a acção esteja dependente de efeitos visuais, sabendo quando ceder ao (bom) espectáculo visual, deixando sempre os personagens e os actores a brilhar.
Excelente performance do elenco, todos muito puros e naturais nas suas entregas, em perfeita sintonia e química.
É Spider-Man de volta em grande e com grande Cinema ao seu serviço.
Tal como nas sagas anteriores a ele dedicados, esta sequela supera o original.
Muitos avanços em espectáculo e efeitos visuais, mas o filme está sempre focado na qualidade do argumento e na riqueza dos personagens.
Venha o próximo (onde muita coisa vai mudar e complicar-se, acreditem).
Spider-Man mostra que aprendeu (muito) com Iron Man e demonstra estar apto para comandar a linha da frente dos Avengers.
E é lindo o seu novo Spider-suit.
Obrigatório.
Spidey Power.
“Spider-Man: Far from Home” já está nas nossas salas.
Nota: há duas cenas extra durante o (divertido) genérico final – trazem surpresas (atenção a um personagem, que faz um saudoso regresso) e abanões no mundo do “Aranhiço”.
Realizador: Jon Watts
Argumentistas: Chris McKenna, Erik Sommers, a partir do personagem criado por Stan Lee & Steve Ditko
Elenco: Tom Holland, Zendaya, Jacob Batalon, Angourie Rice, Jon Favreau, Jake Gyllenhaal, Samuel L. Jackson, Cobie Smulders, Marisa Tomei, Martin Starr, Tony Revolori
Site – https://www.spidermanfarfromhome.movie
Featurette:
Orçamento – 160 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 185 milhões de Dólares (USA); 580 (mundial)
A importância de “Spider-Man: Far from Home” no MCU:
- A vida de Spider-Man pós “Avengers: Endgame”.
- O seu afirmar junto da comunidade Avengers e da S.H.I.E.L.D..
- A relação da Tia May com Happy Hogan.
- A relação Peter Parker/MJ.
A Marvel:
Spider-Man na Marvel:
https://marvelcinematicuniverse.fandom.com/wiki/Spider-Man
https://marvel.fandom.com/wiki/Peter_Parker_(Earth-616)
https://www.marvel.com/characters/spider-man-peter-parker
https://www.marvel.com/comics/discover/1130/start-here-spider-man
Tom Holland queria que o vilão fosse Kraven The Hunter, interpretado por Jason Momoa (ora aí está uma óptima ideia para o terceiro filme). “Por acaso”, Jon Watts também quer Kraven como o vilão do próximo filme.
Jake Gyllenhaal chegou a estar pensado para interpretar Spider-Man – foi em 2004, para “Spider-Man 2”, como substituto de Tobey Maguire, pois este tinha sofrido um acidente que o deixou limitado devido a uma lesão nas costas.
Na mala de Peter aparece a indicação “BFP” – é referência a Benjamin Franklin Parker, o Uncle Ben.
Segundo o seu passaporte, Peter nasceu a 10 de Agosto. Spider-Man apareceu pela primeira vez no “Amazing Fantasy #15”, editado a… 10 de Agosto de 1962.
É o último filme da Phase 3 do Marvel Cinematic Universe.
O MCU:
https://www.dailydot.com/parsec/mcu-movies-order-marvel-cinematic-universe-timeline/