Season 1
Uma das séries-sensação da actualidade.
Aventura adolescente, misto de sci-fi, thriller e terror, com muita nostalgia 80s e cinefila.
Hawkins, uma pequena povoação do interior americano, vive o drama do desaparecimento de um rapazinho da zona.
Polícia, a mãe e os seus amigos partem no encalço do desaparecido.
E descobrem uma misteriosa e assustadora verdade.
Criadores: Matt Duffer, Ross Duffer
Elenco: Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Cara Buono, Matthew Modine
Site – https://www.netflix.com/pt/title/80057281
Trailer
Imagine-se que Steven Spielberg, John Carpenter, Joe Dante, Robert Zemeckis, John Hughes, Stephen King e Chris Carter se juntavam e criavam uma série.
Pois bem, “Stranger Things” poderia ser o resultado final.
Numa primeira abordagem, a série conta (muito bem) uma história simples e bem engendrada que combina conspiracy thriller, terror, sci-fi e aventura adolescente.
Mas o mérito máximo da série é mesmo toda essa sensação de nostalgia mix, onde são visíveis as influências e homenagens aos nomes já referidos.
Toda a série tem um tom, ritmo e estética que remete para o melhor do género Made in the 80s, principalmente o modelo criado, desenvolvido e patrocinado pelo autor de “E.T.”.
Os mais atentos e cinéfilos (principalmente o que cresceram nessa década e ao som desse Cinema) vão-se regalar com as referências e com o estilo da série.
Independente disso está uma história bem contada, plena de surpresas, que faz descobertas de forma lógica e progressiva.
Por outro lado, há uma história de amizade (o trio protagonista) que comove, uma história de amor (não inteiramente retribuída) que cativa e todo o drama adulto (a mãe que perdeu o filho) que emociona.
Bons meios de produção, que resultam na grande qualidade da fotografia, dos efeitos visuais e de caracterização.
O elenco é puro ouro e comporta-se de forma verdadeiramente extraordinária.
Winona Ryder é absolutamente excelente como mãe desesperada, tanto pela descoberta do filho como pela urgência em mudar as coisas no seio familiar.
David Harbour convence bem como Xeriff empenhado, tanto em luta contra o mal que lhe assola a povoação como com os seus fantasmas interiores.
Finn Wolfhard é uma fantástica revelação, compondo uma criança dinâmica, com capacidade de liderança e em descoberta das suas emoções.
O trio de petizes é absolutamente perfeito na criação da química entre eles, maravilhosamente naturais na criação dos seus personagens, convencendo-nos plenamente que são (mesmo) best friends.
O melhor que o audiovisual televisivo nos deu em largos anos, dentro do género e no geral.
Os Irmãos Duffer são um surpreendente talento, a acompanhar com muita, muita atenção.
(Chris Carter bem os poderia contratar para dar a bem urgente revitalização a “The X-Files”)
Absolutamente obrigatório.
“Stranger Things” terminou a sua Season 1.
Já há boatos para uma Season 2. Venha ela. Pleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeease.
Winona Ryder interpreta uma mãe que vive o drama de um filho desaparecido. Quando fez “Little Women” (1994), Winona doou um fundo de 200.000 Dólares no sentido de se localizar Polly Hannah Klaas, uma menina raptada, que seria depois encontrada assassinada. Ainda hoje, Winona é uma forte apoiante da “Polly Klaas Foundation for Prevention of Child Abduction”.
Millie Bobby Brown teve de rapar todo o seu cabelo. Algo preocupada com o visual, os Irmãos Duffer mostraram-lhe o look de Charlize Theron em “Mad Max: Fury Road”. Millie gostou e não se mostrou relutante ao corte de cabelo.
O logo da série é inspirado nos logos de covers usadas em dois romances de Stephen King – “Cujo” e “Christine”.
Num momento, um state trooper lê “Cujo”, um romance de Stephen King (já levado ao Cinema).
A Polícia de Hawkins usa carros e uniformes semelhantes aos vistos e usados pela polícia de “Jaws” (de Steven Spielberg) e “Jaws 2”.
Em cada episódio são vistos posters de populares filmes de terror e sci-fi.
Um personagem chama-se O’Bannon – referência a Dan O’Bannon, argumentista de “Alien” (1979, de Ridley Scott) e “Dark Star” (1974, de John Carpenter).
Um personagem chama-se John Byers. John (Fitzgerald) Byers era um dos “Lone Gunmen” em “The X-Files”.
O filme tem um score muito inspirado pela estética musical dos Tangerine Dream, relevante banda de pop electrónica, muita vezes usada em Cinema.
O jogo “Dungeons and Dragons” é frequentemente referido.
A canção no funeral é “Elegia”, dos New Order, uma muito relevante banda de electro pop dos 80s.
Sobre a série:
http://www.empireonline.com/movies/features/stranger-things-duffer-brothers-share-secrets-hit-show/
http://www.empireonline.com/movies/news/stranger-things-season-2-will-like-harry-potter/