Título original – The Legend of Tarzan
Tarzan é uma figura mítica do Cinema e da Literatura.
Genial criação do grande Edgar Rice Burroughs, Tarzan já viu imensos rostos e versões (a Disney já lhe fez uma, numa estupenda e inovadora animação).
Eis uma nova versão.
John Clayton vive em Londres, a cuidar do património da sua família.
Um cientista pede-lhe ajuda no sentido de acabar com um tráfico de pedras preciosas e com a escravidão de um povo.
Relutante, Clayton acaba por se meter na contenta. Até porque a sua amada Jane foi raptada pelos vilões.
Clayton regressa a África e a um mundo que conhece e onde foi educado.
Um mundo que o conhece como Tarzan, o Rei da Selva.
“The Legend of Tarzan” tenta ser menos fantasista e actioner que algumas das versões anteriores, procurando um maior realismo e dramatismo (à semelhança do que se tinha feito no belíssimo “Greystoke: The Legend of Tarzan, Lord of the Apes”, de 1984, de Hugh Hudson, com Christopher Lambert, Andie MacDowell, Ian Holm e Ralph Richardson – título de urgente redescoberta e revalorização, pois é a mais fiel e definitiva visão sobre o romance de Burroughs), aliado a uma consciência ecológica e humanitária bem pertinente nos dias de hoje.
Não estamos perante a típica origin story, pois os eventos já decorrem com Tarzan já adulto, formado e no mundo civilizado, deixando as explicações sobre o seu passado em flashbacks que surgem de forma adequada e não prejudicam o ritmo.
Bom trabalho a nível de fotografia e de efeitos visuais.
Alexander Skarsgård não se sai muito mal como Tarzan, dando-lhe uma adequada dinâmica animal. Lamenta-se a incapacidade de transmitir emoção.
Christoph Waltz compõe aquele vilão escroque que ele tão bem sabe fazer, mas já soa a algo repetitivo face ao que o actor já fez.
Samuel L. Jackson continua no seu (habitual) registo cool, nada trazendo de novo ao personagem nem à galeria interpretativa do actor.
Margot Robbie até acaba por ser a raínha do filme, compondo uma Jane bem aguerrida, mas igualmente feminina.
David Yates dirige com eficácia, equilibrando algum sentido clássico e alguma modernidade (algumas cenas de acção trazem alguma estética videogame), com laivos de criatividade (os tours pela selva e pelas árvores quando Tarzan faz swing permitem uma total deambulação por parte do espectador – algo que recorda o magnífico filme de animação feito pela Disney, um título também de redescoberta obrigatória), fazendo bom uso dos efeitos visuais.
Nada de novo nos é contado ou mostrado (alguns dos swings de Trazan pela selva parecem imitações dos passeios de Spider-Man por Nova Iorque), mas o filme cumpre, com total honestidade, o seu dever de entretenimendo.
Recomendável.
“The Legend of Tarzan” ainda está nas salas portuguesas.
Realizador: David Yates
Argumentistas: Adam Cozad, Craig Brewer, a partir do romance de Edgar Rice Burroughs
Elenco: Alexander Skarsgård, Christoph Waltz, Samuel L. Jackson, Margot Robbie, Jim Broadbent, Djimon Hounsou
Site – http://legendoftarzan.com/
Orçamento – 180 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 124 milhões de Dólares (USA); 335 (mundial)
Alexander Skarsgård aceitou fazer o filme para impressionar o seu pai (Stellan Skarsgård), grande fã de Tarzan.
Michael Phelps (campeão olímpico de natação) foi ponderado como Tarzan. Johnny Weissmuller, o mais famoso Tarzan, também foi campeão olímpico de natação.
Emma Stone recusou ser Jane.
Jessica Chastain ia ser Jane, mas devido ao atraso do início das filmagens, a actriz abandonou o projecto.
Guillermo del Toro e Stephen Sommers estiveram envolvidos no filme, numa fase prévia de pré-produção.
Gary Ross e Susanna White foram ponderados como realizador.
David Yates teve sempre em mente Skarsgård como protagonista.
Skarsgård derrotou candidatos como Henry Cavill, Tom Hardy e Charlie Hunnam.
Skarsgård foi sujeito a um rigoroso treino e dieta de 5 meses.
Numa primeira fase, o argumento seguia duas obras de Edgar Rice Burroughs – “The Return of Tarzan” e “Tarzan and the Jewels of Opar”.
John Hurt participou no filme, mas as suas cenas ficaram de fora da montagem final.
Reencontro entre Christoph Waltz e Samuel L. Jackson, depois “Django Unchained” (2012).
Nenhum animal foi utilizado. Todos os animais visíveis são criação por efeitos digitais.
Nos momentos em que Tarzan balanceia pela selva, este é uma animação digital, inspirada por um artista do Cirque du Soleil.
O filme é dedicado a Jerry Weintraub, um dos mais relevantes produtores de Hollywood dos último 30 anos. Faleceu em Junho de 2015. Este foi o seu último filme.
Baseado num comic da Dark Horse Comics.
https://www.darkhorse.com/Search/tarzan
Tarzan no Cinema
http://www.listchallenges.com/tarzan-of-the-movies
http://www.cheatsheet.com/entertainment/5-best-tarzan-movies-ever-made.html/?a=viewall
http://www.tarzanmovieguide.com/tarzan_modern.htm
https://letterboxd.com/sailordanae/list/tarzans-complete-list-of-films/
Os rostos de Tarzan
https://reelrundown.com/celebrities/Actors_Who_Have_Played_Tarzan
Sobre Edgar Rice Burroughs
https://www.edgarriceburroughs.com/
http://www.goodreads.com/author/show/10885.Edgar_Rice_Burroughs
–
Muito obrigada pela crítica. O filme está na minha lista, mas sem grande urgência. PS: Gosto que deixes trivia e outros tópicos informativos quando escreves sobre os filmes, é um extra interessante, e eu gosto! Continua!
Muito obrigado pela tuas palavras, Helena.
(são e és sempre bem-vinda(s))
O filme vê-se muito bem. Nada de extraordinário (enquanto filme, no género e na galeria cinematográfica Tarzan), mas cumpre o entretenimento com honestidade e profissionalismo.
Recomendo mesmo é a versão de 1984 e, claro, a saga com Johnny Weissmuller.
Sem esquecer, como é óbvio, a magnífica versão animada da Disney.
Sim, sempre que posso, encontro, descubro, sei, procuro sempre colocar algo extra sobre o filme, à volta dele ou nas filmagens.
Há sempre detalhes interessantes.
A tua reacção mostra que há quem mais ache tal relevante.
Mais uma vez Obrigado.
Volta sempre. E diz sempre algo.