Título Original – The Man in the High Castle
Philip K. Dick é um dos mais relevantes escritores de Sci-Fi de sempre.
O Cinema já recorreu a ele por várias vezes, fazendo grandes (“Blade Runner”, “Total Recall”), excelentes (“A Scanner Darkly”, “The Adjustment Bureau”), medianos (“Minority Report”, “Paycheck”), dignos de curiosidade (“Impostor”, “Screamers”) e medíocres (“Next”) filmes.
“The Man In The High Castle” é um dos seus mais famosos e provocadores romances.
Recebe uma adaptação a preceito, para Televisão.
Ridley Scott produz.
Frank Spotnitz (um dos criativos de “The X-Files”) adapta a obra de Dick.
USA, anos 60.
O final da Segunda Guerra Mundial deu-se numa derrota dos Aliados, com uma vitória suprema dos nazis e dos japoneses.
Os USA estão divididos em três partes – a costa atlântica pertence aos nazis, a do Pacífico está sob alçada dos japoneses, no meio há uma zona neutra.
Pelo país nasce um movimento de resistência devido a uns misteriosos filmes que mostram uma timeline onde os Aliados venceram.
O emissário de tais filme é um tal “Homem do Castelo Alto”.
Resistentes e autoridades jogam ao gato e rato para perceber o que se passa, quem é o dito homem, passar ou travar a mensagem, procurando mudar o rumo da nação.
Pelo meio, nazis e japoneses tecem várias intrigas no sentido do domínio total sob os USA.
Criador: Frank Spotnitz
Baseado no romance de Philip K. Dick
Elenco: Alexa Davalos, Rupert Evans, Luke Kleintank, Cary-Hiroyuki Tagawa, Rufus Sewell
Secundários: DJ Qualls, Joel de la Fuente, Arnold Chun, Carsten Norgaard, Lee Shorten, Rick Worthy
O contexto espácio-temporal já é provocatório, fascinante e perturbante.
Spotnitz e cia. pegam nele e fazem uma bem urdida mix de war movie à 40s (aqueles que ajudavam no esforço de guerra), melodrama à 50s, drama de guerra e resistência, aliado a um clássico conspiracy thriller.
Apesar do tom cativante da componente sci-fi e thriller, a série carrega sempre uma forte presença humana e emocional.
A resistente que procura honrar a memória da irmã, proteger a família, dividindo o coração entre dois homens.
O namorado dela, sempre na procura do equilíbrio entre protecção a ela, a cautela e a vontade em mudar as coisas.
O aliado dela e as suas dúvidas face ao sistema.
O político japonês e o seu olhar sobre o mundo.
O oficial nazi e o contraste ente a brutalidade do seu trabalho e a tranquilidade da sua vida familiar.
É nesta riqueza de personagens, nas suas motivações, emoções e complexidade das relações, que reside a grande força narrativa da série.
Bons valores de produção (grande qualidade na fotografia, cenografia e efeitos visuais), histórias bem escritas, emoção, personagens densos e credíveis, intriga, drama e muitas surpresas e reviravoltas.
Óptima prestação de todo o elenco, sendo de destacar uma esplêndida Alexa Davalos (sempre determinada e emotiva), um comovente Cary-Hiroyuki Tagawa (com um personagem carregado de dor, valores e mistérios), um convincente Rupert Evans (dedicado à família, amigos e à sua amada), um misterioso Luke Kleintank (reserva muitas surpresas na sua atitude) e um temível Rufus Sewell (um rigoroso, sagaz e implacável oficial nazi americano).
A Season 1 termina com um cliffhanger capaz de nos fazer cair o queixo, deixa-nos cheios de perguntas e expectativas para o que vem aí.
Obrigatório.
“The Man In The High Castle” terminou a Season 1 e tem a sua Season 2 a caminho na rentrée de 2016.
Trailers
Sobre Philip K. Dick
http://www.goodreads.com/author/show/4764.Philip_K_Dick
http://www.philipkdickfans.com/
Há muito que se pretendia adaptar este livro de Dick. Em 2010, a BBC planeou uma mini-série em quatro episódios. Ridley Scott seria o produtor. Em 2013, o projecto mudou para o canal “SyFy”. Scott continuava como produtor, Spotnitz entrava em cena. Mas tudo se mudou para a Amazon.
A produção fez imensa investigação sobre as áreas da música, roupa e tecnologia, no sentido de ser credível ao mostrar os USA dos 60s com influência nazi e japonesa.
No livro de Dick, “The Grasshopper Lies Heavy” é o título de um livro escrito pelo “Homem do Castelo Alto”, onde faz um relato de um final diferente da guerra – um final onde os Aliados ganham. Na série, “The Grasshopper Lies Heavy” é o título dos filmes que o dito homem distribui.
Num momento, vê-se um personagem a criar unicórnios através de origami. Em “Blade Runner” (1982, de Ridley Scott, a partir do livro de Dick, “Do Andorids Dream of Electric Sheep?”), há um personagem que faz origami e um outro que sonha com unicórnios.
Frank Spotnitz sabe como quer terminar a série. O final da Season 1 só foi escrito depois dele saber que haveria uma Season 2. Spotnitz já garantiu que a Season 2 vai explicar o que aconteceu aos afro-americanos.
Em Novembro de 2015, vários posters publicitários à serie eram colocados na rede de metro de Nova Iorque. Mostravam a nação americana governada por nazis. Tais posters causaram confusão na população. O Mayor da cidade mandou retirá-los de circulação.
Produzida e distribuída (via streaming) pela Amazon.
O projecto televisivo da Amazon visa produzir Pilots, para depois os exibir via streaming. Se os resultados do público forem favoráveis, a série avança. Os resultados do streaming do Pilot de “The Man in the High Castle” foram elevados e surpreendentes.
Filmado em Vancouver e pela British Columbia.