Título original – Captain Horatio Hornblower
Título UK – Captain Horatio Hornblower, R.N.
C.S. Forester é um dos grandes escritores para aventuras históricas.
O seu Capitão Horatio Hornblower é uma das suas melhores criações e um grande personagem do género (jovem oficial da Marinha britânica e viver mil e uma aventuras nos mares e em terra).
Claro que o Cinema, sempre sedento de boas aventuras, o procurou.
Com grandes nomes, resultando num mar de grande Cinema.
Durante as guerras napoleónicas, o Capitão Horatio Hornblower e a sua tripulação enfrentam um dilema – um confronto com o inimigo e o salvar de uma Dama a bordo.
Epopeia marítima, plena de acção, aventura e romance.
Mas o filme é também a epopeia de um homem, oficial da Royal Navy, fiel aos seus princípios, leal ao seu patriotismo, íntegro com a sua tripulação e intrépido nas suas acções.
Todos os pergaminhos do género, aplicados pela melhor das receitas, com grande sentido de espectáculo, entretenimento e organização.
Magníficas batalhas navais, em perfeito uso de sets, practical effects e miniature effects. E tudo sem CGI, pessoal.
Excelente fotografia (em glorioso Technicolor), cenografia e guarda-roupa.
Raoul Walsh sabia dar punch vigoroso em qualquer género. O seu forte era no Film Noir e no Gangster Film, mas até neste reste registo de action-adventure a sua marca é definida. Walsh é tão vigoroso nas cenas de combate como delicado nas cenas românticas, sabendo contar muito com pouco (a ilustração da casa de Hornblower quando ele lê a carta da esposa).
Gregory Peck não é nome que associemos ao swashbuckler marítimo (Errol Flynn é e será sempre O maior nestas coisas), mas o protagonista de “To Kill a Mockinbird” sabe dar convicção moral e heróica ao seu personagem.
Virgina Mayo é uma das maiores beldades de sempre do Cinema (infelizmente algo esquecida hoje) e fica sempre linda em Technicolor. E é sempre delicada e ardente.
Uma das definitivas aventuras marítimas.
Obrigatório.
“Captain Horatio Horblower” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados a bom preço.
Realizador: Raoul Walsh
Argumentistas: Ivan Goff, Ben Roberts, Æneas MacKenzie, C.S. Forester, a partir do personagem e romances de C.S. Forester
Elenco: Gregory Peck, Virginia Mayo, Robert Beatty, Moultrie Kelsall, Terence Morgan, James Kenney, James Robertson, Denis O’Dea, Richard Hearne, Michael Dolan, Stanley Baker, Christopher Lee
Trailer
Clips
O Main Theme
Orçamento – 2.4 milhões de Dólares
Bilheteira – 5.3 milhões de Dólares
C.S. Forester escreveu 11 romances dedicados a Horatio Hornblower. Hornblower chega a liderar um motim, enfrenta um tribunal militar, impede uma invasão à Irlanda por Napoleão, descobre um traidor no almirantado, impede o assassinato do czar Alexandre I, conhece Simon Bolivar, chega a ser premiado como Chevalier pela Legion d` Honor por Napoleão III), terminando as suas aventuras a sair da Marinha.
Quando a Warner Brothers comprou os direitos cinematográficos da saga literária, tinha Errol Flynn em mente como protagonista. Flynn era a estrela do género para a Warner desde os anos 30. Mas com o (injusto) flop de “The Adventures of Don Juan” (1948) acrescido de alguns comportamentos erráticos do actor, o estúdio procurou outro protagonista. Burt Lancaster foi pensado (ela já estava a crescer como estrela do género – “The Flame and The Arrow”, “The Crimson Pirate”), mas não foi visto como ajustado a um oficial britânico. Gregory Peck foi então escolhido.
Peck foi cedido por David O. Selznick. O actor estava sobre contrato com o produtor.
Virginia Mayo foi escolhida após a recusa de muitas actrizes inglesas de gabarito.
Peck queria Margaret Leighton. Jack Warner (líder da Warner Bros.) preferiu Virginia Mayo.
Stanley Baker andava com dificuldade em encontrar trabalho. Depois deste filme andou sempre activo.
David Garth fez uma audition para um personagem.
Numa fase, chegou-se a ponderar Laurence Olivier e Vivien Leigh como protagonistas, com William Wyler a realizar.
O argumento segue três romances da saga “Hornblower” – “Beat to Quarters” (ou “The Happy Return”), “Ship of the Line” e “Flying Colours”. Foram todos editados em 1938.
Filmado em estúdio, no Reino Unido, no Essex.
Primeiro filme de Jack Watson (o Capitão Sylvester).
James Costa era o actor que interpretava Hernandez. Mas Costa fez tantas exigências (salariais também) e era tão incómodo na sua forma de interpretar, que logo foi despedido. Alan Tilvern substituiu-o.
Christopher Lee é sujeito a uma caracterização para ter pele mais escura e assim parecer hispânico.
Peck achou que Raoul Walsh não se interessava pelas cenas com diálogo. Nessas cenas, Walsh sentava-se e lia um jornal.
Para se poupar custos, reutilizou-se o “Hispaniola” de “Treasure Island” (1950), com o nome de “Lydia”.
O navio onde o Tenente William Bush e o Capitão Horatio Hornblower conhecem o Almirante é o H.M.S. Victory. Este navio ainda estava activo no Século XX.
Nos livros, a relação entre Hornblower e Bush é mais descontraída.
Nesse ano, foi o filme mais caro da Warner Bros., mas foi também o de maior sucesso.
No Reino Unido, o filme teve o título “Captain Horatio Hornblower R.N.” (R.N. – Royal Navy).
Em Janeiro de 1952 o “Lux Radio Theater” emitiu uma versão radiofónica de 60 minutos. Gregory Peck e Virginia Mayo retomaram os seus personagens.
Gregory Peck e Raoul Walsh reencontrar-se-iam no ano seguinte para mais uma (excelente) aventura marítima – “The World In His Arms”.
Gregory Peck, Stanley Baker e James Robertson Justice reencontrar-se-iam em “The Guns of Navarone” (1961).
Horatio Hornblower voltaria ao audiovisual, mas em Televisão, numa série (muito elogiada e premiada) de 8 telefilmes (de grande luxo de produção), com Ioan Gruffudd como protagonista.
Sobre C.S. Forester
https://www.britannica.com/biography/C-S-Forester
https://www.goodreads.com/author/show/932179.C_S_Forester
https://www.thriftbooks.com/a/cs-forester/201161/
https://csforester.wordpress.com/
https://www.fantasticfiction.com/f/c-s-forester/
https://hornblower.fandom.com/wiki/C.S._Forester
http://www.saidadeemergencia.com/autor/cs-forester/