Título original – Scorpio
Duas lendas do Cinema em confronto.
Época da Guerra Fria.
Scorpio, um assassino a soldo, é contratado pela CIA para eliminar um ex-operacional.
Inicia-se um jogo de gato-e-rato, mas nem tudo é o que parece.
O mundo da intelligence americana e europeia, tratada como um simples actioner, em jeito de jogo de gato-e-rato, entre o agente veterano já cansado e o jovem ambicioso.
Poderia servir para um retrato do meio e para se estabelecer um duelo de mentalidades e lealdades.
Mas tudo fica como o mais banal no modelo do actioner, com espaço para nada mais que um par de perseguições (há uma até muito bem executada) e tiroteios.
O título refere-se a Scorpio, mas o argumento não lhe dá a devida importância na narrativa.
Acaba por ser um duelo e perseguição entre Scorpio e o seu Master.
Michael Winner fiel ao seu estilo – violento, oco, directo, brusco em transições, em busca de efeitos fáceis.
Burt Lancaster e Alain Delon tinham carisma e talento que chegasse, mesmo quando pouco lhes é exigido.
Uma visão banal, ainda que entretida, sobre os serviços secretos.
Vê-se bem.
“Scorpio” não tem edição portuguesa, mas existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: Michael Winner
Argumentistas: David W. Rintels, Gerald Wilson, David W. Rintels
Elenco: Burt Lancaster, Alain Delon, Paul Scofield, John Colicos, Gayle Hunnicutt, J.D. Cannon
Trailer
Clips
Orçamento – 4 milhões de Dólares
Bilheteira – 1.4 milhões de Dólares; 1 milhão de espectadores (França)
O argumento começou pela mão de David Wintels, que o vendeu a Walter Mirisch, que estava ligado à United Artists.
Mirisch considerou Ryan O’Neal e Rod Steiger como protagonistas.
Michael Winner interessou-se mas pediu alterações ao argumento. Mirisch discorda e Winner sai de cena. A United Artists retira Mirisch e dá controlo total a Winner. Winner chama o seu habitual argumentista Gerard Wilson (“Stone Killer, “Death Wish”, “Lawman”) para reescrever o argumento.
Winner interessou-se pelo facto de ser um spy thriller sério e realista.
Mirisch ainda ficou com o crédito de producer.
Reencontro entre Burt Lancaster e Alain Delon, depois de “Il Gattopardo” (1963, de Luchino Visconti).
Reencontro entre Burt Lancaster e Paul Scofield, depois de “The Train” (1964).
Apesar da imagem pouco simpática dada da CIA, Winner teve permissões para filmar nas suas instalações, em Langley, Virginia.
Lancaster fez todas as stunts na cena da perseguição.
Lancaster tinha um equipamento de ginástica sempre disponível. Era uma exigência sua.
A casa de Cross é a do director da CIA da época.
Quando Cross entra no carro, em Viena, ele vem da mesma casa onde Harry Lime aparece pela primeira vez em “The Third Man” (1949).
Burt Lancaster consideraria o filme como um simples actioner.