O Passageiro da Chuva (1970)

 

Título original – Le Passager de la Pluie

 

Um dos filmes mais populares dos 70s.

Par de estrelas, realizador de prestígio, argumentista reputado.

 

Uma jovem mulher é atacada durante a noite, em casa. Mas mata o agressor, ocultando o crime e o cadáver.

Um homem misterioso aparece-lhe e parece estar a par de tudo.

E um estranho jogo de manipulação começa.

Ao murder mystery (sabemos quem morreu e quem matou, mas há quem não saiba) alia-se o thriller psicológico.

A narrativa acaba por apostar mais nesta vertente, com um conjunto de acções que visam a manipulação, desgaste e o limite da humilhação física e psicológica.

Em tal reside a força do argumento, conseguindo sempre a devida cumplicidade/simpatia do espectador face à vítima, deixando-o interessado sobre o porquê de tudo aquilo e qual o desfecho.

Mas também é a sua fraqueza.

Ao fim de algum tempo tal acaba por cansar, pois vítima e espectador não conseguem perceber o porquê de tudo aquilo. E quando se percebe, interrogamo-nos sobre o porquê de tanta treta (pseudo-)dramática.

Ainda por cima tudo isto causa atropelos narrativos, pois não se consegue compreender para onde rumam todos aqueles eventos.

Bonita música de Francis Lai.

René Clément consegue fazer sentir esse cerco geográfico, físico e psicológico.

Charles Bronson investe no seu habitual estoicismo, brutalidade viril e macho, com aquele sorriso irónico.

Marlene Jobert é um poço de beleza e determinação, sendo bem convincente no seu desespero. É uma das suas melhores e mais emblemáticas performances. E sempre a “desfilar” um belo guarda-roupa.

Já muito datado no seu estilo narrativo (a história pede um remake mais fluido na forma de contar a história), mas não deixa de ser um título curioso e reflexo da sua época (onde registou um enorme sucesso europeu, com Portugal incluído).

 

Recomendável.

 

“Le Passager de la Pluie” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.

Realizador: René Clément

Argumentista: Sébastien Japrisot

Elenco: Charles Bronson, Marlène Jobert, Gabriele Tinti, Jean Gaven,

Jean Piat, Jill Ireland

 

Trailer

 

A música de Francis Lai

 

Marlène Jobert sobre o filme

 

Bilheteira – 31 milhões de Dólares; 4.7 milhões de espectadores (França)

 

“Melhor Filme Estrangeiro”, nos Globos de Ouro 1971.

“Especial David” (Marlène Jobert), nos David di Donatello 1970.

Nomeado para “Melhor Filme”, nos Edgar Allan Poe 1971. Perdeu para “Indagine su un Cittadino al di sopra di ogni sospetto”

Nomeado para “Melhor Filme Estrangeiro”, nos Laurel 1971. Perdeu para “Indagine su un Cittadino al di sopra di ogni sospetto”.

George Segal foi a primeira escolha como protagonista.

 

Filmado na Riviera Francesa.

Segundo Annie Cordy, Marlène Jobert era adorável, René Clément era um cavalheiro, mas Charles Bronson era muito antipático.

Todas as cenas eram filmadas duas vezes, uma em Francês, a outra em Inglês.

Bronson aprendeu a pronunciar as suas lines em Francês. Isto para que houvesse sincronismo labial quando fosse dobrado.

O realizador John Berry dobrou Bronson, algo que já tinha feito em “Adieu, L`Ami” (1968).

 

A canção da versão francesa tem a voz de Severine; a canção da versão em Inglês tem a voz de Peggy Lee.

O filme foi muito relevante na criação do stardom de Charles Bronson na Europa.

A canção dos The Doors “Riders on the Storm” foi influenciada por este filme. Jim Morrison ficou muito abalado pelo filme.

Charles Bronson tentou fazer um remake nos 80s, com produção da Cannon Films (a quem o actor estava ligado por contrato), mas nada avançou.

 

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