Título Original – The X-Files
(Seasons 1-9)
É uma série de culto (cultíssimo).
Causou uma revolução na Televisão e mudou as regras.
Criou uma devota geração de Nerds.
Regressou em 2016, onde mostrou que continua a conquistar os nerds veterenos e novos.
Fox Mulder e Dana Scully são dois agentes do FBI.
De visões opostas sobre certos aspectos (ele acredita no sobrenatural, ela é cientista; ele é descrente, ela é religiosa), os dois fazem parceria na investigação de casos que desafiam a Lógica e a Ciência, entrando no campo do Sobrenatural.
Mas Mulder & Scully vão também descobrir uma tenebrosa conspiração, que dura há décadas, que visa esconder a existência de vida extra-terrestre.
Uma conspiração que vai revelar contornos muito próximos a ambos.
Assim é trabalhar nos “The X-Files”.
Criador: Chris Carter
Protagonistas: David Duchovny, Gillian Anderson
Secundários: Mitch Pileggi, Robert Patrick, Annabeth Gish, Tom Braidwood, Bruce Harwood, Dean Haglund, William B. Davis, Nicholas Lea, Jerry Hardin, Steven Williams, Laurie Holden, Rebecca Toolan, Sheila Larken, John Neville, Don S. Williams, Chris Owens, Mimi Rogers, Brian Thompson, Arlene Warren, Brendan Beiser, Bill Dow, Peter Donat, Travis Riker, Cary Elwes, Melinda McGraw, Megan Leitch, James Pickens Jr., Michael McKean, Pat Skipper, Charles Cioffi, Adam Baldwin, Jolie Jenkins
Site – http://www.fox.com/the-x-files
Intro
Ao longo de 9 Seasons e 202 episódios, Mulder & Scully enfrentaram conspirações, assassinos, psicopatas, alienígenas, vírus, monstros, vampiros, criaturas, crianças e adolescentes demoníacos, metendo-se também em situações bem divertidas. No meio de tantas peripécias, ambos “morrem” e “ressuscitam”.
Encontram os mais diversos personagens, desde colegas fiéis (John Doggett e Monica Reyes) aos infiéis (Jeffrey Spender e Diana Fowley), aliados (Skinner), inimigos (Alex Krycek) e até de posturas dúbias (Deep Throat, X, Marita Covarrubias, o Senador Richard Matheson, Kersh), dos mais bizarros (os nerds “The Lone Gunmen”, o escritor Jose Chung) às mais excitantes (a voluptuosa Dra. Bambi), até inimigos com alguma complacência a ambos (The Cigarrette-Smoking Man, The Well-Manicured Man).
Chris Carter queria criar um scary tv show, com qualidades cinematográficas.
Conseguiu.
A série ostenta grande virtuosismo técnico e estético, graças à excelência dos trabalhos de fotografia (com fortes recursos à silhueta e a um perfeito uso de luzes e sombras), cenografia (Vancouver e estúdio passavam por qualquer sitio dos USA), caracterização (com moldes bem superiores a muito horror movie da época) e efeitos visuais (de grande eficácia e qualidade, tendo em conta as limitações televisivas).
Há grande rigor na elaboração dos argumentos, desde a originalidade, à organização, aos desfechos sempre em aberto e à muito bem conseguida fronteira entre fantasia, sci-fi, religião e ciência.
As realizações eram também de grande nível, mostrando que em 45 minutos pode-se fazer tão bem (ou melhor) que muito do anda/andava no panorama cinematográfico.
Mas onde a série se distingue é mesmo nos seus protagonistas.
Fox Mulder e Dana Scully.
Mulder & Scully.
De visões opostas sobre certas questões, os dois agentes usam tais diferenças para uma dupla visão/investigação dos casos.
A passagem do tempo obriga-os a empenhada parceria e a uma crescente e profunda amizade.
A evolução da relação permite os mais diversos comportamentos de ambos e as mais densas emoções, mostrando a complexidade de Mulder & Scully, bem como da sua relação:
- Scully aberta a possibilidades extremas (“Beyond the Sea”)
- Ambos de armas apontas um ao outro (“Ice”)
- Scully a tentar uma vida pessoal (“The Jersey Devil”)
- Mulder a ter uma “escapadinha” (“3”)
- Scully com ciúmes (“Fire”, “Syzygy”, “War of the Coprophages”)
- Mulder to the rescue a Scully (“Memento Mori”)
- Scully to the rescue a Mulder (“Endgame”)
- Mulder a desfalecer (perante a sua impotência em salvar Scully do seu coma – “One Breathe”)
- Scully a ficar abalada (as mutilações das vítimas e quando ela fica refém do assassino – “Irresistible”)
- Mulder e Scully chegam a ser baleados e a matar
- Mulder e Scully “morrem” e ressuscitam
- Scully crente (tanto em UFO`s e Aliens – “Patient X” – como no divino – “All Souls”)
- Mulder céptico (“Redux”/”Redux II”, “Patient X”/”The Red and the Black”)
- Os dramas familiares de Mulder (“Colony”, “Anazazi”, “Paper Hearts”, “Closure”) e de Scully (“Beyond the Sea”, “One Breath”, “Memento Mori”, “All Things”)
- Mulder & Scully em diversão (“Bad Blood”, “The Rain King”, “Arcadia”, “First Person Shooter”)
- Mulder & Scully na intimidade (“Millennium”, “Existence”, “The Truth”)
Apesar dos chills, thrills and laughs que a série sempre proporcionou, o ponto dominante foi a relação dos protagonistas – a amizade entre eles, as reacções que cada um tinha face aos acontecimentos e as emoções que estes geravam neles.
Claro que com tamanha dimensão de Seasons e episódios, há sempre altos e baixos.
A Season 1 cria o conceito e mostra as áreas por onde a série se move, apresentando personagens, desenvolvendo-os, dando-nos excelentes scary & intriguing episodes e criando pequenos laivos da conspiracy que seria recorrente. Potente Season Finale, com a descoberta de parte da verdade e o fim dos “The X-Files”.
A Season 2 traz mais valores de produção, a reabertura dos “The X-Files” e faz um inesperado twist (o rapto de Scully e a ligação de tal evento com a conspiração), começando a dar mais detalhes sobre a conspiracy. Há uma entrada de humor, mas continuam a surgir excelentes scary & intriguing episodes. Angustiante cliffhanger de Season Finale, com Mulder a descobrir que a conspiração anda próximo dele e…
A Season 3 acentua ainda mais os valores de produção, continuando a dar excelentes episódios stand-alone, complicando ainda mais a conspiração (Mulder descobre o quanto ela o alcança e à sua família; surge o black oil). Continua a boa presença do terror, mas surgem mais episódios humorísticos. Mulder & Scully enfrentam situações que testam a força da sua relação.
A Season 4 traz o drama do cancro de Scully, a sua cura, a sua luta e a descoberta de que tal está ligado à conspiração. Skinner faz um “pacto com o Diabo” (que terá consequências até à última Season). A Season traz o mais polémico episódio da série (“Home” – onde se foca uma família que pratica o incesto), com o mais terrível início (um bébé defeituoso a ser enterrado vivo) – o episódio chegou a sofrer cuts e a ser banido. Esta Season também aposta forte no terror. O Season Finale obriga Mulder a confrontar-se com as suas crenças, levando-o à desilusão e obrigando-o a uma trágica decisão.
A Season 5 traz limitações (criativas), pois seria a última e teria de conduzir ao filme (que estrearia depois do final da Season, funcionando como uma conclusão da Season e da Série). Ainda traz bons episódios (destaque para um a P&B – “The Post-Modern Prometheus” -, com o momento mais espontâneo entre Mulder & Scully), mas os ligados à conspiração não trazem a força dos de outrora (embora se elogie a ideia de mostrarem duas facções alienígenas, antagónicas entre si e face ao que a raça pretendia na Terra). Alguns episódios focam origens (a dos “The X-Files”, dos “The Lone Gunmen”, da amizade entre o grupo e Mulder). Entra em cena um novo agente, Jeffrey Spender, que descobre ter algo em comum com The Cigarette-Smoking Man. Em cena entra também uma old flame de Mulder, a agente Diana Fowley, que logo gera ciúmes em Scully. O Season Finale traz mesmo um fim aos “The X-Files” e a certeza que tudo iria mudar.
O dito momento
(Cher ia participar, pois era grande fã da série, mas depois teve de cancelar por conflito de agenda; autorizou o uso da canção e de uma stand-in para a interpretar)
A Season 6 traz a novidade de se ser filmada em L.A. (as anteriores eram na British Columbia) e tal nota-se na fotografia (mais luminosa, quente, com cores mais secas). Resolve toda a arc mythology (de forma até algo precipitada, diga-se), as pontas soltas do filme e traz um sopro de vitalidade que recorda as primeiras Seasons. Por outro lado, há uma forte presença de humor (num, Mulder troca de corpo com um agente da Area 51, o que leva Mulder a sentir os dramas do matrimónio, e Scully ressente-se de um “Mulder” mais atiradiço a ela; há um episódio em que Mulder e Scully passam por um casal – groovy; num outro, Mulder & Scully recebem uma lição sobre a sua relação e sobre o espírito de Natal, lição dada por… fantasmas). Destaque para um episódio filmado em plano-sequência, com a novidade de se passar em espaços e tempos diferentes. Em cena entra um Deputy Director que parece ter uma agenda misteriosa contra Mulder & Scully. O Season Finale é original e permite que a série enverede por outros rumos (onde se combina Ciência e Religião, no campo da procura e crença à volta de Vida Extra-Terrestre), sem perder a sua identidade.
A Season 7 (que seria a última, depois do processo de renovação do estúdio, na consequência do filme de 1998) serve basicamente para resolver o mistério do desaparecimento da irmã de Mulder (e, mais uma vez, fá-lo de forma precipitada, ainda que com uma enorme força emocional). Para delírio dos fãs, dá-se (finalmente) o primeiro beijo entre Mulder e Scully (e no episódio “Millennium”, logo nos primeiros segundos do ano 2000; para Mulder “I guess the world didn´t end”, ao que Scully responde ”I guess not” – pois não, seria o despertar de um novo mundo para ambos, com muitas reviravoltas). Continuam a surgir excelentes episódios e mantém-se a vitalidade que vinha da Season 6. Destaque para um que se passa num videogame (onde a vilã é bela e curvilínea), com Scully a ter de resolver tudo (e a ter de refrescar muita testosterona). Mulder & Scully recebem o interesse de Hollywood e tornam-se consultores de um filme sobre os “The X-Files” (um episódio bizarro, estranho, fascinante e non-sense). Muito interessante é um, filmado como uma reportagem, que acompanha os agentes, filmados por uma equipa de televisão. O Season Finale seria mesmo o final da série, com súbitas reviravoltas para Mulder e Scully (tudo seria resolvido num segundo filme).
Mas o estúdio não quer mais filme e quer mais uma Season.
A Season 8 procura resolver o twist dado no final da S7. Traz novos personagens e acrescenta uma nova conspiracy. Ainda surgem bons episódios, muitos deles bem scary, reavivando a vitalidade dos primeiros anos. Em cena entram John Doggett e Monica Reyes. Doggett é um ex-marine e ex-polícia de Nova Iorque. Céptico e duro, Dogget traz uma dinâmica heróica e actioner que até então nenhum dos protagonistas tinha mostrado. Reyes é simpática e calorosa, sendo também uma mulher de grande sensibilidade e espiritualidade. A relação entre Scully e Doggett é fria e apenas profissional, nunca caindo na simpatia e na amizade, mas com o tempo cresce o respeito e o companheirismo. Entre Scully e Reyes, o entendimento é imediato. Já o mesmo não acontece com Mulder e Doggett, que se tratam quase como inimigos. É esta dinâmica oposta entre personagens que dá força a esta nova Season, bem como pelo tom de muitos stand-alone episodes. Por outro lado, há o mistério à volta de Mulder e do seu destino. A nova arc mythology tem os seus momentos, mas sente-se que algumas coisas são forçadas (mais no que se pretendia de novo do que naquilo que já vinha do passado). Mesmo assim, esta Season 8 revela-se como uma das melhores, mostrando que a série podia-se expandir em personagens, sem perder a sua identidade. O Season Finale traz um certo happy end (mas até lá, muito se sua e teme) e um belo momento entre Mulder e Scully (se calhar, o mais desejado – mas que suscita muitas perguntas).
Há novo genérico
A Season 9 centra-se mais em Doggett e Reyes (são eles agora os responsáveis pelos “The X-Files”), com Scully a ficar como professora na Academia do FBI e com outras funções dignas de mulher. A (nova) conspiração carece de garra e sentido. Pouco mais há para explorar e desenvolver nos personagens e nos eventos. Continua a valer a qualidade da entrega dos actores e o tom de muitos dos stand-alone episodes. Mais uma vez, os episódios ligados à arc mythology são algo frouxos (mal resolvida fica a questão do bebé William). Lamenta-se também a forma (errada) como se despacham os tão queridos “The Lone Gunmen”. Relevante é a relação Doggett & Reyes, onde ela não se inibe de mostrar carinho (e algo mais) por ele; este, apesar de não ser tão caloroso, não se mostra indiferente. O Season Finale (que, basicamente, é um relato de toda a arc mythology ao longo destes 9 anos) dá-se de forma muito, muito, muito frouxa e procura dar um término “definitivo”, deixando algo em aberto para explorar num futuro filme (não aconteceu) ou Season (a nova prometia resolver isso).
Volta a haver novo genérico
Os lapsos e erros (qual a série, principalmente de longa duração, que não tem?) não apagam ou invalidam os (muitíssimos) méritos e qualidades de “The X-Files”.
A série mostrou ter capacidade para abordar de tudo um pouco (havia terror, comédia, suspense, drama, acção, mistério), conseguindo com isso assegurar sempre o interesse do espectador.
Mas foram sempre Mulder & Scully, a personalidade de cada e a relação entre ambos, o grande fio condutor da série, a razão do seu poder popular e mítico.
“The X-Files” já está na História da Televisão e da Pop Culture do Século XX.
Mulder & Scully estão igualmente nas duas Histórias e no coração de muito fã (devoto) e nerd.
A aclamação e culto são (inteiramente) merecidos.
O regresso ia consolar muita saudade. E permitiu as maiores expectativas.
(se conseguiu ou não, isso é para outro texto, já a seguir)
Para muitos (eu incluído), A Melhor Série Televisiva de Sempre.
Absolutamente obrigatório.
“The X-Files” já foi exibido (e reexibido) na Televisão portuguesa (recentemente, e em vésperas da estreia da Season 10, a RTP memória exibiu todas as 9 Seasons). Está disponível em DVD no nosso mercado e noutros mercados. Pode ser adquirida na íntegra ou por Season. Os preços são mais jeitosos no estrangeiro.
Esperamos sempre por Mulder & Scully.
Afinal…
The Truth Is (Still) Out There.
“The X-Files” ganhou vários Globos de Ouro, como “Melhor Série – Drama”. David Duchovny e Gillian Anderson também foram várias vezes premiados como “Melhor Actor – Drama” e “Melhor Actriz – Drama”, respectivamente.
A série também ganhou vários Primetime Emmy, por trabalhos de caracterização, som, efeitos visuais, cenografia, montagem, fotografia, argumento, genérico inicial. Anderson também foi premiada.
Anderson foi premiada pelo Screen Actors Guild.
A série ganhou um BAFTA.
Mark Snow (autor da música) foi premiado nos ASCAP.
A série, Anderson e Robert Patrick (protagonista nas Seasons 8 e 9) foram premiados nos Saturn.
A série ganhou prémios em certames europeus.
A fotografia foi premiada pela American Society of Cinematographers USA.
A cenografia foi premiada pelo Art Directors Guild.
A série ganhou prémios de carácter ambiental.
A série foi premiada no Festival de Gérardmer.
A caracterização foi premiada pelo Hollywood Makeup Artist and Hair Stylist Guild.
O som foi premiado pelo Motion Picture Sound Editors.
Duchovny chegou a ser o “Actor Mais Popular”, nos Prémios National Television UK.
Vários prémios recebeu (série, membros do elenco, categorias técnicas), pela Online Film & Television Association.
A série e Duchovny foram premiados nos Satellite.
A série contou com a participação de nomes sonantes, do Cinema (Jodie Foster, Peter Boyle, Lance Henriksen, Brad Douriff, John Savage, Kurtwood Smith, Tom Noonan, Mimi Rogers, Bruce Campbell, Geoffrey Lewis, Veronica Cartwright, Lilli Taylor, Andrew Robinson, John Neville, M. Emmet Walsh, Randall “Tex” Cobb, Joe Morton, Kim Greist, Steve Railsbsck, Andrew Robinson, Tea Leoni, Garry Shandling, Danny Trejo, Burt Reynolds, Frances Fisher, Felicity Huffman, Luke Wilson, Octavia Spencer, John Hawkes, Lucy Liu) e da televisão (Terry O`Quinn, Amanda Pays, Edward Asner, Lily Tomlin, Melinda Culea, Michael McKean, Darren McGavin, Bruce Weitz, Joe Spano, John Diehl, Roy Thinnes, Lucy Lawless), bem como futuras estrelas (Giovanni Ribisi, Jack Black, Ryan Reynolds. Bryan Cranston, Aaron Paul, Shia LaBeouf).
Até escritores de relevo no campo do terror (Stephen King) e sci-fi (William Gibson) escreveram episódios.
Chris Carter inspirou-se na série “Kolchak: The Night Stalker”, um scary tv show que deixou Carter muito impressionado.
O protagonista dessa série era Darren McGavin. McGavin surgiria nalguns episódios das Seasons 5 e 6. Interpreta um personagem que está na origem dos “The X-Files”.
Carter criou Scully inspirado pela personagem de Jodie Foster em “The Silence of the Lambs”. Carter chegou a sondar a actriz, mas esta estava muito cara (já tinha dois Oscars e era uma das actrizes mais poderosas de Hollywood).
Mas Foster ficaria sensibilizada pela ideia e participaria na série. Foster aproveitou uma pausa nas filmagens de “Contact” e deu voz a uma maléfica tatuagem – foi na Season 4, com o episódio “Never Again”, escrito por Glen Morgan & James Wong, realizado por Rob Bowman.
Carter teve de lutar pela escolha de Anderson, pois os executivos do estúdio queriam uma menina com mais curvas, mas alta e mais loira.
Anderson interpretou Scully inspirada por Foster. Curiosamente, Anderson ficou proibida, por contrato, de interpretar outra agente do FBI. Tal impediu-a de ser Clarice Starling em “Hannibal”, a sequela de… “The Silence of the Lambs”.
William B. Davis (o Cigarette-Smoking Man) é um prestigiado professor de representação, no Canadá.
Davis era fumador, mas já tinha abandonado o hábito. Ao fumar cigarros verdadeiros, sentiu que o hábito estava de volta. A pedido do actor, passaram a ser-lhe dados cigarros “falsos”.
“All The President`s Men” (de Alan J. Pakula, com Robert Redford e Dustin Hoffman) foi uma forte inspiração para Carter. De lá retirou o nome para um personagem secundário, Deep Throat, que é um fiel informador de Mulder.
Carter inspirou-se na série “Moonlighting”, para a relação entre Mulder e Scully.
Duchovny sugeriu Jennifer Beals (“Flashdance”) para Scully. Jennifer tinha sido colega de turma de Duchovny, em Yale.
Vários foram os TV Shows que inspiraram “The X-Files” – “Alfred Hitchcock Presents”, “The Twilight Zone”, “Night Gallery”, “Tales from the Darkside”, “Twin Peaks” e “Kolchak: The Night Stalker”.
Carter quis inverter os estereótipos e fazer de Mulder (o homem) o crente, e Scully (a mulher) a céptica.
Carter criou os dois personagens como reflexo de si próprio. Apesar de céptico, Carter sente a necessidade de acreditar.
Carter tinha um background como jornalista (ligado ao surf – modalidade que ainda pratica) e em comédias da Disney. Cansado das duas funções e estimulado por relatos de pessoas que afirmavam ter sido raptadas por alienígenas, pelo caso Watergate e pelo seu fascínio pela série “Kolchak: The Night Stalker”, Carter avançou com a criação de “The X-Files”.
O conceito de Carter foi rejeitado pela Twentith-Century Fox por várias vezes. Mas, finalmente, os executivos do estúdio ficaram receptivos a um Pilot.
Scully tem o seu nome vindo do lendário jornalista desportivo Vin Scully. Dana vem de uma amiga da esposa de Carter.
Mulder vem no nome de solteira da mãe de Carter. Fox é o nome de um amigo seu.
Um personagem secundário é o Senador Richard Matheson. Tal nome vem do prestigiado escrito de Sci-Fi e Terror. Matheson escreveu vários episódios para a série “Kolchak: The Night Stalker” (1974), a série que inspirou Carter.
O contrato inicial era de 5 Seasons, mais um filme. Depois do filme, a série seria renovada por mais 2 Seasons, ao que se seguiria mais um filme. Mas o estúdio cancelou tal ideia e renovou a série por mais duas Seasons.
O twist que se dá na série, na Season 2, foi devido à gravidez de Anderson. O estúdio queria que a actriz fosse substituída. Carter recusou.
O rapto de Scully era apenas para explicar a ausência de Anderson (devido à gravidez). Mas tornou-se uma peça vital para definição da arc mythology.
O famoso som inicial do tema principal surgiu por acidente. Foi quando Mark Snow, o compositor, deixou cair o cotovelo em cima do teclado dos seus instrumentos.
O Tema (completo)
Mulder é crente e Scully é a céptica, em matéria de extra-terrestres. Curiosamente, na vida real, ocorre o inverso com David Duchovny (Mulder) e Gillian Anderson (Scully).
Os badges do FBI são alterados face à realidade. Isto porque, segundo a lei americana, é crime falsificar os cartões do FBI, mesmo que para fins de ficção áudio-visual.
A série foi filmada em Vancouver e por toda a Bitish Columbia, ao longo das primeiras 5 Seasons. A partir da Season 6, a produção mudou-se para L.A., a pedido de Duchovny, que queria estar próximo da família e de mais oportunidades de trabalho.
Para a Season 8, Duchovny só quis participar metade da Season. Robert Patrick foi chamado para protagonista. Duchovny estaria praticamente ausente na Season 9 (só apareceu nos dois últimos episódios e em momentos de flashback de um outro episódio). Annabeth Gish foi chamada para dar protagonismo feminino, pois Scully estaria mais secundária (devido à sua gravidez). Resolvida toda arc mythology das Seasons 1 a 7, Carter criou uma nova arc mythology, a envolver outros personagens.
Mitch Pileggi (Skinner) conheceu a sua futura esposa, Arlene Warren, na série. Arlene interpreta a secretária de Skinner.
Lucy Lawless surge na Season 9. Ela ia ter mais participação, mas teve de sair devido à sua gravidez.
Duchovny, Anderson e Davis chegaram a escrever episódios. Duchovny e Anderson também realizaram.
A série também deu oportunidades de escrita a outros membros da crew (R.W. Goodwin – realizador e executive producer; Mat Beck – visual effects supervisor).
A esposa de Duchovny, a actriz Téa Leoni, participa num episódio – “Hollywood A.D.”, escrito e realizado por Duchovny.
A série inovou um aspecto – nunca se mostram os títulos dos episódios. Tal era raro na época.
Todos os adereços de Mulder e Scully estão em exibição no Hollywood Entertainment Museum, em Los Angeles.
A frase “The Truth Is Out There” (vista no final do genérico inicial), ficou classificada como #9 nas “20 Frases Memoráveis da Televisão”, pela TV Guide.
A série ficou classificada como #2 nas “25 Séries de Culto”, pela TV Guide.
Classificado como #9, nas “50 Melhor Séries Televisavas”, pela Empire.
Fox Mulder ficou como #7 nas “25 Lendas da Sci-Fi”, pela TV Guide.
A série seria alvo de paródia na série “The Simpsons”. Mulder & Scully apareciam, com vozes de Duchovny e Anderson.
Ao longo da exibição da série, o mercado britânico editou cassettes VHS com os episódios da arc mythology.
O cão visto no episódio “Ice” (Season 1, escrito por Glen Morgan & James Wong, realizado por David Nutter) foi pai de vários cãezinhos. Um deles foi adoptado com Duchovny e ficou com o nome de Blue.
Robert Patrick (John Doggett – Seasons 8 e 9) é o irmão de Richard Patrick. Richard é o líder da banda Filter. Os Filter fizeram uma canção para a série e para o filme.
1013 é o nome da companhia da Carter. É também a data de aniversário dele – 13 de Outubro.
1121 é um número que surge frequentemente – e a data de aniversário da esposa de Carter – 21 de Novembro.
Rebecca Toolan (a mãe de Mulder) tem apenas mais um ano que Duchovny (Mulder).
No final do genérico final ouve-se uma criança a dizer “I made this“. É Nathan Couturier, filho do editor de som Thierry Couturier.
Brad Follmer (o personagem de Cary Elwes – Season 9) vem do assistente de Carter, com o mesmo nome.
Chegou-se a ponderar um romance entre Mulder e a irmã de Scully, Melissa. Mas a ideia foi rejeitada.
42 é o número de vezes que Mulder diz ter visto “Plan 9 from Outer Space” (de Ed Wood). É também o número do seu apartamento e um número importante no romance “The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy” (de Douglas Adams),um dos mais populares e relevantes romance de Sci-Fi.
O genérico inicial terminava com a tagline “The Truth Is Out There“.
Mas esta foi mudando, de vez em quando, quando o episódio em causa o obrigava.
As outras taglines foram:
“Trust No One“, em “The Erlenmeyer Flask” (final da Season 1).
“Deny Everything“, em “Ascension” (a meio da Season 2).
“Éí ‘Aaníígóó ‘Áhoot’é“, em “Anasazi” (Final da Season 2).
“Apology is Policy”, em “731” (a meio da Season 3).
“Everything Dies“, em “Herrenvolk” (início da Season 4).
“Deceive Inveigle Obfuscate”, em “Teliko” (a meio da Season 4).
“E Pur Si Muove”, em “Terma” (a meio da Season 4).
“Believe the Lie”, em “Gethsemane” (final da Season 4).
“All Lies Lead to the Truth”, em “Redux” (início da Season 5).
“Resist or Serve”, em “The Red and The Black” (a meio da Season 5).
“The End”, em “The End” (final da Season 5).
“Die Wahrheit ist Irgendwo da Drauben”, em “Triangle” (a meio da Season 6).
“In the Big Inning”, em “The Unnatural” (a meio da Season 6).
“Amor Fati”, em “The Sixth Extinction II: Amor Fati” (início da Season 7).
“Believe to Understand“, em “Closure” (a meio da Season 7).
“Nothing Important Happened Today”, em “Nothing Important Happened Today II” (início da Season 9).
“erehT tuO si hturT ehT”, em “4D” (a meio da Season 9).
“They’re Watching“em “Trust No 1” (a meio da Season 9).
“Dio Ti Ama”, em “Improbable” (a meio da Season 9).
Chris Carter tentou enveredar por outros géneros (ainda em plena “euforia” de “The X-Files”) com outras séries igualmente brilhantes:
“Millennium”
Variação de psycho-thriller, a evidenciar influências estéticas de “Seven”, sobre as investigações de um agente do F.B.I. com um sexto sentido algo paranormal para resolução de brutais assassinatos e localização de psycho killers.
Durou três temporadas e teve direito a um excelente crossover com “The X-Files”, num episódio da Season 7 que se chamava precisamente “Millennium”, e que se passava, tal como na realidade, na passagem de 1999 para 2000.
“Harsh Realm”
William Gisbon, o pai do cyberpunk, considerava que “The Matrix” era um bom trailer para esta série.
Tudo se passa num mundo virtual, onde o protagonista é obrigado a jogar um misterioso e mortal jogo de simulação militar.
Foi cancelada ao fim de seis episódios, tendo-se filmado nove.
“The Lone Gunmen”
Carter e companhia (Frank Spotnitz, Vince Gilligan e John Shiban) criaram esta série, protagonizada pelo grupo de nerds, secundários de “The X-Files”, grandes aliados de Mulder & Scully.
O grupo tinha enorme estima entre os fans da série, pelo que se arriscou numa série exclusiva.
A série também foi cancelada, ficou com apenas 13 episódios.
A resolução final deu-se no crossover com “The X-Files”, na Season 9, no episódio “Jump The Shark”, onde se deu um desfecho inesperado (e injusto) ao grupo.
“The X-Files” inspirou vários Comic Books. Foram editados pela IDW Publishing, pela Topps e pela Wildstorm. Alguns eram adaptações dos episódios da série, outros eram histórias autónomas, criadas para o mundo dos comics. As histórias lidavam com monstros e com a conspiração. Muitos eram escritos por Stefan Petrucha. Alguns números foram escritos Frank Spotnitz.
Chegou a haver um crossover entre “The X-Files” e “30 Days of Night”, onde Mulder & Scully vão ao Alaska investigar uma série de crimes cometidos por vampiros.
Em 2013, surge uma Season 10 (em comic, claro). Continuava a saga a partir do final do segundo filme. Joe Harris, Michael Walsh e Jordie Bellaire eram os autores e artistas. Chris Carter era um dos executive producers e escreveu alguns números. A Season retomou a conspiração original, desenvolvendo outros aspectos e adequando-a aos tempos modernos (já se falava em wikileaks). A Season terminou em 2015, ao fim de 25 números.
Em Agosto de 2015 começou a Season 11.
Claro que “The X-Files” também geraria (bom) Merchandise. Bonecos, cromos, revistas, posters, jogos (de cartas e de vídeo).
Eis algum desse material:
http://shop.fox.com/the-x-files/index.php?v=shows_x-files
http://www.redbubble.com/shop/x+files
“The X-Files” seria tão influente e inspirador, que são visíveis as suas marcas em séries como “Lost”, “Dark Skies”, “Fringe”, “Warehouse 13”. “Supernatural” e “Gravity Falls”.
A relação Mulder/Scully e a sua forma de investigação pode ser vista como influente em “Bones”.
E surgiram paródias.
“The Springfield Files”, na Season 8 de “The Simpson”. Mulder & Scully (com as vozes de Duchovny e Anderson) vão a Springfield investigar um aparecimento de um OVNI (foi Homer que o viu). Nada encontram e vão-se embora (onde Mulder afirma “The Truth Is Not Here”).
Outras séries fariam brincadeiras a “The X-Files” – “3rd Rock from the Sun”, “Archer”, “American Horror Story”, “The Big Bang Theory”, “Bones”, “Breaking Bad”, “Californication”, “Castle”, “Family Guy”, “Hey Arnold!”, “King of the Hill”, “South Park” e “Two and a Half Men”.
Em 2008, Carter e Spotnitz doaram vários props ao Smithsonian’s National Museum of American History.
Em 2015, Carter anuncia que haverá uma nova Season de “The X-Files”, em formato de mini-série. Composta por 6 episódios, terá dois de arc mythology (onde se irá criar uma nova e resolver as pontas soltas da série) e quatro stand-alone episodes (com um na área de scary monster e outro no campo do terrir). Grande parte do elenco está de volta (Duchovny, Anderson, Pileggi, Davis, Harwood, Haglund, Braidwood, Gish). Na equipa criativa está Carter e os regressados Glen Morgan, Darin Morgan e James Wong.
Dossier “The X-Files”
http://www.empireonline.com/movies/features/celebrating-x-files/
Grandes momentos entre Mulder e Scully
http://www.ew.com/gallery/x-files-mulder-scully-best-moments/2453598_best-mulder-and-scully
The X-Files Poster Project – http://xfilesposterproject.tumblr.com/
The X-Files Comics
http://www.idwpublishing.com/product-category/the-x-files/
http://x-files.wikia.com/wiki/Comics
https://www.comixology.com/The-X-Files-Conspiracy/comics-series/12663
https://www.comixology.com/The-X-Files-Season-10-1/digital-comic/42754