The Big Bird Cage (1972)

 

 

E assim termina esta trilogia (mas não a exploitation do tema) de “Mulheres em Prisão”, com o patrocínio do grande Roger Corman.

 

Filipinas. Uma prisão de mulheres.

As meninas são usadas para produzir açúcar e abusadas pelos cruéis guardas.

Mas uma mulher, namorada de um revolucionário local, tem uma revolta e fuga já bem delineada.

Estamos novamente numa prisão feminina de um país sub-desenvolvido.

As meninas continuam lindas e bem arranjadas. As condições continuam desumanas. As meninas continuam em luta e em busca de uma fuga.

Estamos novamente num filme que alia a fantasia erótica à action e a um profundo humor.

Retoma-se o modelo narrativo e de tom de “The Big Doll House” e por contraste com “Women in Cages”, “The Big Bird Cage” defende-se com mais humor (os guardas são gays e estão numa prisão de belas… mulheres, o vilão é de pacotilha e os revolucionários querem é borga com meninas), em tom de sátira sobre revoluções ((nomeadamente as sul-americanas), um elaborado set (o que permite várias incursões no interior e no exterior) e um final que é um bom momento de acção e destruição.

É a fórmula a ser bem usada, procurando aqui e ali variantes.

Jack Hill dirige com ritmo, agora carregando mais no humor, sempre com espaço para boa acção e para cumprir as regras do género.

O elenco presta-se à diversão, com destaques para exótica beleza de Anitra Ford, uma Pam Grier apta para action e um Sid Haig que é um delírio de cabotinice.

É o final de uma trilogia (onde surgiram nomes comuns – à frente e atras das câmaras), tão entretida como os episódios anteriores.

E assim terminava (bem) uma trilogia de um (sub-)género que fez história e marcou o seu tempo.

 

“The Big Bird Cage” não tem edição portuguesa. Existe uma edição americana, em tom de triple feature, que conta com mais dois filmes (também da Roger Corman factory, também sobre mulheres em prisões) – “The Big Doll House” e “Women in Cages”. O preço já anda bem livre. Os três filmes estão impecavelmente remasterizados a nível de som e imagem.

Realizador: Jack Hill

Argumentista: Jack Hill

Elenco: Pam Grier, Anitra Ford, Candice Roman, Teda Bracci, Carol Speed, Karen McKevic, Sid Haig

 

Trailer

 

Filme

 

Filmado nas Filipinas.

É o primeiro filme de Candice Roman.

Jack Hill quis fazer o filme como uma paródia ao género, procurando assim diferenciar-se dos outros dois filmes já feitos (“The Big Doll House” e “Women in Cages” – Hill tinha realizado o primeiro).

Os cães em cena eram usados por militares e eram bem intimidantes.

O moinho foi desenhado pelo pai de Hill.

A cena da violação ao guarda teve de sofrer corte de vários frames, no sentido de evitar a classificação X.

Num momento, uma presidiária é largada num cais. É o mesmo que Francis Ford Coppola (um “aluno” de Roger Corman) usaria num momento de “Apocalypse Now” (1979, também filmado nas Filipinas).

Na cena da tortura, Anitra Ford estava suspense por um arnês que a prendia pela cintura e acompanhava pelas costas acima. Truques cinematográficos e enquadramentos criam a ilusão de ser algo muito doloroso.

 

O filme foi acusado de ser homofóbico. Curiosamente, a sala onde o filme esteve mais tempo em exibição ficava numa zona… gay.

 

É o filme que fecha uma trilogia à volta do filão do (sub-)género “Women in Prison Films”. Foi antecedido por “The Big Doll House” (1971, de Jack Hill” e “Women in Cages” (1971, de Gerry de Leon). Ainda se poderia contar depois com “Caged Heat” (1974, de Jonathan Demme). Todos têm produção de Roger Corman.

Deixe um comentário