Título original – Wild Orchid
Mickey Rourke e Zalman King regressam ao drama erótico, agora num cenário exótico – o Brasil.
Três grandes beldades estão em campo.
Teremos erotismo selvagem?
Uma jovem advogada parte para o Brasil com a sua chefe.
Ao conhecer um milionário sedutor, ela vê-se envolvida num jogo de desejo.
Softcore que pretende abordar a libertação dos sentidos, os traumas e repressão sexual, o desejo e o estímulo deste em ambientes exóticos propícios a tal (aqui, o Brasil, no Rio de Janeiro).
Mas…
A componente “psicológica” é tosca na sua exposição.
O exotismo é de pacotilha.
A libertação sexual é do mais xoxo que pode haver.
Ou seja, uma amálgama de nada.
Zalman King e Patricia Knopp fizeram (muitíssimo) melhor em “9 1/2 Weeks” (é certo que toda a estética pub e de music videos que Adrian Lyne colocou em cena muito ajudou, bem como a química excitante entre Kim Basinger & Mickey Rourke).
King voltaria ao seu melhor, mas no mundo do cable e em formato série com a muito interessante série “Red Shoe Diaries” (1992-1999; onde se revelaria David Duchovny, pré-”The X-Files”).
Mickey Rourke está um canastrão total, incapaz de dizer com convicção uma line ou transparecer uma emoção ou um jogo de sedução (que aconteceu ao protagonista de “Year of the Dragon”, “9 ½ Weeks” e “Angel Heart”???).
Carré Otis é linda e com presença on-camera, mas fica-se por aí. Na hora de transmitir uma emoção ou dizer uma line, tudo parece forçado e falso.
Asumpta Serna está totalmente desperdiçada.
Jacqueline Bisset é mesmo quem quase salva o filme (não consegue, mas não é culpa dela) – a lindíssima (e excelente) actriz mostra classe, estilo e sensualidade, até de olhos fechados.
O softcore ao seu pior e mais ridículo.
Evite-se.
“Wild Orchid” tem edição portuguesa e anda a bom preço.
Realizador: Zalman King
Argumentistas: Patricia Louisianna Knop, Zalman King
Elenco: Mickey Rourke, Jacqueline Bisset, Carré Otis, Assumpta Serna, Bruce Greenwood, Oleg Vidov, Milton Gonçalves
Trailer
Clips
Orçamento – 7 milhões de Dólares
Bilheteira – 11 milhões de Dólares
Nomeações “importantes” nos Razzie 1991 – Mickey Rourke ia ser o “Pior Actor”, mas Andrew Dice Clay por “The Adventures of Ford Fairlane” foi ainda pior; Carré Otis ia ser a “Pior Nova Estrela”, mas Sofia Coppola foi preferida em “The Godfather: Part III”.
Zalman King e Patricia Louisianna Knop já tinham trabalhado juntos em “9 1/2 Weeks” (1986) e “Two Moon Junction” (1988, a estreia de King como realizador). Ambos teriam sequelas (mas esqueçamos que isso aconteceu, OK?).
Mickey Rourke reencontra-se com ambos, depois de “9 1/2 Weeks”.
Brooke Shields tinha sido uma preferida, mas a actriz recusou devido às cenas de nudez.
Willem Dafoe foi sondado como protagonista, mas recusou.
Anne Archer era uma preferida, mas entrou em conflitos com os produtores por causa do seu conteúdo. Jacqueline Bisset foi então escolhida.
Filmado em Salvador da Bahia, Rio de Janeiro, Brasil.
O cut inicial foi considerado muito hardcore para a MPAA, que ia dar uma classificação X. King retirou planos da love scene final.
O filme foi um modesto sucesso nas salas, mas vendeu bem no mercado doméstico (algo que já tinha acontecido com “9 1/2 Weeks”). A crítica arrasou com o filme.
O filme foi um enorme sucesso na Europa, tendo gerado receitas de muitas dezenas de milhões de Dólares (chegou-se a indicar como uma receita de 100 milhões).
Teria sequela – “Wild Orchid II: Two Shades of Blue” (1991).
Mickey Rourke & Carré Otis envolveram-se sentimentalmente durante as filmagens, numa relação que durou alguns anos, sendo alvo de muito interesse por alguma imprensa.
Na época (e tal muito ajudou nas bilheteiras) afirmava-se que a cena de sexo final era mesmo verdadeira e com nada de simulação. Mickey e Carré negaram, mas o impacto junto do público estava feito.