Título original – Masquerade
Um sedutor trio de actores, num drama sedutor.
Timothy Whalen é instrutor de vela e aprecia boa vida.
Olivia Lawrence é a jovem herdeira de um vasto império.
O encontro dos dois traz paixão, mas pode haver mais intere$$es.
Retomar de um certo modelo de film noir, de carácter romântico, sobre a manipulação sentimental e ganância financeira, que assenta num acumular de surpresas e twists à volta de quem é quem e o que quer, procurando-se uma atmosfera de abertura sexual que aproveitava a onda aberta por “Body Heat” (1981).
Algumas reviravoltas são algo forçadas para o efeito surpresa (o filme acaba por ser quase um trailer para a saga “Wild Things”, cujo modelo narrativo também assenta num desfile de twists & turns), com um final resolutivo (através da vítima) e com a sua surpresa “moral”.
A trama tem algumas ideias decalcadas de “Les Liaisons Dangereurses” (o casal de amantes e os seus jogos, a sedução dele e ele ser vítima do seu jogo e do amor).
Mas há elegância na visualização (os decors) e um tom consideravelmente sexy.
Envolvente música do grande John Barry, o que dá sempre um certo prestígio e atmosfera sofisticada.
Elenco em performance correcta.
Rob Lowe tem presença sedutora, mas podia-se ter aproveitado melhor a sua ambiguidade.
Meg Tilly é sempre uma querida, transmite bem a sua ingenuidade e sentimentalismo.
Kim Catrall mostra que percebe em que tipo de filme está. Não só se diverte com a sua personagem, como lhe entrega uma enorme e cativante sensualidade (ela era uma das grandes beldades dos 80s e foi muito bem utilizada na série “Sex and the City”).
Bob Swaim dirige com sobriedade clássica, procurando explorar o melhor que pode o luxo dos ambientes e o sex-appeal da trama.
Entretenimento simples, fácil e sexy, que se vê como matiné muito relaxada em tempo quente.
“Masquerade” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados a bom preço.
Realizador: Bob Swaim
Argumentista(s): Dick Wolf, Larry Brody (sem crédito)
Elenco: Rob Lowe, Meg Tilly, Kim Cattrall, Doug Savant, John Glover, Dana Delany
Trailers
Clips
Themes de John Barry
Orçamento – 12 milhões de Dólares
Bilheteira – 16 milhões de Dólares
Nomeado para “Melhor Filme”, nos Edgar Allan Poe 1989. Perdeu para “The Thin Blue Line”.
Título inicial – Dying for Love.
O título foi alterado porque o estúdio andava nervoso sobre a SIDA e uma campanha publicitária a preservativos sobre a relação entre sexo e morte.
Bob Swaim foi chamado devido ao prestígio, sucesso e prémios do seu anterior “La Balance” (1982).
É o único filme americano de Swaim. De ascendência franco-americana, desenvolveu quase toda a sua carreira na Europa, principalmente em França.
Filmado em 10 semanas, em Nova Iorque e Long Island.
Foi seleccionado para o Festival de Deauville 1988.
Cameo de Dick Wolf – o personagem Sedgewick.
A edição televisiva tem algumas cenas alongadas – a primeira conversa entre Tim e Brooke, Olivia e Tim têm uma conversa prévia, um último momento romântico entre Olivia e Tim.
Foi um de vários filmes com Meg Tilly, feitos nos 80s, com a actriz a mostrar algo da sua sensualidade – “Impulse” (1984), “Psycho II” (1983), “The Big Chill” (1983), ”Valmont” (1989), “The Girl in a Swing” (1988).