Titulo Original – Wolf Totem
É o regresso do aclamado Jean-Jacques Annaud (“La Guerre du Feu”, “The Name of the Rose”).
É o seu regresso ao Oriente (“L´Amant”, “Seven Years in Tibet”).
É também o seu regresso ao mundo dos animais. Depois dos ursos (“The Bear”) e dos tigres (“Two Brothers”), agora os lobos.
China. Deu-se a Revolução Cultural. Chen Zhen, um jovem estudante, vai viver com um grupo de nómadas da Mongólia. Sente o choque cultural, mas também ambiental. Até que se afeiçoa a um lobo. A próxima revolução pode ser o equilíbrio entre Homem e Natureza, Civilização e Primitivismo.
Fiel ao seu Cinema, Annaud cria um filme de grande beleza visual e emocional, onde é feita uma ilustração delicada e real de um povo, de uma cultura e de uma raça (humana e animal).
Cativa à descoberta (a estepe é fascinante), honra uma cultura e sociedade (os nómadas da Mongólia) e demonstra o quando são admiráveis os lobos (desde o seu aspecto físico até à sua organização como sociedade e o uso da sua inteligência).
Fantástica fotografia, que dá uma visão espectacular da paisagem.
Um belíssimo filme, de forte vinco humano, cultural, animal e ecológico.
Muito recomendável.
Mais um para a galeria dos títulos ilustres de 2015.
Realizador: Jean-Jacques Annaud
Argumentistas: Jean-Jacques Annaud, John Collee, Alain Godard, Lu Wei, a partir do livro de Jiang Rong (“Wolf Totem”)
Elenco: Shaofeng Feng, Shawn Dou, Ankhnyam Ragchaa
Site – http://www.marsdistribution.com/film/le_dernier_loup
“Melhor Realizador”, “Melhores Efeitos Visuais”, no Festival de Beijing 2015.
Ao longo de três anos foram criadas três gerações de lobos da Mongólia. 16 lobos foram treinados e usados no filme. Todos vivem no Canadá, no rancho do seu treinador. Um cão foi usado como duplo para vários lobos. O cão deu-se bem o Alpha dos lobos (que criou grande proximidade com Annaud) e também vive no mesmo rancho.
Muitos realizadores chineses, de renome, recusaram o filme, devido às dificuldades em treinar lobos da Mongólia.
Muitos dos actores tiverem de aprender a cavalgar ao estilo da Mongólia.
Na época das filmagens, não nevava na Mongólia (algo raro). Como tal, houve que transportar 40.000 toneladas de neve, para uma cena.
Annaud estava mal visto pelo governo da China devido a “Seven Years in Tibet” (o filme foi banido no país). Mas tudo está esquecido e perdoado, pelo que o realizador foi convocado para o filme pelo actual governo. Annaud teve total liberdade para a escrita do argumento e para as filmagens, tendo direito ao final cut.
É uma co-produção entre China e França.
O livro em que o filme se baseia (escrito em 2004 por Jiang Rong) tece grandes críticas ao governo chinês da época e à vida rural. Foi um grande sucesso e não foi alvo de censura.
Sobre Jiang Rong:
http://www.goodreads.com/author/show/590542.Jiang_Rong
http://chinaperspectives.revues.org/4825
Sobre a Mongólia
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/mg.html
Sobre Lobos da Mongólia
http://www.whitewolfpack.com/2011/06/mongolian-wolf-beautiful-subspecies-of.html