Comédia sobre as dependências do telemóvel.
Phil trabalha numa empresa de serviços online. A sua dependência do smartphone é enorme (Phil nem sabe o caminho casa-trabalho-casa), não tem amigos nem vida social.
A compra de um novo smartphone leva-o a conhecer a assistente do aparelho, Jexi.
Jexi vai controlar totalmente a vida de Phil, mas também despertá-lo para a necessidade do mundo real.
Para muitos, na vida moderna é imprescindível um telemóvel smartphone. Estes pequenos aparelhos dominam e controlam a vida de muita gente (dificilmente nos cruzamos com alguém na rua que não vá mais focado no ecran de meia-dúzia de polegadas do que nos horizontes do mundo ou mesmo no trânsito ao atravessar a rua), sendo capazes de muita coisa num objecto de bolso.
A inteligência artificial está aí e já se usa em sistemas operativos, com o objectivo de melhorar (seja lá o que isso for) a vida dos utilizadores.
Lembram-se de “Her” (esse maravilhoso filme onde Joaquin Phoenix e um sistema operativo feminino têm uma love story)?
Pois bem, “Lexi” é uma versão comédia de tal conceito.
Aborda-se a solidão movida pelo conforto digital, a incapacidade do indivíduo em fazer algo sem uma ajuda digital (ou mesmo a fazer nada e a deixar tudo para o telemóvel), a libertação da prisão digital e a busca de vida real, bem como o stress empresarial em procurar (constantemente) o que é viral (leia-se, banal, em detrimento do profundo e relevante).
Temas propícios a um bom drama sobre um lado da vida moderna.
Mas o argumento é dos autores do desconcertante “The Hangover”.
Como tal, segue-se a via da rábula, com um humor louco (as reacções de Jexi, o quotidiano oco de Phil e a sua dependência digital), uma quantidade de peripécias destravadas (Jexi a ter ciúmes da namorada de Phil) e um conjunto vasto de situações irreverentes (Jexi a enfrentar o chefe de Phil).
Resulta e diverte, não deixando de mostrar algum do ridículo em tanta dependência de algo não-real.
Adam Devine mostra-se um capaz comediante.
Rose Byrne dá voz sexy e dominadora a Jexi.
Uma boa forma de nos rirmos de um faceta patética da sociedade moderna e do (perigoso) controlo digital sobre o ser humano.
Recomendável. Para consumir com muita pipoca.
“Jexi” está nas nossas salas.
Nota – Há cenas extras durante o genérico final.
Realizadores: Jon Lucas, Scott Moore
Argumentistas: Jon Lucas, Scott Moore
Elenco: Adam Devine, Alexandra Shipp, Rose Byrne, Ron Funches, Charlyne Yi, Michael Peña, Wanda Sykes
Site – https://www.lionsgate.com/movies/jexi
Orçamento – 5 milhões de Dólares
Bilheteira – 6.5 milhões de Dólares (USA); 8.1 (mundial)
“Lexi” ia ser o título inicial. Mas tal levantaria alguns problemas legais, pelo que se mudou para “Jexi”.
“The Phone” – título durante as filmagens.
Rose Byrne gravou as suas lines na pós-produção. Mas durante as filmagens, Adam Devine ouvia as lines de Jexi através de um assistente que lhe falava através de um auricular. Dessa forma, o actor tinha reacções mais directas, imediatas e espontâneas.
Alguém deu conta que Phil vive no mesmo prédio que Eddie Brock vive em “Venom” (2018).