Sugar (2024–)

 

 

Uma original série sobre um muito peculiar detective privado.

 

John Sugar, detective privado especializado em pessoas desaparecidas, procura o paradeiro de Olivia Siegel, neta de um importante produtor de Hollywood.

 

Criador: Mark Protosevich

Realizadores: Fernando Meirelles, Adam Arkin

Elenco: Colin Farrell, Kirby, Amy Ryan, Dennis Boutsikaris, Nate Corddry, Alex Hernandez, James Cromwell, Anna Gunn, Miguel Sandoval, Eric Lange, Sydney Chandler, Jason Butler Harner

 

Trailer

 

Revisitação do Detective Noir, com muitos dos seus arquétipos, alinhados com uma moderna e estilizada linguagem visual.

 

Como sempre, a narrativa é um poço de confusões, que remete para o melhor de Raymond Chandler, mas sempre cheia de surpresas e reviravoltas.

 

À boa maneira do género, há uma visão negra, triste e desencantada da Califórnia e do seu mundo artístico.

Para ajudar, há a presença de boa cinefilia – as diversas imagens de vários momentos de muitos film noir da era gloriosa do género, bem como o fundo de tudo se passar à volta de Hollywood.

Nestas coisas, o alicerce principal é sempre o seu protagonista.

Pois bem, John Sugar revela-se um private eye digno de nota, capaz de merecer estar entre os melhores e mais relevantes.

Sugar é educado (tanto intelectualmente como moralmente), é anti-violência (mas sabe desancar os mauzões), veste muito bem (fatos da Saville Row), usa tecnologia (telemóvel, GPS, gadgets electrónicos), tem grandes preocupações emocionais e sociais (o seu cuidado com o sem-abrigo, o seu afecto ao cãozinho), não fuma mas bebe bem (tem um metabolismo super-rápido no processamento de álcool), e tem um belo e icónico descapotável (um Chevrolet Stingray Corvette convertible 1966).

Por outro lado, Sugar é um personagem cheio de mistérios, o que permite uma constante linha narrativa paralela, que episódio após episódio levanta novas perguntas e vai dando algumas respostas.

A solução desse mistério é toda uma surpresa e dá um twist ao conceito narrativo, levando o Detective Noir para novos caminhos.

Muito boa fotografia.

 

Prestação muito correcta do elenco, com destaque para um muito equilibrado Colin Farrell, numa das suas mais conseguidas interpretações, dada a complexidade do seu personagem.

O final fecha um círculo narrativo, mas deixas muitas portas abertas a novos.

 

É um feliz regresso do Detective Noir, com um original personagem, com um twist surpreendente, que cria uma das melhores séries da actualidade.

 

“Sugar” move-se em streaming, via Apple TV+.

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