Guerra do Vietname. Um oficial do Exército americano é enviado numa missão especial (e não-oficial) para eliminar um alto oficial das forças especiais, a comandar uma força renegada.
Se a guerra é um apocalipse, este filme bem o prova.
Verdadeira odisseia ao coração das trevas (o filme inspira-se no romance de Joseph Conrad, “Heart of Darkness” – o romance passa-se noutro tempo e noutro conflito) da guerra, da insanidade, do conflito físico e mental, da alucinação, dos delírios militares e das exigências do meio.
Contemplativo, real, fantasista, brutal, espiritual e épico.
O filme de Francis Ford Coppola consegue tudo isso, graças a um complexo argumento e um deslumbrante trabalho de fotografia que é um tributo a tal arte (Vittorio Storaro assina).
Desfile de actores, tanto veteranos (Robert Duvall, Dennis Hopper) como em início de carreira (Frederic Forrest, Sam Bottoms, Laurence Fishburne, Harrison Ford, Scott Glenn), todos em magníficas interpretações.
O “duelo” está em Marlon Brando e Martin Sheen, verdadeiros retratos da loucura.
O processo de produção foi tão apocalíptico como a história contada.
Vários cuts – Theatrical Cut de 147 minutos, versão Redux de 196, Workprint de 330; Coppola fez recentemente um novo (e definitivo?) Final Cut de 183 minutos, já para 4K.
Ainda um dos melhores filmes sobre o conflito do Vietname (e sobre os efeitos da guerra) e uma das obras máximas do Cinema.
A Grande Ilusão 