Título original – Le Bossu
Três grandes nomes do Cinema francês e popular reúnem-se para um grande momento de cape e d`épée.
Philippe de Gonzague, um nobre déspota, move uma tenebrosa conspiração contra o seu primo, o Duque de Nevers.
Mas um conjunto de coincidências do destino levam o cavaleiro Henri de Lagardère a entrar em campo e ajudar a filha do Duque, Aurore.
Uma ajuda que vai durar anos. Mas como derrotar os interesses de Philippe de Gonzague?
Cape e d`Épée de grande nível, pleno de conspirações políticas, dramas familiares, perseguições, duelos, humor e romance.
A trama parece a de um thriller conspirativo, o drama é digno dos grandes romances do Século XIX, as peripécias em plena sintonia com o melhor do género.
A par com tudo temos uma história de amor algo diferente do normal – o par amoroso começa numa relação paternal e de grande proteccionismo.
O título refere-se a um certo Le Bossu e ele reserva umas surpresas para o terceiro acto.
Bonita paisagem.
Enorme luxo na cenografia e guarda-roupa, ilustrados por uma luminosa e radiante fotografia (que ganha uma nova vida na masterização HD).
André Hunebelle bem percebia de acção (moderna ou de época) e ei-lo mais uma vez airoso.
Jean Marais era o grande nome de França para a “capa-e-espada” e ei-lo sempre heróico e acrobático.
Bourvil assegura o devido humor e simplicidade.
Sabine Sesselmann (em dupla interpretação – é a mãe e a filha) é esbelta.
Os vilões são bem maquiavélicos.
Um óptimo exemplar do género, quando feito em França, mostrando que a glória do género não era exclusiva de Hollywood (até porque já estávamos numa época em que o género ia começar o seu declínio em tais paragens).
“Le Bossu” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: André Hunebelle
Argumentistas: Pierre Foucaud, Jean Halain, André Hunebelle, a partir do romance de Paul Féval
Elenco: Jean Marais, Bourvil, Sabine Sesselmann, Jean Le Poulain, Hubert Noël, Paulette Dubost, Edmond Beauchamp, Paul Cambo
Trailer
Bilheteira – 5.8 milhões de Espectadores (França)
Jean Marais foi nomeado como “Melhor Actor – Internacional”. Perdeu para Rock Hudson em “Pillow Talk”.
O conto de Paul Féval foi editado em 1857, em capítulos, no jornal “Le Siècle”, tendo sido um grande sucesso.
A primeira adaptação cinematográfica deu-se em 1913 (curiosamente, o ano de nascimento de… Jean Marais), realizado por Andre Heuze. Houve mais seis adaptações, incluindo esta de 1959.
É a primeira colaboração entre André Hunebelle e Jean Marais. Trabalharam juntos em oito filmes – “Le Bossu” (1959), “Le Capitan” (1960), “Le Miracle des Loups” (1961), “Les Mystères de Paris” (1962) e três filmes saga “Fantomas” (1964-1966). O final da colaboração seria em Televisão, na mini-série “Joseph Balsamo”.
Filmado no Franstudio de Saint-Maurice e nos Pirinéus.
Jean Marais teve de se sujeitar a uma caracterização de três horas.
Já não era a primeira vez que Marais estava tão caracterizado – teve de ser alvo de uma igualmente exigente em “La Belle et la Bête” (1945, de Jean Cocteau, possivelmente a melhor e mais famosa adaptação cinematográfica do popular conto).
Sabine Sesselmann interpreta duas personagens e é dobrada vocalmente por duas actrizes – Jacqueline Porel na personagem Isabelle de Caylus, Gilberte Aubry na personagem Aurore de Nevers.
André Hunebelle, Jean Marais e Bourvil reencontram-se em “Le Capitan” (1960).
O conto teria uma nova (e óptima) versão em 1997 (já aqui vista), realizada por Philippe de Broca, com Daniel Auteuil, Vincent Perez, Marie Gillain e Fabrice Luchini.
Sobre Paul Féval
https://www.goodreads.com/author/show/401097.Paul_F_val_p_re
https://www.fantasticfiction.com/f/paul-feval/
[…] Bossu” (1959; já aqui visto) já tinha ganho um (merecido) estatuto de […]