Fanfan, o Sedutor (2003)

 

 

Título original – Fanfan la Tulipe

 

“Fanfan la Tulipe” (1952, já aqui visto) já era (como toda a justiça) um grande clássico do Cinema.

Luc Besson decidiu fazer uma nova versão.

 

Fanfan é um aventureiro e um sedutor.

Mas um conjunto de circunstâncias levam-no a ingressar nas tropas de Luís XV e a viver uma série de aventuras.

A nova versão de “Fanfan La Tulipe” segue quase todo o esquema narrativo da versão de 1952 (sinal da robustez e frescura do clássico de Christian-Jacque, que nada tinha para melhorar ou mudar).

 

Assim sendo, a nova versão traz update em termos de linguagem cinematográfica (montagem mais rápida, mas sem ser brusca, algumas passagens de planos que trazem algo de cartoonesco), adequação à mentalidade moderna (a menina tem mais intervenções heróicas) e upgrade técnico (cores vivas e quentes, muitos extras, coreografias mais complexas).

Há umas adendas (um traidor na corte do Rei) e umas variações (o terceiro acto condensa muita coisa que era mais prolongada na versão de 1952).

No conjunto geral, temos um título de cape et d’épée feito ainda pelas regras e conceito clássicos, pleno de ritmo, acção, humor e romance.

Gerard Krawckyk era um protegée de Luc Besson (assinou-lhe a saga “Taxi”) e mostra jeito para o género, dando sempre um ritmo vivo aos eventos e um humor simples e fácil, seguindo um tom mais cartoonesco, sem cair na parvoíce.

Vincent Perez sai-se muito bem, mostrando boa destreza heróica e lábia romântica.

Penelope Cruz usa bem a sua imagem latina e sexy.

Didier Bourdon é desconcertante como um Rei completamente incapaz.

O restante elenco diverte e diverte-se.

É o típico produto de Luc Besson, pensado para massas e bom entretenimento.

“Fanfan La Tulipe” tem vários méritos, mas não deixa de ser um remake (e logo de um título clássico, emblemático, referencial e perfeito na sua execução).

A nova versão mantém quase todo o argumento original (com variantes e adendas engraçadas e que funcionam), a modernização do humor e da tecnologia é apenas para adequar o filme ao público moderno, o ritmo é vivo, a acção bem encenada, o tom é filiado com o tom clássico do género, os actores cumprem perfeitamente.

Poderia declarar-se um empate, precisamente pela forma como o remake nunca deixa de homenagear e brincar com o original, parecendo mesmo ser feito “à moda antiga”. O carisma dos actores também ajuda, embora (como é óbvio) Gérard Philippe tenha uma destreza e encanto que Vincent Perez não atinge totalmente, e Gina Lollobrigida tenha um brilho e uma presença mais “cheia” que Penelope Cruz.

Acrescido que o filme de 1952 é o primeiro, é perfeito e tornou-se clássico e referencial (com toda a justiça).

 

Mas vale muito a pena ver esta nova versão.

 

“Fanfan La Tulipe” tem edição portuguesa, a bom preço.

Realizador: Gérard Krawczyk

Argumentista: Luc Besson, Jean Cosmos

Elenco: Vincent Perez, Penélope Cruz, Didier Bourdon, Hélène de Fougerolles, Michel Muller, Philippe Dormoy, Jacques Frantz, Gérald Laroche, Guillaume Gallienne

 

Trailer

 

Orçamento – 21 milhões de Dólares

Bilheteira – 8 milhões de Dólares

 

Vincent Perez esteve nomeado para “Melhor Actor Europeu”, nos European Film 2003. Perdeu para Daniel Brühl em “Good Bye Lenin!”. Penélope Cruz tentou ser a “Melhor Actriz Europeia”, mas perdeu para Katrin Sass em “Good Bye Lenin!”.

Fanfan é um personagem popular no Século XVIII, alvo de várias lendas, contos e canções.

O Cinema não o podia ignorar e surgiram várias versões, feitas em França – em 1907, num filme mudo assinado por ‘Alice Guy; em 1925 num filme de René Leprince; a versão mais famosa e emblemática é a de 1952, de Christian-Jaque, com Gérard Philipe e Gina Lollobrigida.

 

Nos anos 90, tentou-se fazer uma nova versão com Patrick Bruel. O projecto não avançou.

Os produtores queriam ser fiel ao filme de 1952, mas adaptá-lo aos gostos da actualidade.

Para Vincent Perez, o filme é um sonho. O actor é grande fã da versão de 1952 e queria fazer algo do género.

Philippe Haïm foi abordado para realizar, mas recusou.

 

Filmado em 85 dias, ao longo de 5 meses.

Mais de 600 peças de roupa foram criadas.

Penélope Cruz teve de aprender a pronunciar devidamente Francês.

 

O filme fez a abertura de Cannes 2003.

One comment on “Fanfan, o Sedutor (2003)

  1. […] filme teria um remake em 2003 (já aqui visto), produzido e escrito por Luc Besson, com Vincent Pérez e Penélope Cruz. Basicamente refaz […]

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