Título original – The Tin Star
Anthony Mann é um grande nome do Western (é relevante a parceria com James Stewart, em 5 coboiadas que mexeram com o género).
Ei-lo de volta a tal.
E com dois grandes actores – um é habitual no género, o outro é bastante inesperado.
Um caçador de recompensas ajuda um jovem e ideológico Xerife na arte do uso das armas e na manutenção da Lei & Ordem na cidade.
Western sobre Lei & Ordem (numa cidade que muito precisa de tal), conto sobre mestre & discípulo (os ensinamentos do bounty hunter ao xeriff), ilustrando já uma mudança de mentalidade no Old West (a hostilidade face ao bounty hunter) mas ainda a lidar com alguns preconceitos vigentes (o desprezo face aos nativos).
Por aqui passa um certo espírito fordiano (o Doc, mãe e filho, a relação de ambos com o bounty hunter, o xeriff e a noiva).
Mas é visível a mudança que o género estava a ter com Anthony Mann – a psicologia dada ao gunfighter, a mudança de herói para anti-herói, o típico cowboy a ter problemas e traumas do vulgar humano.
Toda esta riqueza humana e emocional funciona em pleno, mas sempre firme no lado do entretenimento clássico de um western (há bons, há maus, há duelos, há tiroteios).
Elmer Bernstein compõe um belo score.
Anthony Mann sabia filmar grandes espaços como poucos cineastas do género (o seu nome e os seus westerns são sempre associados a grandes planícies, vales e prados, belissimamente filmados).
“The Tin Star” não é tão rico nisso como outros de Mann (“The Far Country”, “The Naked Spur”, “Cimarron”), mas a paisagem está lá e bem usada. E Mann mostra que também sabia ilustrar o espaço interior dos personagens.
Henry Fonda é impecável como um bounty hunter implacável, mas carregado de traumas.
Anthony Perkins (3 anos antes de “Psycho”) já mostra a sua capacidade para interpretar personagens tímidos, frágeis, debilitados e delicados.
Excelente performance do restante elenco.
Um Western profundo e emotivo, sendo um dos melhores Westerns de Anthony Mann.
“The Tin Star” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados a bom preço.
Realizador: Anthony Mann
Argumentistas: Dudley Nichols, Barney Slater, Joel Kane
Elenco: Henry Fonda, Anthony Perkins, Betsy Palmer, Michel Ray, Neville Brand, John McIntire, Mary Webster, Peter Baldwin, Richard Shannon, Lee Van Cleef
Trailer
Clips
Mercado doméstico – 1.4 milhões de Dólares
Nomeado para “Melhor Argumento”, nos Oscars 1958. Perdeu para “Designing Woman”.
Nomeado para “Melhor Filme”, nos BAFTA 1958. Perdeu para “The Bridge on the River Kwai”.
James Stewart ia ser o protagonista (e assim se continuaria a parceria entre ele e Anthony Mann).
Anthony Perkins e John McIntire participariam depois em “Psycho” (1960).
O poster do filme é visto muitas vezes na Season 1 da popular série “Happy Days”.
É um dos poucos Westerns nomeado nos Oscars para “Melhor Argumento”.
A Grande Ilusão 