Mentira (1943)

 

 

Título original – Shadow of a Doubt

 

É o filme preferido de Alfred Hitchcock.

80 anos depois, continuamos a dar conta que há muitas boas razões para tal.

 

Charlie Oakley regressa à sua terra natal, para visitar a irmã e a sua família.

Charlotte “Charlie” Newton é a sobrinha de Charlie, que tem um carinho, fascínio e relação muito especial com o tio.

A Polícia procura um certo “assassino das viúvas alegres”. Tudo aponta que é Charlie.

Quando Charlie descobre uns mistérios e atitudes algo dúbias sobre o tio, este toma acções assassinas.

Hitchcock sai do estúdio, vai até ao exterior, viaja até uma pequena povoação, entra pelo interior familiar e aborda o Mal.

O resultado é um (e muito provavelmente, O mais, na obra do autor de “North by Northwest”) filme de tom muito realista, credível, puro, natural, profundamente humano e sentimental.

Poucas vezes (e isto não é um defeito nem um erro de carreira) Hitchcock esteve assim (de uma forma geral, o seu Cinema é muito fantasista sobre pessoas – nomeadamente as mulheres – e eventos).

Hitchcock faz um olhar singelo sobre aquela povoação e a dinâmica da comunidade local, a sua visão sobre os Newton é muito intimista e natural, sem ser voyeurista nem fantasista ou lamechas, criando um melodrama puro, mas com O toque Hitchcockiano.

E é com a marca do Master of Suspense que “Shadow of a Doubt” se afasta de todos os melodramas, feitos antes, durante e depois, sendo um filme absolutamente único.

É uma história sobre uma família – a forma como se ilustra a dinâmica dos Newton é detalhada, pura, plena de sentimento e inocência, mostrando uma família que pode ser a nossa, uma que conhecemos ou queremos conhecer.

É uma história sobre o Mal, com este a ser duplamente perturbante – ele chega ao interior da família e É da família.

É uma história de final de inocência e afirmação de uma jovem (de vítima passa a controladora), com inversão de papéis (o Uncle Charlie quer matá-la, falha e é Charlie quem quer matar o Uncle Charlie).

É uma história sobre um duelo de vontades – o Uncle Charlie quer matar Charlie que devido a tal quer matar o Uncle Charlie.

É uma analogia sobre o poder do Mal enquanto salvador – os Newton estão num certo marasmo (ou é Charlie que está) e é o mal (que é um familiar) que a salva e a une mais ainda (Charlie acredita que é o Uncle Charlie que vai resgatar o estado da família – e, de facto, assim acontece, ainda que de forma inesperada e terrível).

O título refre uma shadow of a doubt.

E, de facto, não falta sombra a uma dúvida, sombras e dúvidas.

A ambiguidade é total. Tanto sobre o Uncle Charlie (ele é mostrado como alguém ameaçador, mas nunca é mostrado como assassino nem surgem provas de tal) como sobre a relação entre o Uncle Charlie & Charlie (a satisfação dela quando sabe da vinda dele, os comportamentos dela quando o reencontra, o vê e está com ele).

Como sempre em Hitchcock, ele nunca descura muitos dos seus habituais elementos.

Temos o factor coincidência (hmmm, será mesmo? em Hitchcock?) –  o Uncle Charlie e Charlie são apresentados, ao espectador, na cama e na mesma posição e atitude, o Uncle Charlie vai a caminho de casa, Charlie quer que o tio a visite.

Não falta humor negro – os amigos a falar sobre assassínios.

O encanto infantil – os petizes são pertinentes, inteligentes e descarados.

E, como sempre em Hitchcock, temos o perfeccionismo visual e técnico.

A ilustração do ambiente familiar é uma delícia de atenção, detalhe, simpatia e encanto.

A cenografia é plena de pormenores e simplicidade (a casa e o seu interior).

A fotografia é num glorioso P&B, bem vincado quando o tom é feliz (a luminosidade nas cenas em casa e na rua), tenso (o contraste quando Charlie descobre a “verdade” na biblioteca, com aquele admirável movimento de câmara; o primeiro confronto entre o Uncle Charlie e Charlie, com a fotografia escura sobre ambos, com uma ligeira luminosidade sobre ela – como que a simbolizar que ainda existe algo de angelical sobre ela – e ele todo às “escuras”), ambíguo (o acompanhar do Uncle Charlie pela subida das escadas e e contra-plano seguinte sobre Charlie – o momento definitivo dela assumir o controlo, a deixar de ser menina e moça) ou “tranquilizador” (a conversa no bar, sobre a verdade, com a imagem muito em tons de cinza – mostrando que tudo é cinzento sobre o Uncle Charlie e a sua relação com Charlie).

O filme é feito em plena Segunda Guerra Mundial (ainda faltariam dois anos para o fim dela), e Hitchcock faz um filme sobre o Mal, a sua presença (entre todos nós, nos USA – território que estava “incólume”, geograficamente falando, aos eventos bélicos decorridos na Europa e no Pacífico), mas mostra esperança na sua derrota e combate, alicercando tudo na união familiar (de facto, o filme é toda uma ode à família – e Hitchcock era um total family man).

O seu filme acaba por ser profético – o pior dos males pode estar mesmo na família, no familiar mais querido, no parente mais simpático à mesa e no serão da sala, na personalidade mais bem vista na comunidade.

O filme é todo um prodigioso e perfeito exercício de casting.

Todo o elenco está em estado de graça e entrega das melhores (ou mesmo As melhores) interpretações das suas carreiras.

Henry Travers e Patricia Collinge convencem como casal, com uma naturalidade encantadora. Hume Cronyn e super-divertido com o seu fetichismo pelo crime. Os pequenos Edna May Wonacott e Charles Bates são prodigiosos e mravilhosos.

Joseph Cotten é um prodígio de simpatia (a forma como faz sorrir a irmã, a forma como brinca com os petizes, a sua interacção com Charlie, a forma como conquista a comunidade), sendo bem inquietante em muitos momentos (os seus olhares penetrantes, a sua voz crítica e autoritária, a forma como se torna gradualmente ameaçador a Charlie). É uma das supremas interpretações deste excelente actor, podendo ser mesmo a melhor (sim, já o estou a medir face aos trabalhos que fez com Orson Welles e os ao lado de Jennifer Jones).

Teresa Wright. Ahhh, que miminho de menina (e actriz)! E é vê-la triste, aborrecida, radiante, feliz, controlada e controladora. É um desfile de beleza (Hitchcock sempre quis belas mulheres como protagonistas dos seus filmes e sempre as soube filmar, elevando ainda mais essa beleza), mas é também uma afirmação total de uma excelente actriz (que nos tinha dado provas disso num par de magníficos filmes anteriores, e voltaria a fazê-lo), magistralmente dirigida.

Hitchcock mostra (constantemente) que está encantado com o material que tem nas mãos, vê-se (constante) paixão e empenho naquilo que está a fazer, o perfeccionismo é permanente.

O autor de “Notorious” mostra (mais uma vez – e iria fazê-lo mais vezes ainda) que é mais que O Master of Suspense. Ele está presente no filme, sem dúvida (e de que maneira!!!), mas o autor de “Psycho” mostra que domina totalmente a linguagem cinematográfica para a usar no melodrama mais puro (mas sem lamechices e sem seguir pelos métodos do Actor`s Studio – aqui não há berros nem loiça partida) – a chegada na estação, o reencontro em casa, o jantar em família, a despedida.

Mas atenção. O autor de “The 39 Steps” nunca esquece a sua boa reputação. E não faltam óptimos momentos de suspense (o desenrascanço com os jornais, o jogo de dúvidas entre Charlie o Uncle Charlie sobre qual verdade sabe ela e qual ele esconde, os sustos de Charlie na escada e na garagem, o confronto final).

Nos grandes cineastas, é difícil (para não dizer impossível) afirmar-se qual o seu melhor filme, qual a sua obra-prima, qual a obra máxima.

Hitchcock tem imensas obras-primas na sua filmografia.

“Shadow of a Doubt” é uma das suas obras máximas e merece ser isolado como um forte candidato ao ser melhor filme.

E se o próprio Hitchcock tem neste filme o seu favorito…

É um Hitchcock film diferente.

É um puro Hitchcock film.

É grande Hitchcock Cinema.

É grande, grandessíssimo, Cinema.

 

Um must absoluto.

 

“Shadow of a Doubt” tem edição portuguesa, a bom preço.

Realizador: Alfred Hitchcock

Argumentistas: Thornton Wilder, Sally Benson, Alma Reville, Gordon McDonell

Elenco: Teresa Wright, Joseph Cotten, Macdonald Carey, Henry Travers, Patricia Collinge, Hume Cronyn, Wallace Ford, Edna May Wonacott, Charles Bates

 

Trailers

 

Clips

 

Mercado doméstico – 1.2 milhões de Dólares

 

Nomeado para “Melhor Argumento Original”, nos Oscars 1944. Perdeu para “The Human Comedy” (hmmmf…!!!).

Teresa Wright foi a “Melhor Actriz” (ahhhhh!!!), pela National Board of Review 1943.

“Filme a Preservar” (muy bien!), pelo National Film Preservation Board 1991.

O projecto começou na companhia de David Selznick (que tinha Hitchcock sob contrato desde 1941). Margaret McDonell fala a Hitchcock sobre uma história que tinha o título “Uncle Charlie”, inspirada na história de Earle Nelson, um serial killer dos anos 20, conhecido como “The Gorilla Man”.

 

Hitchcock queria William Powell como Uncle Charlie, mas a MGM recusou ceder o actor (estava sob contrato com o estúdio).

Hitchcock considerou Cary Grant como Uncle Charlie (Yoohoo, isso é que seria…!!!). Grant já tinha trabalhado com Hitchcock em “Suspicion” (1941, onde havia muita shadow of a doubt sobre ele ser um assassino e querer matar a esposa) e voltaria a fazê-lo em “Notorious” (1946, outro título bem melodramático e sentimental em Hitchcock), “To Catch a Thief” (1955) e “North by Northwest” (1959).

 

Hitchcock queria Joan Fontaine (com quem já tinha trabalhado em “Rebecca” – a estreia do cineasta em Hollywod – e “Suspicion” – que valeria um Oscar a Joan) ou Olivia de Havilland (irmã de Joan) como a jovem Charlie, mas ambas estavam ocupadas.

Teresa Wright não leu o argumento. Hitchcock descreveu-lhe a história e a actriz aceitou imediatamente.

Era o quarto filme de Teresa Wright e já recebe o seu nome em primeiro lugar, no genérico.

Nos três filmes anteriores, Wright foi nomeada aos Oscars – “The Little Foxes” (1941), “Mrs. Miniver” (1942) e “The Pride of the Yankees” (1942).

Joseph Cotten era mais velho que Teresa, mas menos experiente em Cinema (vinha do Mercury Theatre, de Orson Welles, tendo feito um par de filmes com ele).

Primeiro filme de Hume Cronyn (Herbie Hawkins).

Último filme de Frances Carson.

Primeira colaboração entre Dimitri Tiomkin e Hitchcock. Voltariam a trabalhar juntos em “Strangers on a Train”, “I Confess” e “Dial M for Murder”.

Reencontro entre Teresa Wright e Patricia Collinge, depois de “The Little Foxes” – ambas foram nomeadas aos Oscars, na área de actriz secundária.

Reencontro entre Teresa Wright e Henry Travers, depois de “Mrs. Miniver”.

 

O filme conta com uma vencedora de um Oscar (Teresa Wright) e quatro nomeados (Henry Travers, Patricia Collinge, Hume Cronyn e Alfred Hitchcock).

Filmado em Santa Rosa, California, perto de onde vivia Alfred Hitchcock e a sua família.

Hitchcock foi muito especifico e exigente com o local e com a casa.

Edna May Wonacott (Ann Newton) e Estelle Jewell (Catherine) eram habitantes de Santa Rosa. Muitos dos extras são habitantes locais.

Hitchcock preferia filmar em estúdio, para um maior controlo técnico e logístico. Mas devido à guerra, o War Production Board limitava as produções cinematográficas a gastos não superiores a 55.000 Dólares em construcções em estúdio, obrigando assim a filmagens on location. O filme teve um gasto de sets (o interior do comboio, alguns exteriores e interiores da casa, a garagem) inferior a 3.000 Dólares.

 

“Shadow of a Doubt” era o título inicial, que se acreditava ser temporário.

Patricia Collinge (Emma Newton) escreveu a cena na garagem, entre Charlie (Teresa Wright) e Jack (Macdonald Carey). A cena teve a total aprovação de Hitchcock.

O tema de Franz Lehár (“Merry Widow Waltz”) vem de uma peça musical “The Merry Widow”, levado ao palco em 1907, inspirado numa peça teatral de 1861, sobre um conjunto de casamenteiros, que procuram o marido ideal para uma viúva rica, mas no sentido deles ganharem alguns ben$ com isso.

Hitchcock colocou muitas coisas pessoais no filme.

  • Joseph é o nome do meio de Hitchcock. Joseph é o nome do pai da Charlie.
  • Tal como Roger, Hitchcock era o terceiro dos irmãos.
  • A mãe de Hitchcock chama-se Emma. A mãe da Charlie chama-se Emma.
  • Tal como a Charlie, também Hitchcock teve um acidente de bicicleta quando era criança.
  • Ann lê o livro “Ivanhoe”. Hitchcock adorava esse livro desde criança.
  • A Charlie conduz o carro da família. A esposa de Hitchcock, Alma Reville, adorava conduzir.
  • Tal como Hitchcock, Herbie Hawkins é obcecado com o crime e era muito dedicado à mãe.

 

Subtilmente, Hitchcock faz um filme sobre vampiros e vampirismo – o nevoeiro com a chegada de Charlie no comboio, as viúvas são mortas pelo pescoço, Charlie evita a luz directa, o vinho é tinto, num momento Charlie parece querer moder o pescoço à sobrinha, o anel de esmeralda parece ter um efeito semelhante ao crucifixo, a armaldilha com o degrau de madeira evoca a estaca de madeira, Charlie segura a sobrinha Charlie várias vezes pelos pulsos, a aversão de Charlie a ser fotografado.

Cameo de Hitchcock – ao fim de 16 minutos, no comboio, a jogar cartas com um casal.

Segundo Hitchcock, o som do comboio ao chegar a Santa Rosa com Charlie é o aviso da chegada do Mal.

Alguns momentos fazem referências subtis à crença no azar – quando o cunhado de Charlie o impede de atirar o chapéu para a cama, num momento vê-se o número 13 numa porta.

Vários momentos usam o tema “A Viúva Alegre”, de Franz Lehár.

A casa dos Newton é em 904, McDonald Avenue, Santa Rosa. A casa ainda existe.

Henry Travers tinha 68 anos e interpreta o pai de Charles Bates, com 7 anos.

Numa cena, a irmã do Uncle Charlie menciona que ele teve um acidente de bicicleta quando era criança. Earle Nelson, o serial killer que inspirou o Uncle Charlie também teve um acidente de bicicleta quando criança, o que lhe provocou problemas cerebrais.

Nelson cometeu os seus crimes ao longo de 16 meses. O Uncle Charlie toma atitudes semelhantes a Earle – atacar viúvas que tinham casas, roubar-lhes bens.

Numa cena, o Uncle Charlie cita passagens da Bíblia. Nelson costumava fazer o mesmo.

Na cena em que Ann faz as suas orações, ela pede ao Captain Midnight que proteja. O Captain Midnight era um personagem popular na rádio, num serial que andou entre os 30s e os 40s, que cativava miúdos e graúdos.

O retrato na parede do quarto de Charlie é pintado por Willy Pogany, a retratar a actriz Mary Philbin, que fora uma leading lady da Universal 20 anos antes.

A palavra “Charlie” é mencionada 170 vezes.

Quando Hawkins se refere a um detective francês, refere-se a Hercule Poirot. Poirot foi criado por Agatha Christie e nas suas histórias era frequentemente confundido com francês (Poirot é belga).

O agente Jack Graham conduz um Plymouth Special De Luxe Convertible Coupe 1941.

Os Newton têm um Chevrolet Confederate Sedan 1932.

A versão italiana foi feita em Espanha. Em Itália não havia actores disponíveis, pelo que os actores espanhóis falam com sotaque espanhol.

O The Screen Guild Theater faz duas adaptações, de 30 minutos, em 1943 – ambas com Joseph Cotten a retomar o seu personagem, com Vanessa Brown a ser a sobrinha na primeira versão, Deanna Durbin na segunda.

 

O Lux Radio Theater emitiu uma versão radiofónica de 60 minutos, adaptada por Cecil B. DeMille, em Janeiro de 1944. Teresa Wright regressou à sua personagem, com William Powell como o Uncle Charlie.

 

O Academy Award Theater fez uma versão radiofónica de 30 minutos em Setembro de 1946. Joseph Cotten retomou o seu personagem.

 

O Ford Theater faz uma nova adaptação radiofónica em Fevereiro de 1949, com Ann Blyth e Ray Milland (que seria depois um vilão para Hitchcock, em “Dial M for Murder”, em 1954).

 

Em 1950, o Screen Directors Playhouse fez uma nova adaptação radiofónica. Cary Grant (Yoohoo!!!) era o Uncle Charlie e Betsy Drake era a sobrinha Charlie.

 

O filme teria dois remakes:

  • “Step Down to Terror”, em 1958, com Colleen Miller, Charles Drake, Rod Taylor (que trabalharia com Hitchcock em “The Birds”), Josephine Hutchinson.
  • “Shadow of a Doubt”, em 1991, como telefilme, com Mark Harmon como o Uncle Charlie.

O filme foi a inspiração para Park Chan-wook no seu “Stoker” (2013).

 

O filme foi um flop de público, apesar da entusiástica recepção da crítica.

Em 1943, Wright recebe duas nomeações aos Oscars – “Melhor Actriz” por “Pride of the Yankees”, e “Melhor Actriz Secundária” por “Mrs. Miniver”. Ganharia pela segunda.

 

Com a passagem do tempo, têem-se feito muitas análises detalhadas ao filme, sobre o factor 2.

  • Há dois Charlie`s.
  • Há dois polícias.
  • Os dois polícias vão duas vezes a casa dos Newton.
  • Há dois homens que podem ser o assassino procurado.
  • Quando o Uncle Charlie leva Charlie ao bar, este tem o nome de “Til-Two”, as portas são duplas, há dois relógios pintados com as horas (2 Hrs. menos 2 minutos), a empregada menciona que já lá trabalha há duas semanas, o Uncle Charlie pede dois brandies.
  • Há duas tentativas de assassinato a Charlie.
  • Há dois momentos com jornais em família.
  • Há duas cenas na estação de comboio.
  • Há duas iniciativas da polícia face ao Uncle
  • Há dois momentos do agente com Charlie.

 

No seu livro “Bambi vs. Godzilla”, David Mamet considera “Shadow of a Doubt” como o melhor filme de Hitchcock.

Está nos “Great Movies” de Roger Ebert.

A “Time Out” colocou-o como #41 nos “The 100 Best Thriller Films of All Time”.

Está nos “1001 Movies You Must See Before You Die”, de Steven Schneider.

É o filme preferido de Teresa Wright.

Alfred Hitchcock sempre considerou “Shadow of a Doubt” como o seu filme preferido. Afirmou-o em diversas entrevistas, incluindo a que teve com François Truffaut.

Numa entrevista dada ao Telescope em 1964, Fletcher Markle diz a Hitchcock “Mr. Hitchcock, most critics have always considered “Shadow of a Doubt”, which you made in 1943, as your finest film.“, ao que Hitchcock responde “Me too.“. Com a pergunta de Markle “That is your opinion of it still?“, Hitchcock responde “Oh, no question.“.

A filha de Hitchcock, Patricia Hitchcock, confirmou que “Shadow of a Doubt” era o filme favorito do pai. Tal foi dito no (excelente) documentário de Laurent Bouzereau, “Beyond Doubt: The Making of Hitchcock’s Favorite Film”.

Hitchcock explicava que o seu favoritismo passava por ser um filme sobre a chegada de um mal a uma pequena, sossegada e idílica povoação.

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