É a série que revelou Sam Peckinpah.
Dave Blasingame e o seu fiel cão Brown percorrem o faroeste, conhecendo e ajudando pessoas, metendo-se em diversas aventuras.
Criador: Sam Peckinpah
Protagonista: Brian Keith, Spike
Pegando num tema clássico do western (o lone lider), a série aproveita para passear por vários arquétipos do género, dando-lhe uma aura romântica, mas também desconstrutiva, analítica e crítica sobre eles e a mentalidade daqueles dias, que se ajusta como uma reflexão metafórica sobre a modernidade.
Apesar do protagonista ter algo de clássico no género, Dave nunca é mostrado como um herói ou um gunfighter (apesar de ter jeito com as armas).
A amizade de Dave com Brown é sempre pivot e até tem um fulcral episódio sobre tal (o E03, com o título “Brown”, onde Dave entra em conflito com um homem porque este quer comprar o Brown).
Os episódios são de 25 minutos, o que permite uma enorme e notável economia narrativa, sendo bem concisos, precisos e directos.
Brian Keith tem uma prestação muito expressiva na solidão e integridade do protagonista.
Brown é um cãozinho muito dedicado e simpático, com bons momentos de heroísmo e humor.
O elenco que surge em cada episódio tem performance correcta.
Uma coboiada muito sentimental, que sabe olhar, respeitar, analisar e criticar os costumes do Old West, sendo já bem percussora do que Sam Peckinpah daria ao género (e ao Cinema).
“The Westerner” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
A ideia para a série veio do episódio “Trouble at Tres Cruces” (1959), exibido no “Dick Powell’s Zane Grey Theatre”. Foi escrito e realizado por Sam Peckinpah.
Peckinpah queria que as roupas dos actores participantes tivessem um ar gasto e velho.
Segundo Peckinpah, o primeiro episódio é-lhe muito querido pois é inspirado num caso real que ele conheceu.
O episódio “Line Camp” serviu de inspiração para “Will Penny” (1967, com Charlton Heston, Joan Hackett e Donald Pleasence). Episódio e filme foram escritos e realizados por Tom Gries.
A série tem 13 episódios. Sam Peckinpah realiza vários (5). Entre os realizadores estão André De Toth (autor de vários Westerns B), Ted Post (que vinha de “Rawhide”, onde se revelou Clint Eastwood), Elliot Silverstein (futuro realizador de “Cat Ballou”, popular western cómico com Jane Fonda e Lee Marvin – ele ganharia um Oscar) e Tom Gries (que faria depois uma carreira cinematográfica, com bons resultados no actioner – “100 Rifles” – e no western – “Will Penny”).
Por aqui passam alguns actores que Sam Peckinpah teria na sua carreira cinematográfica – Brian Keith (“The Deadly Companions” – o primeiro filme do cineasta), R.G. Armstrong (“Ride The High Country”) e, principalmente, Warren Oates (começa aqui a boa parceria entre Oates e Peckinpah – trabalhariam juntos em “Ride The High Country, “Major Dundee”, “The Wild Bunch”, “Bring Me the Head of Aldredo Garcia”).
Entre os argumentistas da série está Bruce Geller, futuro criador de “Mission Impossible”.
A série teve uma excelente recepção por parte da crítica. As audiências foram baixas (a série concorria com “The Flintstones” e “Route 66”).
O estúdio decidiu cancelar a série. Mesmo assim, os executivos pediram a Sam Peckinpah e Brian Keith para darem um tom mais infantil à série, de forma a alargar o público. Ambos recusaram.
Em 1963 foi criado um Pilot para um reboot à série – “The Loser”, que foi mostrado no “The Dick Powell Show” e o episódio contava com Lee Marvin (como Dave Blassingame) e Keenan Wynn (como Burgundy Smith).
Brian Keith regressaria ao personagem em “The Gambler Returns: The Luck of the Draw” (1991). O filme permitia também o regresso de vários protagonistas de séries Western dos 50s e 60s – Bat Masterson, Wyatt Earp, Bart Maverick, Cheyenne Bodie, Caine, The Rifleman.
A série