Mais um Long Goodbye em Cinema.
Agora ao capaz, simpático e energético James Caan.
James Edmund Caan nasce em Nova Iorque, no Bronx, em Março de 1940, no seio de uma família judaica oriunda da Alemanha.
Desde cedo mostra capacidade de liderança e carisma – é um atleta empenhado e líder estudantil na escola.
Pratica football na Michigan State University e segue para a NFL, mas a sua (curta) altura impede-o de singrar no meio.
Na Hofstra University segue a via da interpretação, mas desiste.
Volta à área na Neighbourhood Playhouse School of Theatre, sendo ensinado pelo prestigiado Sanford Meisner.
Inicia a sua carreira nos palcos.
Segue para L.A. e começa a trabalhar na Televisão, em séries populares – “Naked City”, “Route 66”, “The Untouchables”, “Dr. Kildare”, “Wagon Train”, “Get Smart”, “The Alfred Hitchcock Hour”.
Em Cinema, tudo começa em 1963, em “Irma La Douce” (de Billy Wilder, com Jack Lemmon e Shirley MacLaine), numa pequena presença.
Em 1964 está em “Lady In a Cage” a assustar Olivia de Havilland.
Howard Hawks repara nele e chama-o para dois filmes – “Red Line 7000” (1965, que Caan protagoniza) e “El Dorado” (1966, que toca terceiro violino ao lado de John Wayne e Robert Mitchum).
Em “Countdown” (1967) encontra-se com Robert Duvall, pela mão de Robert Altman. Em “Games” (1967) confronta-se com Simone Signoret. Em “T.R. Baskin” (1971) está ao lado de Candice Bergen e Peter Boyle.
Francis Ford Coppola chama-o para “The Rain People” (1969, onde também anda Robert Duvall).
E daqui segue para um filme bem emblemático em Cinema, na carreira do elenco e do seu realizador – “The Godfather” (1972), ao lado de Al Pacino, Diane Keaton, Robert Duvall, Sterling Hayden e Marlon Brando. E com o seu trabalho, Caan ganha uma nomeação aos Oscars.
Caan continua em boa companhia, tanto como realizadores como actores – “Cinderella Liberty” (1973, de Mark Rydell, com Marsha Mason), “The Gambler” (1974, de Karel Reisz, com Lauren Hutton), “Funny Lady” (1975, de Herbert Ross, com Barbra Streisand e Omar Sharif), “Harry and Walter go to New York” (1976, de Mark Rydell, com Elliott Gould e Michael Caine).
Mas Caan também sabe mostrar o seu lado heróico e sai-se bem no actioner
“Freebie and the Bean” (1974, ao lado de Alan Arkir) é considerado como o primeiro Buddy-Buddy Movie (um género que será sucesso e moda nos 80s).
“Rollerball” (1975, de Norman Jewison) mostra-o a dominar um violento desporto futurista.
“The Killer Elite” (1975) leva-o a confrontar-se com Robert Duvall, pela mão de Sam Peckinpah.
“Alien Nation” (1988, ao lado de Mandy Patinkin e Terence Stamp) pega num conceito buddy-buddy e é original – dois polícias em parceria, um terrestre e outro extra-terrestre.
“Misery” (1990) mostra-o (bem) assustado com Kathy Bates (que ganha um Oscar por tal).
Em “Dick Tracy” (1990) aparece bem caracterizado e bem rodeado (Warren Beatty, Madonna, Glenne Headly, Al Pacino, Dustin Hoffman, Charles Durning).
Nos tempos seguintes participa em Televisão e em filmes mais discretos, com tempo para títulos de prestígio (“The Yards”, em 2000, de James Gray, com Mark Wahlberg, Charlize Theron, Joaquin Phoenix, Ellen Burstyn, Faye Dunaway), indie (“The Way of the Gun”, em 2000, ao lado de Ryan Phillippe, Benicio Del Toro e Juliette Lewis) e populares (“Mickey Blue Eyes”, em 1999, como um godfather, ao lado de Hugh Grant; “Eraser”, em 1996, ao lado de Arnold Schwarzenegger e James Coburn).
“Thief” (1981) marca a estreia de Michael Mann no Cinema e é, provavelmente, o melhor filme e interpretação de Caan. É também um dos favoritos de Caan.
Estreia-se na realização com “Hide in Plain Sight” (1980). Mas foram tantas as dificuldades, que nunca mais voltou a tal função.
Recusou protagonizar “One Flew Over the Cuckoo’s Nest” (1975, que valeu um Oscar a Jack Nicholson). Mas aproveitou a recusa de Nicholson para “Misery”.
Foi considerado como “Taxi Driver” (1976).
Chegou a ser considerado como Han Solo em “Star Wars” (1977).
Recusou ser “Superman” (1978).
Recusou protagonizar “Kramer vs. Kramer” (1979). E Dustin Hoffman ganhou um Oscar.
Foi considerado para protagonizar “Arthur” (1981).
Passou por tragédias familiares e teve problemas de depressão e com drogas.
O seu filho Scott seguiu-lhe as pisadas da interpretação.
Adorava jogar golfe.
James Caan é um actor capaz, versátil, intenso, que sempre procurou estar bem rodeado e dirigido, sem esquecer a dimensão popular e artística dos trabalhos onde se envolvia.
E perde-se, assim, um grande talento.
So Long, Jimmy.
Evocação
James Caan sobre “The Godfather”
Trailers de alguns dos seus filmes