É um Long Goodybe no mundo da música, mas com consequências no Cinema.
Despedimo-nos de Vangelis, o homem que deu emoções às (belas) imagens de “Chariots of Fire” e “Blade Runner”.
Evángelos Odysséas Papathanassíou nasce em Volos, na Grécia, em 1943.
Aprende música de forma autodidacta, começando a compor já aos 4 anos.
Forma a sua primeira banda em 1963 – eram os Forminx, que faziam covers de música pop de várias origens, nomeadamente The Beatles.
A banda termina em 1966 e Vangelis começa a ser requisitado pela indústria cinematográfica grega para compor a música de vários filmes.
Muda-se para Paris, forma o Aphrodite’s Child, tendo ao seu lado o seu compatriota Demis Roussos.
A banda termina o seu círculo de vida e Vangelis move-se para outros projectos, em Cinema e Televisão.
Muda-se para Londres, acentua a sua carreira a solo e vê o seu álbum “Heaven and Hell” a receber boas vendas e a ser usado na popular série televisiva “Cosmos”, de Carl Sagan.
Fica famosa a sua parceria com Jon Anderson, com quem forma o duo Jon & Vangelis.
Em 1981 surge um grande momento de glória – Vangelis compõe o score de “Chariots of Fire”. O filme é um sucesso, ganha imensos prémios (Oscars e BAFTA) e a música torna-se emblemática (sendo depois usada para sonorizar vários eventos desportivos).
Ridley Scott gosta do que ouve e chama-o para compor a música de “Blade Runner” (1982). E nasce mais um score inesquecível, perfeito e histórico.
Vangelis e Scott reencontrar-se-iam em “1492: Conquest of Paradise” (1992) para mais um brilhante score (que seria muito usado por um partido português – certamente como incentivo para encontrar algum paraíso nacional).
“Missing” (1982, de Costa-Gavras), “The Year of the Living Dangerously” (1982, de Peter Weir, com Mel Gibson e Sigourney Weaver), “The Bounty” (1984, com Mel Gibson e Anthony Hopkins), “Francesco” (1999, de Liliana Cavani, com Mickey Rourke), “Alexander” (2004, de Oliver Stone) e “Bitter Moon” (1992, de Roman Polanski) confirmam todo o talento de Vangelis em sonorizar as emoções e atmosferas das imagens vistas no ecran.
O seu mais recente trabalho foi em 2007 par o filme “El Greco”, que era sobre um artista… grego.
Em paralelo com a sua carreira autónoma como artista musical e a compor bandas sonoras para filmes, Vangelis também compunha músicas para eventos desportivos (os Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, o campeonato do mundo de futebol 2002 no Japão e na Coreia do Sul, os Jogos Olímpicos de 2004 em Atenas).
Considerava a música como o conhecimento mais multidimensional da Humanidade.
Em conjunto com Mike Oldfield (que também compôs scores para filmes – “The Killing Fields”), Vangelis foi um dos pioneiros da denominada “New Age”.
Chegou a ser convidado para substituir Rick Wakeman nos Yes (liderado por Jon Anderson). Recusa por achar que tal o pode prejudicar na criatividade da sua carreira.
Ganhou o Oscar pelo seu trabalho em “Chariots of Fire”.
É nomeado para diversos prémios pela banda sonora de “Blade Runner”, mas perde para John Williams por “E.T.”.
Vangelis era um artista talentoso, criativo, multifacetado, que nos deixa um conjunto de sonoridades que nos levam para diversos mundos, emoções e eventos.
Antio sas, Vangelis.
Alguns dos seus temas
A solo
Com os Aphrodite`s Child
Com Jon Anderson
Chariots of Fire
Blade Runner
The Year of the Living Dangerously
The Bounty
1492: Conquest of Paradise
O seu Best of