The Batman (2022)

 

 

Batman é um dos grandes heróis do mundo dos comics.

Cinema, Televisão e Rádio já lhe bateram à porta várias vezes.

No grande ecram, Tim Burton mudou as coisas com os dois (excelentes) filmes que fez; Christopher Nolan fez uma trilogia onde procurou um maior realismo e também inovou.

Como Batmna faz (muito) dinheiro, há que o fazer regressar para uma nova saga.

E cá está ele de volta. Com novo rostos, como novos autores, em novos moldes.

 

Gotham City vive no medo, devido aos ataques, assassinatos e mistérios gerados por um certo The Riddler.

A Polícia está sem pistas e recorre ao misterioso Batman, uma figura mascarada que espalha a justiça pela cidade e o medo entre os criminosos.

Mas Batman vai descobrir que toda esta nova vaga de crimes está relacionada com ele e com muitos mistérios da sua família.

Este novo reboot ao “homem-morcego” consegue pegar na abordagem super-heróica realista que foi dada por Christopher Nolan, mas seguindo por novos e surpreendentes caminhos.

Como é óbvio, em nenhum momento o filme procura imitar, seguir ou melhorar os rumos delineados por Tim Burton. Até porque Ninguém consegue rivalizar/igualar o autor de “Edward Scissorhands”, pelo que só a tentativa já levaria tudo para a rábula, comédia ou idiotice.

Se o Batman de Burton entra pela fantasia gótica, este novo filme parece uma fantasia vitoriana.

Este “The Batman” consegue a proeza de ser uma detective story, muito em estilo de film noir, com uns laivos do género à 40s, mas devidamente adaptado aos tempos modernos.

Batman é aqui menos um vigilante de Gotham City e mais um aliado da Polícia no decurso das investigações.

O filme distingue-se de todos os antecessores, precisamente pelo tom de film noir, deixando Batman quase como um private eye mascarado.

É um approach diferente, mas muito inteligente e capaz.

Elogia-se a forma como se desenvolve a relação entre Batman e Jim Gordon (bem melhor e mais complexa que na trilogia de Nolan).

A relação entre Batman e Catwoman é a mais complexa desde “Batman Returns” (quer a relação, quer o filme, jamais podem ser igualados, pois todo o filme é unique e um puro Tim Burton Film).

“The Batman” é a história da iluminação da verdade de um homem que nasce e é criado nas trevas da mentira.

O filme marca pontos pela narrativa complexa, rica em personagens, surpresas, relações, motivações, motivações, esquemas e decepções.

Face a todos os Batman movies já feitos, este novo filme aborda os pais de Bruce Wayne com novas perspectivas, nem todas simpáticas e com alguma decepção.

E no meio do entretenimento blockbuster, o filme acaba por ser um filme político pela alegoria sobre certos temas que pesam na sociedade (civil, política, judicial, policial, empresarial) actual.

A fotografia e cenografia dão ao filme um look “sujo”, mostrando um mundo decadente, onde tem de ser um “cavaleiro das trevas” a trazer a luz, acentuando bem essa filiação com o noir 40s.

Estamos numa cidade que mais parece a de “Seven”.

Estamos em ambientes dantescos e num tipo de violência que recordam a série “Millennium”.

 

Faltou foi uma maior personalidade na fotografia (é apenas escura) e na cenografia (Gotham City tem poucas diferenças face a Nova Iorque, Chicago ou Toronto).

O elenco parece algo adormecido e demora a mostrar o que pretende, entregando pouca energia nas suas interpretações.

É um corajoso exercício de minimalismo e de underacting, com muitas das emoções a serem reprimidas e subtis, em vez de serem exteriorizadas.

Robert Pattinson convence como Batman e chega a ser temível. Quase tanto como Michael Keaton. Precisa é de se empenhar mais como Bruce Wayne.

Zoe Kravitz até coloca alguma sensualidade trágica como Selina Kyle/Catwoman.

Paul Dano é um inquietante Riddler e quase que iguala Heath Ledger como Joker.

Colin Farrell está irreconhecível como Pinguin, sendo bem assustador.

John Turturro entrega aquela vilaneza irónica que ele tão bem sabe.

Lamenta-se o desperdício de Andy Serkis, que mostra potencial para mais. Esperemos que tal esteja reservado para as sequelas.

Matt Reeves já tinha mostrado ser uma voz sensível para histórias sobre pessoas (“Let Me in”) e com jeito para o blockbuster (“War of The Planet of the Apes”).

A sua abordagem não é tão pictórica e fantasista como a de Tim Burton, épica como a de Christopher Nolan ou com piruetas visuais como a de Zack Snyder.

É mais clássica, procurando dar um ar A num tipo de filme que outrora era B (“The Batman” é “apenas” uma visão mais densa e séria de temas, ideias e iniciativas do herói quando nos serials 40s).

“The Batman” não é o erro que se poderia supor, dada a “emergência” no reboot e depois do personagem ter tido duas excelentes visões dadas por dois grandes cineastas (Tim Burton e Christopher Nolan).

É um título com o negrume, esperança e visão adequada aos nossos dias, que mostra que Batman está em boas mãos e com um futuro promissor (embora precise de corrigir alguns errozitos – um pouco mais de acção e espectáculo, algo mais de convicto por parte dos actores).

Assim seja.

Temos assim, uma das grandes surpresas cinematográficas de 2022.

É o melhor Batman movie desde “The Dark Knight”.

 

“The Batman” ainda está nas nossas salas. Já se move em streaming via HBO Max.

Realizador: Matt Reeves

Argumentistas: Matt Reeves, Peter Craig, a partir dos personagens criados por Bill Finger & Bob Kane

Elenco: Robert Pattinson, Zoë Kravitz, Jeffrey Wright, Colin Farrell, Paul Dano, John Turturro, Andy Serkis, Peter Sarsgaard, Rupert Penry-Jones

 

Site – https://www.thebatman.pt

 

Uma cena apagada

 

Com o comentário de Matt Reeves

 

Orçamento – 185 milhões de Dólares

Bilheteira (até agora) – 367 milhões de Dólares (USA); 759 (mundial)

 

“Melhor Filme”, “Melhor Actor” (Robert Pattinson), nos ACCEC 2022.

O projecto começou nas mãos de Ben Affleck (que tinha interpretado Batman em “Batman v Superman: Dawn of Justice”, “Justice League” e num cameo em “Suicide Squad”. Seria o início de uma nova trilogia-reboot ao personagem. Com a passagem do tempo, Affleck sai de cena (ia ser realizador e protagonista).

Assim sendo, o projecto muda de forma. Reboot, sim, mas com novos nomes atrás e à frente das câmaras, com novo argumento.

Antes da escolha de Matt Reeves, ponderaram-se realizadores como Denis Villeneuve, George Miller, Ridley Scott e Fede Alvarez.

 

Robert Pattinson fez a sua audition com os fatos que foram usados por Val Kilmer (em “Batman Forever”), George Clooney (“Batman & Robin”) e Christian Bale (na trilogia “Batman Begins”, “The Dark Knight” e “The Dark Night Rises”).

Pattinson derrotou candidatos como Jack O’Connell, Jake Gyllenhaal, Kit Harington, Nicholas Hoult, Armie Hammer, Michael B. Jordan e Riz Ahmed.

Pattinson soube que tinha sido escolhido no seu primeiro dia de filmagens em “Tenet”, de Christopher Nolan.

 

Jonah Hill foi sondado para ser Penguin, mas recusou. Mesmo assim tentou ser Riddler.

Colin Farrell tinha sido a escolha de Wolfgang Petersen para Batman, na fase em que o realizador estava com o projecto “Batman vs Superman” (Jude Law era a escolha para Superman).

Zoë Kravitz derrotou concorrentes como Eiza González, Ana de Armas, Hannah John-Kamen, Nathalie Emmanuel, Alicia Vikander, Ella Balinska.

Kravitz tinha dado voz a… Catwoman. Foi em “The LEGO Batman Movie” (2017).

Segundo Reeves, o argumento da fase Ben Affleck fazia do filme como um James Bond movie. Reeves preferiu fazer um film noir e criar um argumento todo da sua autoria e não a partir de outro.

Reeves inspirou-se nos primeiros comics de Batman, pelas mãos de Bob Kane & Bill Finger, mostrando Batman como um detective aliado da Polícia de Gotham City.

Reeves usou Kurt Cobain (o malogrado líder dos Nirvana) como fonte de inspiração para Bruce Wayne. Na banda sonora ouve-se uma canção do grupo – “Something In The Way”.

Reeves criou Riddler inspirado no serial killer Zodiac, um assassino que assustou a California nos 60s.

Reeves recorreu aos comics “Batman: Ego”, “Batman: Year One” e “Batman: The Long Halloween”, como influências sobre o argumento. Jeph Loeb, autor de “The Long Halloween”, foi professor de Reeves na USC.

Reeves escreveu o argumento a pensar em Robert Pattinson. Reeves ficou fascinado pelo actor depois de o ver em “Good Time” (2017).

Reeves influenciou-se em filmes como “Klute” (1971), “Chinatown” (1974), “All the President`s Men” (1976), “Thh French Connection” (1971), “Taxi Driver” (1976), “Silence of the Lambs” (1991), “Seven” (1995), para o tom do filme.

Working title – “Vengeance”.

Reeves volta a chamar Michael Giacchino para a música. Ambos já trabalharam juntos em “Dawn of the Planet of the Apes” e “War for the Planet of the Apes”.

Pattinson inspirou-se em Willem Dafoe para a sua interpretação. Ambos trabalharam juntos em “The Lighthouse” (2019).

Colin Farrell chegou a ir ao Starbucks já todo caracterizado como Penguin. A reacção das pessoas (ninguém o reconheceu e até houve medo dele) foi a prova de ser a caracterização certa para o personagem. O seu filho também ficou assustado. Farrell diz ter uma foto que prova tal.

Robert Pattinson e Zoë Kravitz são amigos desde há muitos anos.

Num momento, Falcone refere-se a Batman como Zorro. Zorro foi uma forte influência sobre Bob Kane e Bill Finger na criação de Batman.

O filme ia estrear em Junho de 2021. Foi adiado para Outubro de 2021. Até que se decidiu por Março de 2022. Tudo por causa da pandemia Covid-19.

Foi o segundo melhor fim-de-semana de estreia nas bilheteiras americanas, em época de pandemia Covid-19. O melhor foi “Spider-Man: No Way Home” (2021).

“The Batman” dura mais 12 minutos que “The Dark Knight Rises” (164 minutos), que durava mais 12 minutos que “The Dark Knight” (152 minutos), que durava mais 12 minutos que “Batman Begins” (140 minutos).

Com uma duração de 176 minutos, “The Batman” é o mais longo filme dedicado a Batman e um dos mais longos filmes a partir de comics. O mais longo ainda é “Avengers: Endgame” – 181 minutos.

Batman em custos:

  • “Batman” (1989) – 30 milhões de Dólares
  • “Batman Returns” (1992) – 80 milhões de Dólares
  • “Batman Forever” (1995) – 100 milhões de Dólares
  • “Batman & Robin” (1997) – 125 milhões de Dólares
  • “Batman Begins” (2005) – 150 milhões de Dólares
  • “The Dark Knight” (2008) – 185 milhões de Dólares
  • “The Dark Knight Rises” (2012) – 250 milhões de Dólares
  • “Batman v Superman: Dawn of Justice” (2016) – 250 milhões de Dólares

 

Batman nas bilheteiras

  • “Batman” (1989) – 411 milhões de Dólares
  • “Batman Returns” (1992) – 267 milhões de Dólares
  • “Batman Forever” (1995) – 337 milhões de Dólares
  • “Batman & Robin” (1997) – 238 milhões de Dólares
  • “Batman Begins” (2005) – 359 milhões de Dólares
  • “The Dark Knight” (2008) – 999 milhões de Dólares
  • “The Dark Knight Rises” (2012) – 1.082 milhões de Dólares
  • “Batman v Superman: Dawn of Justice” (2016) – 872 milhões de Dólares

 

A DC

https://www.dccomics.com

 

Batman nos Comics

https://www.dccomics.com/characters/batman

https://dc.fandom.com/wiki/Batman_(Bruce_Wayne)

https://dc.fandom.com/wiki/Batman

 

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s