Caixeiros Viajantes (1987)

 

 

Título original – Tin Men

 

Trio de grandes actores numa comédia cheia de hostilidades.

 

Devido a um acidente, dois caixeiros-viajantes iniciam um conjunto de hostilidades onde quase tudo vale.

Ao fim de pouco mais de 5 minuto já começaram as confusões e segue-se um nunca mais acabar delas.

É o relato de uma rivalidade levada ao limite do absurdo e ridículo, mas que tanta gargalhada gera.

Daria para um melodrama bem telenovelesco e lamechas, mas a via do humor é (e bem) escolhida e tal só permite explorar a situação além dos limites do delírio.

Mas no meio do humor não se deixa de ver algo (muito) sério, (bem) profundo e (tremendamente) pertinente – o vazio de certas vidas perante a pressão do consumismo (os tin men só vêem vendas e lucros à frente, descurando uma mulher que quer viver e ser feliz), mostrando-se assim um certo lado patético e destrutivo do american way of life e do american dream dos 60s (quando os USA atingiam o seu auge nessas duas áreas).

Consegue-se também uma bonita e nostálgica ilustração de uma era, de uma mentalidade, de um estilo de vida e da evolução de um certo modelo de sociedade de consumo.

A componente humana é muito cuidada, graças a uma muito bem definida construção dos personagens, plenos de personalidade, dramas e motivações.

A rivalidade é divertida, mas a verdade é que é toda uma (absurda e desnecessária) confusão gerada por dois homens que deixaram as suas vidas caírem no patético, revelando-se dois seres frágeis e carentes.

Excelente reconstituição da época.

Muito boa banda sonora (muitas canções de Nat King Cole e dos Fine Young Cannibals – que até têm um momento live).

Barry Levinson fiel ao seu estilo nos seus filmes mais intimistas (“Diner”, “Avalon”) – espaço para personagens, “desfile” natural dos actores, ilustração simples de um quotidiano, sensação de nostalgia.

Richard Dreyfuss e Danny De Vito estão perfeitos, em perfeita química (aqui como inimigos), a serem hilariantes na criação de dois bastards.

Barbara Hershey é sempre um consolo – para os olhos do espectador e para a apreciação do seu talento.

Uma comédia de grande nível humano.

 

“Tin Men” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.

Realizador: Barry Levinson

Argumentista: Barry Levinson

Elenco: Richard Dreyfuss, Danny DeVito, Barbara Hershey, John Mahoney, Jackie Gayle, Stanley Brock, Seymour Cassel, Bruno Kirby, J.T. Walsh, Richard Portnow, Matt Craven

 

Trailers

 

Clips

 

Uma das canções dos Fine Young Cannibals

 

Orçamento – 11 milhões de Dólares

Bilheteira – 25.4 milhões de Dólares

 

É o segundo filme da “Tetralogia de Baltimore” feita por Barry Levinson, onde ele aborda algo da história da cidade ao longos dos 40s, 50s e 60s – “Diner” (1982), “Tin Men” (1987), “Avalon” (1990) e “Liberty Heights” (1999).

 

É um de vários filmes que Richard Dreyfuss fez para Touchstone Pictures ao longo dos 80s.

Michael Tucker interpreta o mesmo personagem (Bagel) que tinha interpretado em “Diner” (1982).

 

O production designer teve dificuldades em encontrar um tipo de casa que correspondesse às ideias de Barry Levinson. Levinson sugeriu uma casa numa certa morada. Era a casa onde Levinson viveu em criança.

 

O filme mostra uma série de emblemáticos Cadillacs – o Eldorado Biarritz de 1957, 1958 e 1959, o Eldorado Biarritz de 1960 e 1961, o Coupe DeVilles  de 1963 e o Series 62 de 1960.

É um dos poucos filmes onde Richard Dreyfuss não está de bigode.

Cameo de Barry Levinson – a voz do apresentador no jogo de baseball.

 

O filme foi muito bem recebido pela critica.

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