Título original – My Bloody Valentine
“My Bloody Valentine” (1981, já aqui visto) tinha atingido um generoso estatuto de cult movie.
Perante uma recente edição de um cut mais completo face ao original (tinha sido alvo de muitos cortes), alguém achou que seria boa ideia fazer um remake.
E em 3-D.
Um homem regressa à sua terra natal, 10 anos depois de um evento sangrento que o abalou e à comunidade.
Mas o mesmo tipo de evento começa a repetir-se.
Devido a quem e porquê?
Slasher bem eficaz, assente numa trama de mistério que tanto traz influências do Giallo como da modernização do género após “Scream” (1996).
Apesar do título, pouco uso se faz da época do Valentine`s Day (ainda que se refira que se está nessa data).
Bom ritmo, elevado body count, muitas peripécias e algum gore.
Fiel à boa regra do giallo, há surpresa na identidade do assassino (que até contraria algumas convenções) e, claro, explicações psicológicas.
O filme foi delineado para 3-D, pelo que há um constante “atirar coisas ao olho”, que conseguem um resultado divertido (atenção ao “saltar” de um olho, o “relevo” da ponta da picareta).
Elenco em prestação devida.
Patrick Lussier era editor de Wes Craven (precisamente na saga “Scream”) e mostra que aprendeu algo com o seu mentor.
“My Bloody Valentine” é um remake.
A narrativa segue muitas semelhanças (o drama na mina, a procura do amor perdido), há menos humor e personagens idiotas (havia mais disso no original), criam-se mais peripécias e consegue-se recriar muitas situações e momentos do original.
Original e remake são dois Slashers bem típicos do seu tempo, sabendo usar bem todas as regras, com resultados muito eficazes.
O original consegue mais tensão e atmosfera (passa-se quase todo na mesma noite, no mesmo local, à volta de um grupo definido de personagens), o remake “dispersa-se” mais (mais dias, mais lugares, mais personagens, mais eventos) recorrendo a mais situações de terror e tensão, mais violência e algum efeito surpresa na revelação da identidade do assassino.
O fã “molha o pãozinho” com ambos e é justo declarar um empate entre ambos (ainda que o original seja o emblemático).
Um remake de um título de culto do género, que consegue uma correcta modernização.
Fiquem a ver o genérico final, que há um divertido efeito 3-D slasher extra.
“My Bloody Valentine” tem edição portuguesa, a bom preço.
Realizador: Patrick Lussier
Argumentistas: Todd Farmer, Zane Smith, a partir do argumento de John Beaird & Stephen A. Miller
Elenco: Jensen Ackles, Jaime King, Kerr Smith, Betsy Rue, Edi Gathegi, Tom Atkins, Kevin Tighe, Megan Boone
Trailers
Clips
Cenas apagadas
Orçamento – 15 milhões de Dólares
Bilheteira – 51 milhões de Dólares (USA); 100 (mundial)
Mercado doméstico – 20 milhões de Dólares
Nomeado para “Melhor Filme – Terror” (perdeu para “Drag Me to Hell”), “Melhor Actriz – Terror” (Jaime King perdeu para Anna Paquin em “True Blood”), nos Scream 2009.
Remake de “My Bloody Valentine” (1981), de George Mihalka, com Paul Kelman, Neil Affleck e Lori Hallier.
Patrick Lussier estava duvidoso em relação ao remake. Mas ao ler o argumento viu potencial visual para o 3-D.
Jensen Ackles e o seu colega da série “Supernatural”, Jared Padalecki, fizeram, no mesmo ano, dois remakes de dois clássicos do Slasher – Ackles em “My Bloody Valentine” e Padalecki em “Friday the 13th”.
A série “Supernatural” teve um episódio com o título… “My Bloody Valentine”.
Reencontro entre Jensen Ackles e Kerr Smith, depois de “Dawson’s Creek” (1998).
Megan Boone e Edi Gathegi reencontrar-se-iam na série “The Blacklist” (2013).
Jaime King participaria num outro remake de um slasher clássico dos 80s – “Silent Night, Deadly Night” (2012).
Indica-se que o Valentine’s Day é num Sábado. Portanto, o dia anterior é uma… Sexta-Feira 13.
Todd Farmer (um dos argumentistas) interpreta o camionista. Houve quem brincasse com o facto de Farmer querer interpretar esse personagem e ter escrito a cena onde ele tem sexo com uma mulher.
A cena em que a personagem de Betsy Rue é morta não requeria que ela estivesse nua. Mas a actriz quis fazê-la totalmente despida, achando que tal seria divertido.
Numa cena, o personagem de Tom Atkins diz “Everybody stand down, God damn it!“. Atkins diria a mesma line, com um personagem semelhante em “Drive Angry” (2011, também realizador por Patrick Lussier).
Jensen Ackles usa o mesmo casaco que usa em “Supernatural”.
As duas primeiras vítimas têm como nome Jason e Michael – homenagem a Jason Voorhes (o assassino da saga “Friday the 13th”) e Michael Myers (o assassino da saga “Halloween”). O original “My Bloody Valentine” foi muito influenciado por esses filmes.
Filmado na Pennsylvania, pois havia incentivos fiscais em filmar lá.
Filmado na mesma povoação onde se filmou “The Mothman Prophecies” (2002).
Filmado com câmaras digitais 4K.
É o primeiro filme em 3-D com classificação R.
“My Bloody Valentine” junta-se à tradição de filmes de terror em 3-D – “Final Destination 4”, “Piranha 3-D”, “Piranha 3-DD”, “Freddy`s Dead: The Final Nightmare”, “Jaws 3-D”, “Amityville 3-D”, “Friday the 13th – Part III”,”Flesh for Frankenstein”, “Blood for Dracula”.
Todd Farmer e Patrick Lussier chegaram a ter conversações sobre uma sequela. Apesar do sucesso nas bilheteiras, a Lionsgate não manifestou interesse. Sabe-se que a sequela seria mais de suspense psicológico à volta dos sobreviventes.
[…] mesmo ano, a Lionsgate produzia um remake (já aqui visto) para as salas, em 3-D. Foi um grande […]