São Valentim Sangrento (1981)

 

 

Título original – My Bloody Valentine

 

Um slasher que mostra o lado sangrento de um dia que se pretende romântico.

 

Uma povoação prepara-se para fazer o regresso da festividade do St. Valentine’s Day.

Mas a povoação vive uma maldição sobre esse dia.

20 anos depois do evento que estabeleceu essa maldição, o mesmo tipo de evento regressa – várias pessoas começam a ser mortas.

Slasher de muito bom nível, distorcendo uma época mais orientada para o romantismo (o Valentine`s Day), virando-a para o terror.

Há um ritmo progressivo e tenso, que estala no último acto (quando se chega à mina, os nervos levam-nos a ficar sem unhas).

Há bons sustos (os ataques, a descoberta do cadáver na lavandaria, o cadáver pendurado) e até generoso gore (a picareta a entrar pelo pescoço e a sair por um dos olhos).

Fiel à boa regra do giallo, há expectativa à volta da identidade do assassino (e no final, haverá quem diga “eu sabia”).

Trabalho suficiente do elenco, onde (como mandam as regras) não faltam meninas bonitas (se bem que para serem “carne na picadora”).

Realização sóbria e muito eficaz.

Uma pequena pérola do slasher, um título de culto, um clássico.

 

“My Bloody Valentine” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.

Realizador: George Mihalka

Argumentistas: Stephen A. Miller, John Beaird

Elenco: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck, Keith Knight, Alf Humphreys, Cynthia Dale, Helene Udy, Rob Stein, Thomas Kovacs, Terry Waterland, Carl Marotte, Jim Murchison, Gina Dick, Don Francks, Patricia Hamilton

 

Trailer

 

Clips

 

Orçamento – 2.3 milhões de Dólares

Bilheteira – 5.7 milhões de Dólares

 

Nomeado para o “Grande Prémio”, em Avoriaz 1982. Perdeu para “Mad Max 2”.

George Mihalka tinha feito “Pick-Up Summer” e foi abordado pela Cinepix Productions para estabelecer um contrato para dois filmes. Um teria de ser um slasher.

“Black Christmas” (1974), “Halloween” (1978), “Friday the 13th” (1980), “Prom Night” (1980) e “Terror Train” (1980) tinham mostrado que o slasher era um género popular e rentável.

 

“The Secret” – título inicial.

 

Filmado em Sydney Mines, Nova Scotia, no Outono de 1980.

A mina do local das filmagens já estava fechada desde 1975.

Segundo Mihalka, a parte mais difícil das filmagens foi a da mina.

Segundo Thomas R. Burman (o responsável pelos make-up effects), George Mihalka chegou a vomitar um par de vezes, dado o realismo do gore.

Segundo o actor Carl Marotte, ninguém almoçava ao seu lado durante a caracterização e filmagem da cena da sua morte.

Para um determinado plano, não era água que deveria sair pela boca da vítima, mas sim sangue.

A morte do casal na mina ia ser mostrada, com ambos a ser empalados enquanto juntinhos. No final cut, só se mostra o efeito final.

Nenhum elemento do elenco sabia quem era o assassino.

Apesar do secretismo sobre a identidade do assassino, Neil Affleck foi o primeiro a perceber quem era. Tudo por causa de um processo de preparação de caracterização da cena final com o braço.

 

Cerca de 9 minutos foram cortados pela Motion Picture Association of America. Uma das defesas da Paramount sobre o porquê de tantos cortes ao filme, era que devido ao assassinato recente de John Lennon não se deviam promover filmes violentos.

Na época, a revista “Fangoria” mostrou alguma da footage cortada.

Durante anos, a Paramount recusou-se a editar um cut com essa footage.

 

A Paramount Pictures estreou o filme no Valentine’s Day.

O filme teve uma desigual recepção por parte da crítica e foi um sucesso modesto.

 

O tempo deu ao filme um generoso estatuto de cult movie.

George Mihalka abordou a Paramount em 2001 para uma sequela. A ideia foi rejeitada.

Quentin Tarantino considera “My Bloody Valentine” como o seu slahser favorito.

Em 2009, a Lionsgate adquiriu os direitos para o mercado doméstico e editou um cut com 3 minutos de footage inédita. A edição DVD/Blu-Ray da Lionsgate tem uma intro de George Mihalka, onde ele afirma que esse cut é o que ele sempre pretendeu. Segundo Mihalka, os 6 minutos em falta (a Lionsgate só recuperou 3), são apenas cenas de diálogo e desenvolvimento de personagens, não havendo gore.

No mesmo ano, a Lionsgate produzia um remake (já aqui visto) para as salas, em 3-D. Foi um grande sucesso.

 

O grupo musical My Bloody Valentine inspirou-se no filme para o seu nome.

One comment on “São Valentim Sangrento (1981)

  1. […] Bloody Valentine” (1981, já aqui visto) tinha atingido um generoso estatuto de cult […]

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