Título original – Spider-Man: No Way Home
É a conclusão da trilogia deste novo reboot ao Aranhiço, que o colocou (finalmente) no Marvel Cinematic Universe (MCU).
Spider-Man viu relevada ao mundo a sua identidade secreta como Peter Parker.
Disposto a querer mudar tal acontecimento, Spidey pede ajuda ao Doctor Strange.
Mas o “feitiço”corre mal. Vários vilões surgem, Spider-Man não os conhece, mas eles conhecem-no e vêm cheios de ódio mortal ao herói.
Que se passa e como resolver?
Motivo de festa, malta.
Finalmente “Spider-Man” tem a sua trilogia redondinha, certinha, homogénea (felizmente, alguém aprendeu com os erros de “Spider-Man 3”). Assim sendo, o “Aranhiço” junta-se a Batman (na trilogia delineada por Christopher Nolan).
A festa continua com a chegada de muitos dos vilões das outras sagas. E eles aparecem bem mais hostis.
Doctor Octopus, Green Goblin, Sandman, Electro, Lizard.
5 vilões. São quase 6. São quase os Sinister Six (que chegou a ser planeado depois de “The Amazing Spider-Man 2” – um momento no filme sugeria alguns deles).
Se nos comics eles já dão muito trabalho, suor, e sustos a Spidey, no filme não menos. Por isso, ele precisa de (muita) ajuda.
Mas já lá vamos.
Perante os eventos de “Spider-Man: Far from Home” (2019), tudo se complica neste novo capítulo (Spider-Man viu a sua identidade revelada ao mundo), complicando-se ainda mais na sua resolução (Spidey entra em conflito com o Doctor Strange e mexe em questões espácio-temporais).
Depois de dois episódios algo light, aqui entramos nalgum negrume.
Finalmente a saga obriga Peter Parker a lidar com a relação Poder & Responsabilidade, a fazer o seu coming of age, levando-o a ser mais adulto (ainda que seja um adolescente a terminar o ensino secundário e já com horizontes no MIT) e a compreender definitivamente o que significa SER Spider-Man (as decisões, os sacrifícios, as prioridades).
Tal dá ao filme um tom mais sério, com Peter a ter de ser mais adulto e maduro, a ter de saber ponderar decisões e a saber enfrentar as suas consequências.
É o filme que estabelece Peter Parker a saber como ser herói através de Spider-Man.
É pena que muito do filme se passe de noite, o que impede um melhor detalhe e visualização dos eventos (e movimentos) nas cenas de conflito. Um problema que padece não só as sagas de Spider-Man (em todas as fases, o conflito final era sempre à noite), mas as de outros super-heróis.
Estranha-se mais ainda, dado que a fotografia é do sempre luminoso Mauro Fiore (“Avatar”, “The Island”, “The Magnficent Seven”).
Mas calma, que nem tudo é escuro e negro.
Tal como nos episódios anteriores, temos bom humor (os comportamentos e lines dos protagonistas), relações e emoções fortes (Peter & MJ & Ned, Peter & May, o grupo da escola), personagens credíveis, boa acção (o primeiro encontro entre Spidey e Doc Ock recorda o melhor da boa acção de “Spider-Man 2”) e, claro, grandiosos efeitos visuais (quando Doctor Strange “deturpa” a realidade).
Dado o tom mais sério e negro, dado que se lida com Poder & Responsabilidade, sim, este é um episódio dramático e trágico (atenção ao momento em que uma personagem relevante “sai de cena”).
E atenção, true believers, há que rever todos os episódios (desta saga e das anteriores) e fazer revisões da matéria dada. Há muita coisa abordada que requer o uso da memória desse conhecimento.
Toda combinação de tons e emoções resulta.
A ideia do multiverse é consistente.
Michael Giacchino volta a compor um score alegre e dinâmico.
E estejam com os ouvidos bem atentos e sorriam ao ouvirem momentos dos scores das fases realizadas por Sam Raimi e Marc Webb.
Jon Watts continua a mostrar ser o realizador adequado para este novo take sobre Spider-Man. Ritmo vivo, atenção constante aos personagens e relações, alegre dinâmica de grupo, bom humor, boa acção.
Sabe-se que Watts está convocado pela Marvel para fazer reboot (mais um) a “Fantastic Four”, para assim os colocar no MCU. Só podemos esperar o melhor.
O elenco está em estado de graça (como tinha acontecido nos dois episódios anteriores) e em perfeita sintonia.
E calha bem vermos agora o Doctor Strange como mentor a Peter Parker, consolidando assim essa mudança de idade, atitude, maturidade e responsabilidade.
“Spider-Man: No Way Home” tem sido alvo de muito rumor, falatório e especulação sobre surpresas.
Sim, há muitas.
— SPOILERS —
Quem já viu o filme, pode continuar, quem não o viu, siga para umas linhas mais abaixo.
Pois, este é mesmo o Spider-Man Movie que os Spidey-Nerds mereciam e desejavam, depois de tantas sagas e reboots.
Sim, aparece por lá Charlie Cox (o Daredevil da série homónima da Netflix – já terminada, mas com a Marvel a prometer que o personagem vai aparecer em filmes do MCU). A cena já é divertida (por si e pela aparição de Charlie como Matt Murdock), mas sabendo-se da (boa e longa) relação entre Peter/Spidey e Matt/Daredevil (nos comics), só podemos desejar e esperar por mais e melhor.
Já é porreiro termos de volta muitos dos vilões das fases anteriores (que são dos melhores vilões de Spider-Man).
Mas…
Como é óbvio…
Queremos que os Spider-Mans dessas fases venham também (até porque a narrativa permite e exige tal).
Assim sendo…
Yoohoo.
Holly websnappers.
Yesss.
Eles estão de volta.
Tobey Maguire e Andrew Garfield.
Que alegria arrebatadora é para o Spider-Nerd vê-los de volta. Mais velhinhos, mas lindos e perfeitos nos respectivos fatos.
Sente-se que há uma espécie de closure de cada um deles, face aos finais de “Spider-Man 3” e “The Amazing Spider-Man 2”.
Sente-se que a Marvel procura um certo perdão por não ter havido “Spider-Man 4” e “The Amazing Spider-Man 3”.
Sente-se que é a Marvel a reconhecer que Tobey e Andrew fizeram um esplêndido trabalho como Peter Parker/Spider-Man.
E que alegria em vê-los na mesma cena, no mesmo plano. Cada um a mostrar a sua forma de ver o personagem, entregando o melhor de si, mostrando como os três são diferentes, compatíveis e complementares, sendo todos truly amazing. A cada fã o seu favorito (o meu é sempre Andrew Garfield).
Quanto comove vê-los a desabafar sobre os momentos dolorosos que os levaram a evoluir como pessoas e (super-)heróis.
Quando divertido é vê-los a discutir sobre teias, webshooters e o facto de um deles segregar a sua teia no seu organismo.
Quanta satisfação em sabermos mais sobre eles, sobre como estão depois do último episódio de cada uma das sagas.
E aquele momento em que os três entram em acção heróica… Whoa. Estamos mesmo numa teia de emoções e adrenalina.
Obrigado, Marvel, por tal brava, inteligente, pertinente e emotiva ideia.
E fica a sensação que o (re)encontro poderá voltar a acontecer.
— END OF SPOILERS —
Final lógico, final de trilogia, final de um ciclo aracnídeo. Mas há portas para continuar, seja de forma autónoma ou com Spider-Man a fazer aparições em sagas de outros personagens.
É um final digno para esta nova trilogia do “Aranhiço”, sendo um dos melhores filmes de Spider-Man, que irá colocar um sorriso em todos os Spidey-Nerds (e de todas as sagas dedicadas a Spidey), mas também lágrimas (sim, boys & girls, há aqui muita emoção e um evento trágico).
Spidey Power.
Nota – Há uma cena extra durante o genérico final (que confirma o futuro crossover de Spider-Man com outro personagem, que assim entra também no MCU) e uma depois do mesmo (que é uma espécie de trailer para um outro filme do MCU). Deixem-se estar, que vale a pena.
“Spider-Man: No Way Home” já está nas nossas salas.
Go get it, Tigers.
Realizador: Jon Watts
Argumentistas: Chris McKenna, Erik Sommers, a partir dos personagens criados por Stan Lee & Steve Ditko
Elenco: Tom Holland, Zendaya, Benedict Cumberbatch, Jacob Batalon, Marisa Tomei, Jon Favreau, Angourie Rice, Tony Revolori, Martin Starr, J.B. Smoove, J.K. Simmons, Benedict Wong, Willem Dafoe, Alfred Molina, Jamie Foxx, Rhys Ifans, Thomas Haden Church, Andrew Garfield, Tobey Maguire
Site – https://www.spidermannowayhome.movie
Orçamento – 200 milhões de Dólares
Bilheteira (até agora) – 328 milhões de Dólares (USA); 751 (mundial)
A Marvel
Spider-Man na Marvel
https://www.marvel.com/characters/spider-man-peter-parker
O MCU
https://marvelcinematicuniverse.fandom.com/wiki/Marvel_Cinematic_Universe
“Spider-Man: No Way Home” no MCU
https://marvelcinematicuniverse.fandom.com/wiki/Spider-Man
- Peter Parker a resolver o problema da sua identidade secreta como Spider-Man ser revelada ao mundo.
- Peter Parker a ter de ser tornar adulto com Spider-Man.
- A confirmação do multiverse.
- Peter a querer ajudar os vilões vindo do multiverse, em vez de querer apenas enfrentá-los.
- O reforçar da relação Peter Parker/Spider-Man com Doctor Strange.
- O início de um novo ciclo de vida para Peter Parker/Spider-Man.
Pela primeira vez no MCU, um realizador (Jon Watts) assina três filmes na mesma saga. Até agora o recorde estava em dois (Jon Favreau para “Iron Man” e “Iron Man 2” – Shane Black realizou “Iron Man 3”; os Irmãos Russo para “Captain America: The Winter Soldier” e “Captain America: Civil War” – Joe Johnston realizou “Captain America: The First Avenger”, Joss Whedon para “The Avengers” e “Avengers: Age of Ultron”, os Russo em “Avengers: Infinite War” e “Avengers: Endgame”; apesar dos Russo terem quatro filmes, são de sagas diferentes).
Com este filme termina o contrato de Tom Holland com a Marvel e a Sony. Mas a Sony já mostrou interesse numa nova trilogia com Holland e continuar a ter Spider-Man a cruzar-se noutros filmes do MCU, com outros personagens.
Tom Holland começou as filmagens deste filme dois dias depois de terminar as de “Uncharted” (2022).
Tom Holland tem aqui o 6º filme como Spider-Man – “Captain America: Civil War” (2016), “Spider-Man: Homecoming” (2017), “Avengers: Infinity War” (2018), “Avengers: Endgame” (2019) e “Spider-Man: Far From Home” (2019).
Jon Favreau participa no seu 10º filme do MCU (a trilogia “Iron Man”, a quadrilogia “Avengers” e três “Spider-Man”).
Rhys Ifans, Thomas Haden Church e Willem Dafoe entravam no set devidamente mascarados, para que não fossem reconhecidos. O objectivo era manter um segredo máximo acerca da sua participação.
Efeitos visuais da Sony Pictures Imageworks (que sempre tratou dos efeitos visuais de todos os filmes de Spider-Man) e da Digital Domain.
Nicholas Hammond (o Spider-Man da série televisiva dos 70s) ia fazer um cameo. Mas dada a dimensão do argumento, não se encontrou espaço para ele.
Surgiu o rumor de Charlie Cox aparecer como Daredevil (o actor interpretou-o numa excelente série da Netflix, que durou três Seasons). Tudo foi negado.
Forte era o rumor que Tobey Maguire e Andrew Garfield (que interpretaram Spider-Man nas sagas anteriores) iriam reaparecer como Spider-Man (que o argumento os estabelecia como vindos de universos paralelos). Muito se nega isto, mas o rumor (e a expectativa) persiste(m).
Quando Peter Parker se prepara no tejadilho de um carro, está um táxi atrás. Tem o número 1228 – é a data de nascimento de Stan Lee (28 Dezembro 1922).
Alfred Molina foi alvo de um rejuvenescimento digital. Os seus braços são digitais.
A casa do Doctor Strange (Sanctum Sanctorum) fica no 177A Bleecker Street. Em “Spider-Man 2”, esta é a rua onde se localiza o restaurante onde Peter Parker trabalha.
O primeiro Teaser bateu o recorde de ser o mais visto Teaser/Trailer em 24 horas – 355 milhões de visualizações.
É o mais longo Spider-Man Movie – 148 minutos. Até agora, era “Spider-Man 2” o mais longo – 141 minutos.
Sam Raimi mostrou interesse em ver o filme. Raimi está de volta à Marvel – assina “Doctor Strange in the Multiverse of Madness” (a estrear no Verão de 2022).
O filme ia estrear em Julho de 2021, mas viu a sua estreia adiada devido à pandemia Covid-19.
Vai ser o primeiro filme da Phase 4 do MCU a ser exibido na China. “Black Widow” (2021), “Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings” (2021) e “Eternals” (2021) foram proibidos.