Título original – Bitter Victory
Drama de guerra sobre as virtudes e honras em combate.
Dois oficiais dos Aliados entram em conflito durante uma operação em África.
As tácticas, as visões da guerra e o facto de ambos disputarem uma mulher.
O que poderia ser um bom men on a mission movie, dá origem a algo mais complexo.
A componente actioner esgota-se rapidamente (cerca de 30 minutos).
Nicholas Ray está interessado em algo mais – uma jornada de militares em sobrevivência e um duelo de dois oficiais sobre o (verdadeiro) significado de honra, bravura e courage under fire.
É esta componente moral que governa o filme, levando-o para longe do war movie convencional, procurando ser um debate entre os ditos “rivais” e o espectador.
Boa prestação do elenco, com Richard Burton e Curd Jurgens a dominar, entregando forte convicção aos seus personagens.
Um filme de guerra sobre certas consciências que devem estar activas, mesmo em tempo onde “não se limpam armas”.
“Bitter Victory” não tem edição portuguesa. Existe noutros mercados, a bom preço.
Realizador: Nicholas Ray
Argumentistas: René Hardy, Nicholas Ray, Gavin Lambert, Paul Gallico, Vladimir Pozner (sem crédito), a partir do romance de René Hardy
Elenco: Richard Burton, Curd Jürgens, Ruth Roman, Raymond Pellegrin,
Anthony Bushell, Christopher Lee
Trailer
No início, Richard Burton ia interpretar Brand (que foi para Curd Jurgens), com Montgomery Clift ou Paul Newman a interpretarem Leith (que foi para Burton).
Filmado na Líbia, sendo uma co-produção francesa.
O argumento estava sempre a sofrer modificações.
O primeiro cut era de 101 minutos. Foi reduzido para 90. Depois para 83. Perdeu-se muito do final e uma visão mais explícita de uma execução.
Nicholas Ray detestou a experiência.
Quando “Bitter Victory” foi exibido no Festival de Veneza, Jean-Luc Godard disse que “Le cinema, c’est Nicholas Ray“.
Godard considerou “Bitter Victory” como o melhor filme de 1957.